Musica para ler: livros legais para tempos de quarentena

É tempo de ficar em casa a gente querendo ou não.
A reclusão social neste momento é uma das armas mais poderosas para ajudar a conter o surto do vírus covid-19, aliado – obviamente – a hábitos de higiene mais apurados e constantes.
Mas o que fazer nestes dias de reclusão? Como evitar o tédio.
Bem... A internet está aí para isso mesmo, mas cansa. Sabemos que cansa.
Que tal bons livros?
Títulos fantásticos não faltam, mas aqui o assunto é música, pois não? Então que tal livros sobre música e músicos?

Vamos começar fora do rock. Certo?

Adoniran, uma biografia.
Este livro de Celso de Campos Jr. é fabuloso não só por contar a vida de um dos maiores expoentes do samba paulista com riqueza de detalhes, mas também por dar uma geral na importância da era de ouro do rádio paulista e paulistano.
A linguagem adotada por Celso traz as gírias e maneirismos comuns durante a vida de Adoniran em suas diversas fases.
Também fala sobre o surgimento e a importância dos Demônios da Garoa e sobre o mestre Osvaldo Moles, sobre quem falta um livro dedicado exclusivamente.

Mussum Forévis, samba, mé e trapalhões.
Juliano Barreto trouxe todas as faces do genial mangueirense... Desde a infância pobre, passando pelos tempos de exército onde chegou a ser cabo, o enveredamento pelo mundo da música com os Originais do Samba, que não se engane, não era um grupo gaiato, até entrar para a trupe de Didi Mocó... Tudo isso temperado com doses Antônio Carlos de Bernardes Gomes, o homem,  em um único e saboroso livro.

Blues, da lama à fama.
Para quem quer começar ou mesmo já é versado no idioma do Blues, este livro de Roberto Muggiati é obrigatório.
O livro traz pequenos perfis de gente importante dentro do estilo.
Convivem nas páginas desse pequeno glossário gigantes como B.B. King e Robert Johnson, com alguns nomes menos famosos mas tão importantes quanto como Ma Rayney, T-Bone Walker, Blind Lemon Jefferson...
Só a assinatura de Roberto Muggiati já diz muita coisa. O homem entende tudo de blues, jazz e afins.

1965, o ano mais revolucionário da música
Esse nem é sobre um personagem especifico, mas sobre um ano.
Andrew Grant Jackson nos ajuda a entender a música feita naquele ano contando sobre o que acontecia no mundo que começava a entrar em ebulição.
Beatles, The Who, luta por direitos e igualdade racial, Rolling Stones, The Birds, Vietnã.... Tudo junto e misturado.

Paz, amor e Sgt Pepper.
Como o subtítulo diz: são os bastidores do mais importante disco dos Beatles contados por ninguém menos que George Martin, o quarto beatle (ringo não conta, não me canso dessa piada.)
Curiosidades sobre a gravação de cada faixa, detalhes da produção, histórias dos fab four contadas sob a ótica de quem estava lá e ajudou a magia acontecer.

A divina comédia dos Mutantes.
Fundamental...
Esse livro de Carlos Calado conta com detalhes hilários tudo sobre a principal e mais influente banda de rock brasileiro dos anos 60 e ainda de quebra te inicia no tropicalismo e dá uma geral nos festivais de música da TV Record.3

Viva la vida tosca.
Brutal, sincero, hilário... Provavelmente é o melhor livro de memórias que você vai ler.
João Gordo narra sua vida para o jornalista André Barcisnki, um craque da escrita que condensa, dá forma e nos entrega um relato poderoso onde João fala sobre a infância, a descoberta do rock, do punk, das drogas, a entrada na MTV, seu inferno e volta por cima.

O galope do tempo: conversas com André Barcinski.
Outro trabalho de peso do jornalista que eu conheci ainda lá nos tempos da Bizz, desta vez ele formata as conversas que teve com Marcelo Nova, líder do Camisa de Vênus como se fosse uma grande sessão de terapia.
Marcelo vai contando ao sabor das perguntas de André, detalhes de sua juventude, sua relação com o pai, a descoberta da música e o poder do texto na canção, a opção meio que sem jeito pelo punk rock dos anos iniciais do Camisa e sua relação com Raul Seixas.

Minha fama de mau.
Erasmo conta de forma divertidissima histórias da sua juventude e da jovem guarda.
Também há espaço para comentar sua parceria e amizade com Roberto Carlos e passagens dificeis de sua vida.
A história do careca é de cair da cadeira rindo.

Outros tão bons e até mais fáceis de se achar.
O som e a fúria de Tim Maia e Noites Tropicais, ambos de Nelson Motta
Meninos em Fúria, de Clemente Nascimento e Marcelo Rubens Paiva.
Infinita Highway, uma carona com os Engenheiros do Hawaii, de Alexandre Luchezzi.
Nada será como antes, bio da Elis Regina escrita por Júlio Maria.
Discografia legionária, de Chris Fuscaldo...
Livros não faltam... Escolha os seus e boa diversão.

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