Discos para ajudar na quarentena (3) The Allman Betts Band - Down to the River (2019)

No verão de 2018, Duanne Betts, filho de Dickey Betts se juntou a Devon Allman, filho de Gregg Allman em um projeto em que tocavam covers da Allman Brothers Band e antes mesmo do fim da turnê começaram a escrever material próprio.
Com a confecção das canções em andamento, telefonaram para Berry Oakley Jr. (também filho de um dos músicos dos Allman Brothers, o baixista Berry Oakley) e formaram a base da The Allman Betts Band finalizando os trabalhos que acabaram por se tornar um álbum de sourthen rock de respeito.
Espere sim, claro, um disco fortemente influenciado pela banda dos pais, não poderia ser diferente. Vide o nome que escolheram.
Mas não vá achando que é pura e simplesmente uma cópia. Todos os envolvidos têm personalidade (e talento) o suficiente para dar a cara a tapa e lançar um disco como esse Down To The River. (BMG, 2019)
Confesso que peguei apenas por curiosidade, mas acaba que me surpreendeu demais.

A banda conta com, além do trio nas guitarras, baixo e vocais, um time de músicos muito talentosos: Johnny Stachela, guitarra e slide guitar; John Ginty, teclados; R. Scott Bryan na percussão e John Lum na bateria.
O álbum tem nove músicas (oito originais e um cover de Tom Petty) e foi produzido por Matt Ross-Spang, que já trabalhou com Rival Sons (Hollow Bones, 2016), Drive by Truckers (American Band, 2016) como engenheiro de som e fez a mixagem da trilha sonora do filme Elvis Presley The Searcher (2018),  e foi gravado nos lendários Muscle Shoals Sound Studios, de onde saíram, entre outros, Sticky Fingers, dos Stones e Slow Train Coming, de Bob Dylan.
Os destaques ficam por conta da faixa título, “Try”, ambas cantadas por Devon, que tem voz de bluesman, enquanto Duanne Betts tem o registro vocal mais assemelhado a cantores de country music, como se ouve na deliciosa “Melodies are Memories” pontilhada por intervenções de slide guitar.
“Autumn Breeze” é a que mais se assemelha (em termos de duração) ao som da banda dos pais em uma pequena jam session de pouco mais de oito minutos.
“Shinin” com seu belíssimo riff de guitarra e “Long Gone”, balada magistral que fecha o disco e tem os vocais divididos entre Devon e Duanne.
Uma estreia que leva ao menos nota 9 em uma escala de 10 e que nos deixa cheios de vontade de que novos discos venham...
E logo, porque vou dizer: este é viciante.

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