Hot 5 - as saideiras


Hora de outro hot 5 no Musique-se!
Já tivemos as músicas de abertura, as escondidinhas que são ótimas e estão no meio dos discos sem terem sido singles e os covers.
Agora é a vez das finalizações... As músicas que fecham os discos e - na maioria das vezes - dão a sensação de que qualquer coisa colocadas após elas estragaria todo o clima do álbum.
As hot 5 saideiras.

When the Levee Breaks Led Zeppelin (IV, 1971)
O disco não precisa de apresentação, a banda idem.
Bonham desce a porrada em seu kit Ludwig somado à guitarra e baixo numa levada quase hipnotizante. Para completar, uma gaita harmônica tocada por Robert Plant.

“Índios” Legião Urbana (Dois, 1986)
O teclado repetitivo e a levada do baixo fazem contraponto à batida simples (quase indigente) de Bonfá.
A letra, que até Renato Russo dizia ser difícil de decorar, é complexa e requer um tempo analisando para se entender. E mesmo tendo todo o tempo do mundo, é difícil dizer que entendeu de verdade.
A performance vocal é outro ponto alto, mas é quando termina, com alguns acordes de violão (não há guitarras na música) que se tem a exata noção do clássico que é e de como teria de ser ela a findar o álbum.
No cassete (mídia antiga e ruim que alguns querem trazer de volta à preço de diamante), havia uma versão de "Química". Por sorte, nas reedições em CD, permaneceu como no lançamento em vinil

The Thin Line Between Love & Hate Iron Maiden (Brave New World, 2000)
O disco que marca a volta de Bruce Dickinson e Adrian Smith para o Iron Maiden é sensacional como nos bons tempos.
Pesado, rápido, mas com um pé (mais tarde seriam os dois) no prog rock poderia terminar na penúltima faixa (Out of the Silent Planet), mas a Steve Harris queria massacrar a concorrência e ganhar de volta os fãs que fugiram para as montanhas quando Blaze Bayley assumiu o microfone. Então enfiou ouvido adentro um clássico não instantâneo.
The Thin line.... Tem peso, tem velocidade e uma linha melódica matadora.
E quando Dickinson faz dueto com a guitarra de Adrian na parte final da canção já estamos todos conquistados.
O Iron é mestre em fazer arrasa quarteirões para terminar seus álbuns, mas está em particular tem um valor um tanto maior por ser o retorno.

Bali Eyes Porno for Pyros (Good God´s Urge, 1999)
O segundo disco da segunda banda de Perry Farrel é uma viagem e tanto.
Lindas melodias, solos inspirados e um clima que não pode ser encontrado em outra obra de qualquer outra banda.
A música que fecha o disco lembra um fim de tarde com um pôr do sol dourado com algumas daquelas pingas coloridas.

My Melancholy BluesQueen (News of the World, 1977)
No disco de 1977 o Queen enfrentava, além das críticas de sempre, a ascensão do punk rock.
Qualquer banda teria se adaptado ao momento, mas não May, Mercury, Taylor e Deacon.
Fizeram um disco com todos os elementos que levaram a ser o que era: rocks pesados, baladas comoventes, grandiosidade, uma certa arrogância, esquisitices... Mas o fim do disco era surpreendente até para o padrão Queen.
Um clima de cabaré dos anos vinte, um piano sensual e a voz de Mercury preenchendo todos os espaços possíveis.
Taylor e Deacon completam o clima com elegância e discrição. Nem se sente falta de Brian May.

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