Editorial Musique-se: Odeiem o rock

Foi divulgado nesta quarta feira 22 de janeiro de 2020 um edital da Funarte que traz expressamente a proibição de que bandas de rock concorram ao “Prêmio Funarte de apoio a bandas de música 2020”.


Geral disseram-se surpresos pela posição tomada pela Fundação Nacional de Artes e seu – agora – presidente Dante Mantovani.
Surpresos não se sabe porque já que em uma declaração que seria até muito engraçada se não fosse ridícula, o cidadão disse que “o rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa o aborto e leva a algo mais grave que é o satanismo...”
Depois de uma destas, a última coisa que a entidade iria correr o risco de premiar ou divulgar que fosse, seria o rock.
Mas não é só... Em outra declaração sem noção, Dante disse que “Deus criou a musica e o diabo a corrompeu.”

O trecho que cita o rock no edital diz também ““não poderão participar deste Edital ‘fanfarras’ ou ‘bandas marciais’ ligadas ou não a instituições do ensino regular público ou privado, ‘bandas de pífanos’, ‘bandas de rock’, ‘big-bands’, bem como conjuntos musicais assemelhados, conjuntos musicais de instituições religiosas, bandas militares e bandas de instituições de segurança pública”.
Em nota, Mantovani afirmou que o edital serve “apenas para bandas civis ‘tradicionais'” e que tem redação “quase igual” às versões anteriores, em 2007, 2010 e 2012.
Dessa forma, a proibição ao rock não seria uma “novidade” da gestão.
E completou: “A Funarte nunca teve, não tem e nunca poderá ter preconceito contra nenhum estilo musical — como se espera de uma instituição federal de Estado”.
Ou seja: é o velho, manjado e muito usado “não é bem assim...”

E não sabemos o que é pior: as declarações abestalhadas do presidente da Funarte ou as defesas oportunistas geradas por elas.

Nas redes sociais, políticos tradicionais se travestiram de “defensores do rock” como a deputada Jandira Feghali do PCdoB carioca.

Assim como João Campos do PSB pernambucano que disse: “perseguição e censura não combinam com a democracia” e “Proibir bandas de rock com base em quê? Isso não tem nenhum fundamento!”.
Ou Randolfe Rodrigues (REDE- AP) que tuitou: “O rock pulsará sempre apesar do governo Bolsonaro”.

O Musique-se pensa que já é hora de parar de achar graça e fazer piada cada vez que um integrante deste governo atabalhoado dá destas declarações ou fazem patacoadas como o Roberto Alvin e sua pantomima nazista.
É hora de pegar pesado nas criticas públicas e em ações judiciais cabíveis até que eles esmoreçam, arreguem e voltem para o esgoto de onde nunca deveriam ter saído.

Quanto a odiar o rock, bem... Ele não nasceu frequentando salões da sociedade, salas de estar e nem para ser o genro predileto de qualquer pai.
Não precisa de defesa oficial e nem nada... Podem continuar odiando: foi assim que ele gerou suas melhores obras.
E por fim: Satanista é o capeta.

Comentários