Se o Kiss disser bye bye, nós temos nossos hot 3

Nas reuniões de pauta do Musique-se, Manú e eu entremos em uma breve discussão a respeito dos acontecimentos que poderiam marcar o ano novo e chegamos a algumas conclusões.
Uma delas é que a que mais poderia ter um impacto sobre nós, especificamente, era o fim da turnê de despedida do Kiss: End Of The Road Tour em que a banda ainda parece estar muito bem tecnicamente apesar de alguns jornalistas dizerem até que Paul Stanley anda fazendo playback de suas canções no palco. Não duvidamos.
Após um breve silêncio e alguns minutos de gargalhada, já banda está se despedindo há tanto tempo que fica muito difícil acreditar que estando todos vivos vão parar, e decidimos que o melhor era fazer uma listinha bem restritiva de três discos preferidos dos mascarados e esperar os próximos lances de Gene, Paul, Ace e quem quer que esteja com eles.

Só lembrando que é uma lista de critérios pessoais, se alguém tiver outra opinião, só colocar nos comentários, sem maiores dramas.
E ficou assim do terceiro para o primeiro.

Manú: “O KISS é uma das bandas que possui significado no que se refere a meu gosto musical. Considero a primeira grande banda da qual me tornei fã, ainda na infância.
Era costume de meu pai, depois de uma semana de trabalho, relaxar ouvindo seus vinis numa sexta-feira à noite. O encontro com o KISS veio a partir dessas “audições”, de forma quase irracional.
Com cerca de 2 anos de idade, eu requisitava sempre a mesma música: “pai, toca ‘tum-dum-dum’?”

Groo: “Conheci o Kiss durante a primeira passagem deles por aqui. E não foi pela música, creia... A campanha da igreja e algumas outras instituições contra a apresentação dos mascarados por aqui incluíam desde o manjado “são satanistas” até as pesadas acusações de que a Gene bebia sangue, pisava em pintinhos no palco e, olha só... Colocava fogo em animais de médio porte. Aquilo me causou um misto de medo e curiosidade e quando fui conferir algo dos caras, o que ouvi logo de cara? “I Love It Loud” e aquele assustador “ ôôô ô ôôô ô” com aquela bateria marcial, super pesada. E como não entendia inglês, achava que a letra devia ser intimidadora, assustadora... sei lá.


3- Um dos melhores álbuns do KISS para mim é o Destroyer de 1976.

Nele temos uma abertura arrebatadora que se tornou um dos seus clássicos, “Detroit Rock City". Ela não só contagia como dá forma para o disco. É prudente também destacar a pesada “God of Thunder”, uma das minhas favoritas de todas e a alegre, “Shout It Out Loud”.
Rock Show tinha nomes e sobrenomes no começo da carreira dos músicos (Manú)

3- Por tudo isso que contei, meu terceiro disco é Creatures Of The Night (1982).

Além da já citada “I Love It Loud” também tem a rápida faixa título e “War Machine”.
Foi um belo cartão de visitas. (Groo)

2 - Por coincidência acabei escolhendo outro álbum de 1976: Rock and Roll Over é a minha segunda escolha, a começar pela arte da capa – quando criança, achava o desenho assustador e ao mesmo tempo, intrigante.

A pegada do disco é semelhante ao que a banda havia consolidado nos três primeiros álbuns. “I Want You” abre, “Hard Luck Woman” encaminha para o fim, ambas são grandes destaques, obrigatórias nas minhas playlists, assim como “Calling Dr. Love” e “Mr. Speed”. Espetaculares! (Manú)

2 – O meu segundo, curiosamente é o primeiro dos caras: Kiss (1974).
O disco não é bem produzido e nem bem gravado, assim como a as máscaras na capa não são as definitivas, mas o disco tem uma selvageria, um peso e uma urgência que encantam.
“Strutter”, “Cold Gim”, “Fire House”, a batida com riff tribal de “Deuce” e – principalmente – “Black Diamond” são a mostra de que eles estavam chegando para marcar época. (Groo)

1 - Para quem me conhece ou entendeu o começo desse texto, já pode adivinhar qual a minha escolha de álbum favorito número um.
Embora decidir apenas três fosse desafiante, a dúvida nunca pairou no “melhor de todos”. Antes mesmo de escrever o texto, já estava na minha mente expor a minha opinião sobre “Creatures of the Night” de 1982.

A faixa “I Love it Loud” a tal mencionada no começo dessa postagem (o “tum-dum-dum” do início da música indicando as batidas da bateria) foi a minha música favorita quando eu era criança, e é o vinil que mais gosto até hoje, no auge dos meus 32 anos.
“I Love it Loud” é sensacional, te eleva e energiza, abre o lado B do disco e está sempre no setlist dos shows. Em maio, estarei num destes shows de despedida e com certeza será um momento indescritível para mim, quando tocarem a música, a trilha da minha vida.
“Creatures of the Night” é a faixa título que abre o lado A e que é também bombástica e que, com a maturidade, me fez atentar para todo o álbum. Destaques também para “Killer” e “Saint and Sinners”

Menções honrosas: “Dressed to Kill” de 1975, cuja capa é bem dicotômica e traz o hino “Rock and Roll all Night”.
“Lick It Up” de 1983, já sem as famosas makes, e cuja faixa título é a música de hard rock mais agradavelmente grudenta que conheço.
E “Love Gun” de 1977, que carrega a além do nome do álbum, a também ótima: “Christeen Sixteen”. (Manú)

1 – O meu disco preferido dos caras vai ser um tanto roubado.
É um ao vivo e, a despeito de todos os clássicos que eu poderia citar (Rock and Roll Over, Dinasty, Dressed To Kill...) este é, provavelmente o disco ao vivo que melhor capta da banda no palco em todos os tempos.
Empolgante, Alive (1975) é icônico e catapultou a banda para o lugar merecido dentro da história do rock.

A versão de “Rock´n´Roll All Nite”, finalmente com um solo, é definitiva e nem a acusação dos overdubs tira o brilho do disco. (Groo)

Se eles vão realmente se aposentar, colocar outros músicos mascarados em seu lugar e ficar apenas contabilizando os lucros, mandar hologramas para o palco, realmente não importa.
O Kiss é um dos grupos mais importantes e influentes do rock em todos os tempos e é isso que vai ficar para a posteridade

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