Rock in Rio: 35 anos dos dez dias que incluiram o Brasil no mapa mundi do showbizz

Dia 11 próximo vão fazer exatos trinta e cinco anos da primeira edição do Rock in Rio...
Provavelmente muita gente vai dar aqueles chiliques com voz esganiçada: “Aquele foi com rock mesmo!”.
Será?

Claro, teve Queen, Iron, Yes, Ac/Dc, Scorpions entre outros nomes e o rock era a música da moda na época.
Mas também subiram ao palco nomes como Go go´s, Nina Hagen, B52´s além de serem bem meia boca ao vivo ao vivo, tinham um repertório totalmente pop. Ou como era então rotulado: new wave.
Também teve shows de nomes do jazz (Al Jarreu), folk (James Taylor) e artistas brasileiros tradicionalmente ligados à MPB como Moraes Moreira e Alceu Valença que apesar de suas origens ligadas ao rock (ouvir obrigatoriamente Novos Baianos e o disco Vivo de Alceu Valença) têm carreiras muito mais ricas, diversificadas e por isso mesmo, vitoriosas.
Sem esquecer de Elba Ramalho, Ivan Lins, Eduardo Dusek e Ney Matogrosso.


O então nascente BRock estava nascendo e levou ao palco nomes - hoje icônicos - como Barão e Paralamas, Kid Abelha (ainda com o “aboboras selvagens” no nome), Lulu Santos e a Blitz, que a gente perdoa.

E o que aqueles dez dias de paz e rock, como dizia o slogan, deixaram como legado? 

O debut dos grandes eventos de música no pais mostrou aos grandes nomes da música o potencial comercial do país, apesar dos riscos de calote, roubo de equipamentos (o roadie chefe do Queen disse que a equipe dormiu em cima das caixas para se precaver).
Após o primeiro Rock in Rio, grandes nomes do momento passaram a incluir Brasil – e América do Sul – no itinerário de suas turnês.

Depois do festival aconteceu também o grande boom do BRock revelando uma cena muito boa e com nomes que até hoje são cultuados.
Se outra edição tivesse sido feita imediatamente ou no máximo dois anos após, provavelmente teríamos todos os grandes nomes no palco: Titãs, Legião, Engenheiros, Camisa de Vênus além dos já citados Barão, Paralamas e etc.

Aliás, os shows no festival de alguns nomes nacionais como os Paralamas e o Barão podem ser ouvidos em bons Cd´s gravados e lançados nos anos seguintes.
Também o Queen lançou em vídeo sua histórica participação.

Sem contar a internacionalização da marca Rock In Rio que tem edições em Lisboa, Madrid, Las Vegas e, em 2021 no Chile.

O festival que hoje tem edições regulares a cada dois anos tem como principal documento, além de vídeos com qualidade sofrível de imagem, o livro de Luiz Felipe Carneiro editado pela editora Globo e que merece uma reedição revista e ampliada.

O então governador do Rio de Janeiro, o gaúcho Leonel Brizola, homem de esquerda, populista e um tanto hipócrita (para caramba!) com medo do que o festival pudesse ter rendido politicamente junto à juventude para seus idealizadores, os irmãos Medina, logo após o fim do festival, mandou por abaixo toda a estrutura construída na então longínqua e deserta Barra da Tijuca.
Não foi pouca coisa não...

Nos próximos dias vamos ter algumas matérias sobre as bandas e artistas que se apresentaram no primeiro Rock In Rio, fique ligado.

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