Obrigado, Max

Há exatos 46 anos, falecia devido a um ataque cardíaco Max Yasgur.
Max nasceu na cidade de Nova Yorque em 19 de dezembro de 1919 e era filho de imigrantes judeus russos.
Conservador, votava nos Republicanos e tinha estudado direito na universidade de NY, curiosamente, era partidário e defensor da guerra do Vietnã.

Em 1969 era o maior produtor de leite do condado de Condado de Sullivan onde se localiza Bethel pequena cidade da área rural do estado de Nova Iorque.
Max foi procurado por um grupo de pessoas que queriam fazer em suas terras um festival de música.
Não um festival qualquer, mas um festival de música que Max, com toda certeza, definia como “hippie”.
Foi informado que outras duas propriedades havia se negado a receber os shows, sendo que uma delas já tinha até selado um acordo com os produtores, e então ofereceu, pela quantia de cinquenta mil dólares, algumas áreas de sua fazenda.


Acordo fechado, hora da divulgação do novo local e mais problemas... Desta vez para Max: começou a receber ameaças telefônicas anônimas que diziam que iam queimá-lo vivo.
A violência e o repúdio ao festival hippie foi crescendo com a proximidade do inicio de tudo. Faixas eram erguidas por Bethel e suas redondezas com escritos como "Parem o Festival de Música Hippie de Max", "Não queremos 150.000 hippies aqui" ou "Não comprem mais leite".
Havia também, claro, e em bom número quem apoiasse tanto o festival, quando a iniciativa de Max. Estes pensavam na retomada, ou pelo menos, em uma amenizada na situação financeira da região.


Quando o festival finalmente começou, entendeu-se o tamanho do problema de infraestrutura que havia ou melhor, não havia no local.
Hospedagem, comida, água... tudo isso era muito escasso ou inexistente.
Max então fechou um acordo com alguns produtores locais para fornecer comida a preço de custo ou mesmo de graça e mandou erguer uma enorme faixa vermelha na estrada que dava acesso à cidade com “água de graça” quando soube que moradores da cidade estavam cobrando dos jovens que começavam a chegar.
Chegou mesmo a socar uma mesa enquanto perguntava como 'alguém podia querer vender água?'
Chamado ao palco durante o festival, Max foi suscinto e breve:
“Eu sou um fazendeiro. Não sei falar para um grupo de vinte pessoas, quanto mais para uma multidão como essa. Mas eu acho que vocês provaram algo ao mundo, não apenas à cidade de Bethel, ou ao Condado de Sullivan ou ao estado de Nova Iorque; vocês provaram algo ao mundo inteiro. Esta é a maior multidão que já se reuniu em algum lugar. Nós não tínhamos ideia da quantidade de gente que acabou vindo para cá e por causa disso vocês tiveram algumas necessidades como falta de água e comida. Os seus produtores tiveram um trabalho colossal para cuidar de vocês e de tudo por aqui e eles apreciariam o seu muito obrigado. Mas acima disso, vocês provaram ao mundo que meio milhão de meninos - e eu os chamo de meninos porque tenho filhos mais velhos que vocês - meio milhão de jovens podem reunir-se e ter três dias de diversão e música, e mais nada além de diversão e música. Deus os abençoe por isso!”


A esta altura espero que já saibam de quem estamos falando.
Max Yasgur é também um dos grandes responsáveis pela realização do mais lendário dos festivais de música de todos os tempos.
Sem Max, o que foi uma festa pacifica de música, poderia ter se transformado em um grande drama com proporções trágicas.
Obrigado, Max!

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