Hotspot: Pet Shop Boys em boa forma, por Expedito Paz

Com 40 anos de carreira, os Pet Shop Boys seguem ativos, lançando novos trabalhos regularmente e, na medida do possível, tentando seguir relevantes na indústria musical – embora Neil Teenant já tenha feito diversas críticas a rádios e Tvs que ignoram os PSB porque eles estariam “velhos”. Pois, aos 65 e 60 anos, respectivamente, Teenant e Chris Lowe seguem bem a carreira. E Hotspot, 14º álbum de estúdio da dupla, é a prova de que eles seguem bem, obrigado.

Mais uma vez produzido por Stuart Price, o novo álbum segue a direção eletrônica dos antecessores Electric, de 2013, e Super, de 2016, alternando em vários momentos entre estilos mais parecidos com os álbuns antigos da dupla e outros flertando com uma eletrônica mais “moderna” e supostamente sintonizada com os dias de hoje.

Hotspot tem alguns ótimos momentos, como a explicitamente disco “Monkey Business” e “Burning the Heather”, que tem participação do guitarrista do Suede, Bernard Butler.

“Happy People” vem com os já tradicionais vocais falados de Neil Teenant alternando com momentos de cantoria tradicional.

E “Dreamland”, colaboração dos PSB com Olly Alexander, da dupla Years and Years, tem o toque político tradicional das letras de Neil Teenant, falando em um mundo livre de Brexits e políticas de imigração.

Do outro lado da moeda, canções como a abertura “Will-O-the-Wisp” ou o encerramento com “Wedding in Berlin” não são grandes coisas e não fazem falta. Talvez seja um sinal de que, para um próximo trabalho, a dupla tente outro produtor após esse ciclo com Stuart Price.
Ainda assim, os PSB conseguem se manter absolutamente relevantes e torcemos para ver mais deles em breve.
Mesmo que eles, hoje, estejam mais para Pet Shop Old Men...


Expedito Paz é jornalista, apaixonado pelos anos 80, um parceiro fantástico e não bastasse, ainda é santista.

Comentários