Vergonha de ouvir música? Bobeira... Mas tem quem tenha, acredite

Tem um meme que roda na internet que diz que não existe roqueiro quando toca Raça Negra.
O meme diz algo sobre guilty pleasure, aqueles prazeres que as pessoas só se permitem escondidinhas das vistas alheias. Músicas ou filmes que a gente gosta, mas não fala tão abertamente sobre. Todo mundo tem? Óbvio que não e chega até ser uma bobagem ter vergonha de ouvir música, ou ver filme, ler livros... Enfim... Mas é algo que existe.


O Musique-se convidou alguns amigos, jornalistas e músicos para abrir seu coração e contar os seus se é que tinham...  E claro, contamos os nossos também.
Vamos bisbilhotar?
Aproveite e conte o seu também.

Emanuele Garcia (Manú) – Musique-se
Embora não ouça mais com tanta frequência, e tenha um certo problema em ouvir as músicas mais populares, são as baladas e em especial no caso do Backstreet Boys.
Eu adoro "Incomplete", uma das únicas que permanece na minha playlist. Resquícios da minha adolescência simplesmente.

Marcos Lauro, do Orfeu Digital
Rapaz, eu nem tenho muito isso de guilty pleasure porque eu sempre, desde pequeno, ouvi de tudo. De tudo mesmo! Mas lembro que na adolescência eu tinha um CD da Laura Pausini (aquele que tinha La Solitude e tal) e não gostava muito da ideia de ter esse CD. Era brega demais aquilo. Logo, juntei com mais outro que tinha, uma dessas coletâneas de música eletrônica (dance music, na época) e troquei pelo Dookie, do Green Day.

Vander Romanini, baixista do Valfuria
Coisas de adolescente metaleiro cabrunco!! Quando todo mundo se reunia, Guns 'n Roses era o limite! Mas todos tinham uma "banda secreta"! Era aquela banda certeza que seria zuado!! Então, um dia deixei meu Walkman dando sopa... quando vi que a vaca poderia ir para o brejo, ameacei: se alguém zuar, eu conto a banda secreta de todos!!

Caio Blues do Avesso, do Extreme Sound Records
Aerosmith... Eu curtia a energia deles e ouvia as baladas todas junto com minhas ex-namoradas (risos). Só tenho um cd deles: o Honkin On Bobo, curto bastante e ainda empolgo de ver os caras ao vivo. Eu acho Aerosmith muito mais Rock n Roll que muitas outras bandas que a galera curte: tipo Def Lepard, etc..

Marco Antonio, do Surto Olímpico
Meu guilty pleasure é o Bon Jovi e só fui descobrir que era quando a galera que eu andava me zoou quando disse que ouvia. Mas essa mesma galera quando estava bêbada era só tocar “Always” cantava tudo. Vai entender...
Mais ainda penso duas vezes em falar que gosto das músicas do senhor Jovi.

Paulo Levi, publicitário
Não sei se eu tenho algum guilty pleasure em música. Tenho (e gosto) de um CD com o Cauby Peixoto e a Angela Maria, será que é por aí? Tb tenho uma gravação com o harpista alemão Jonny Teupen, que é meio cafoninha, mas é legal.
Eu gosto desse CD do Cauby porque ele é "campy". Tem uma música, em particular - a "Eu não existo sem você", do Tom Jobim - que é cantada num estilo tão over, tão pouco jobiniano que chega a ser uma coisa esplêndida em sua cafonice.

Bruno Ascari, do Som de Peso
Puxa, sem querer ser o estraga prazer, mas eu não tenho isso. Gosto de muita coisa e não tenho vergonha de nada. (risos)

Ricardo Seelig, do Collectors Room
Eu amo música. E dentro dela tenho as minhas preferências. Metal, rock clássico, o jazz imprevisível de Miles Davis, o pop de Michael Jackson. Sim, o pop. Minha coleção de discos está tomada por CDs de heavy metal, mas eu sempre amei também o pop. Música pra mim tem que ter melodia, tem que mexer com o estado de espírito, precisa fazer a gente sentir alguma coisa. E o pop faz isso como poucos.
Acho Lady Gaga genial. Adele é uma das maiores vozes da história. Uma coletânea da Madonna é obrigatória em uma coleção que se preze. Beyoncé é sensacional. Billie Eilish é uma grande revelação. E por aí vai. Não tenho guilty pleasures, assim como nunca tive vergonha em falar que o pop é tão importante na minha vida quanto o rock. Pô, o primeiro disco que tive foi o Thriller, do Michael Jackson, e com ele o vírus da música tomou conta da minha vida de maneira definitiva.
O que eu posso dizer a respeito de tudo isso é o seguinte: não existe vergonha em ouvir qualquer gênero de música, seja ele qual for. Cada um de nós tem uma relação pessoal com a música porque ela é isso mesmo: uma experiência individual, subjetiva e única.
Independente do estilo, seja lá qual for o formato, ame a música. Sempre e cada vez mais.

Luiz Felipe Carneiro, do Alta Fidelidade
Eu tô aqui pensando pra te dar uma resposta, mas eu não consigo... Outro dia eu estava em um show do Roupa Nova e recebi mensagens de várias pessoas... “Nossa, meu guilty pleasure!" E eu: mas por que? Os caras tocam tão bem e as músicas são tão bonitas! Então... Assim, se a música for boa eu gosto e não tenho tipo, sei lá, vergonha de falar... Então realmente eu não sei te responder.

Rodrigo Lara, Uol Jogos
Eu acho que Bon Jovi. Em um determinado momento, rolava uma vergonha do lado farofa e da associação, coisa de adolescente em meio a um ambiente machista, de que era “música de menina”.
Acho que ouvir abertamente foi uma questão de amadurecimento e também de enxergar qualidade musical em algo quase que totalmente comercial.

Ron Groo, do Musique-se
Eu agora não tenho vergonha que dizer que gosto de nada. Meu acervo vai de Adoniran Barbosa, Benito di Paula e Odair José até Moonspell, Ghost, Slayer, mas durante muito tempo eu tive - enfiado no fundo da minha gaveta de cds - alguns cds do Hanson... É... Eu curtia os caras cantando “MMMbop”, “If only”, “Save me”, “This Time Around”, “Penny and Me” e por ai vai.
Só superei a vergonha quando os caras vieram ao Brasil em 2017 e fizeram um show irretocável com direito até a uma versão muito boa de “Sunshine of your love”, do Cream. Os caras são bons músicos.

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