Rock in Rio 35 anos - Rod Stewart: ascenção e declinio

No terceiro dia de shows no Rock In Rio, Rod Stewart subiu ao palco esbanjando simpatia, jovialidade e talento.
foto: Folha de São Paulo
A voz rouca e a energia encantaram e conquistou o público e amenizou um pouco o ranço dos jornalistas com o escocês.
É que durante sua estada no Rio, Rod, que alguns anos antes declarou ser um “presente de Deus para as mulheres” usava de um expediente digamos... um tanto babaca para se auto promover.
Sempre descia para o banho de sol na hora de mais movimento no saguão do Rio Palace Hotel, onde ficou hospedado. Então, estendia sua toalha na espreguiçadeira que estivesse mais próxima aos repórteres e fotógrafos presentes para então, afetando uma irritação enorme, exigir que os seguranças expulsassem todos os profissionais.
E não fez isso uma vez só não...
Também ganhou notoriedade por destruir a suíte presidencial do hotel com partidas de futebol, dar um cano em Renato Aragão, furar as portas dos quartos com jogos de dardos e dar muito trabalho ao valoroso Amin Khader que teve de percorrer hotéis e motéis da Barra da Tijuca atrás de toalhas brancas para o cantor.

Rod já era um quarentão quando desembarcou no Rio, aliás, fizer sua festa de aniversário durante o voo e já não desfrutava de tanta popularidade quanto nos anos 70, tanto que foi incluido no festival após recusa a recusa do U2 e do Men At Work, que curiosamente acabou semanas depois de assinar o contrato com Medina... Mas isso iria mudar.
Naquela noite, após ver os Paralamas ganharem o público apenas com sua música e um cenário que incluía duas palmeiras em vasos: Lulu Santos ser rebocado do palco com o show ainda em andamento; a Blitz ser apenas a Blitz; Nina Hagen mostrar que não era apenas um rostinho bonito e as Gogo´s serem apenas rostinhos bonitos mesmo, Rod subiu ao palco e enfileirou hit atrás de hit.
“Sailling”, “Young Turks”, “Tonight is the Night”, “Tonite I´m Yours”, “Maggie May”, a polêmica (e plagiada)_ “Da ya think I´m sexy” garantiram o melhor show daquela noite.
foto: internet
Depois do festival, a popularidade de Rod no Brasil só cresceu e nem o processo por plágio movido e vencido por Jorge Bem conseguiu abalar.
Seu próximo disco de inéditas seria Every Beat of my Heart, de 1986 que teve o clipe da faixa título exibido a exaustão por aqui.
Também emplacou diversas canções em novelas.
Em 1994 fez um show para mais de três milhões (!) de pessoas no réveillon do Rio de Janeiro, na praia de Copacabana. Recorde absoluto de público em um show ao ar livre.
Lá fora, sua carreira seguiu bem respeitada até o lançamento do disco acústico Unplugged and Seated (1993) que teve a participação do amigo de longa data Ronnie Wood, depois disso... Bom... Coletâneas em profusão e discos cada vez menos inspirados acabaram diminuindo sua popularidade, mas não sua importância.
Nos anos 2000 enveredou por uma série de discos tipo songbook  com standarts de jazz ou do cancioneiro americano, álbuns de covers e temporadas em Las Vegas.
Também lançou uma autobiografia que, diferente dos discos, se saiu muito bem sendo elogiada em diversas publicações.
foto: divulgação
Veio ao festival em mais uma oportunidade, mas apenas com a aura nostálgica do cantor fã do Celtic e encrenqueiro. Chegou a ser chamado de cafona por algumas publicações.
Na vida pessoal, foi diagnosticado em 1999 com um câncer na tireoide o qual venceu com uma cirurgia.
Ainda recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico da rainha Elizabeth, e se tornou Sir Rod Stewart ao ganhar do príncipe William reconhecimento por sua contribuição à música e obras de caridade.
Como curiosidade apenas: a canção “Hard Luck Woman” do Kiss, foi escrita pensando em Stewart, mas quando lhe foi oferecida, desconfiado, Rod recusou.

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