Editorial Musique-se: E o que você está fazendo?

Tanto Paul McCartney quanto Brian May são conhecidos (também) pela luta pela causa animal.
Dois notórios – Paul a mais tempo, Brian apenas há três meses – veganos, ambos deram declarações fortes no sentido de pensarem no consumo de carne animal como parte importante para o início da atual pandemia.

Brian, mais comedido, disse ao New Musical Express crer que esta é uma oportunidade muito boa para reavaliar o tratamento dispensado aos animais e que o veganismo seria uma opção muito válida para um novo começo de cuidados com a saúde
"-Cada vez é mais certo que comer animais não é a coisa mais adequada para a nossa saúde" – disse em referencia a possibilidade do surto der começado na cidade de Wuham, na China onde se comercializa animais vivos para o abate e preparo como morcegos e o pré histórico pangolim.
Brian também salientou, de forma muito sensata, que a decisão de se tornar vegano foi pessoal e que não fica tentando converter ninguém ao estilo de vida, porém, observou que é uma boa hora para que as pessoas repensem o assunto.
Mais radical, Paul McCartney usou palavras duras e chamou o costume chinês de venda e consumo de animais “exóticos” de: “medieval”.
Paul também classificou as “wet markets” – feiras como as de Wuham - como “anti higiênicas” e disse que seria uma ótima ideia acabar com elas. “-Não é porque algo já dura tantos anos que não são ruins... A escravidão durou tempo demais e acabou, porque as coisas precisam mudar.”
McCartney ainda sugeriu que celebridades – citando Howard Stern, a quem estava dando a entrevista – fizessem uma mobilização no sentido de pedir isso as pessoas e aos governantes. Principalmente os da China.
Ele próprio, defende há anos o “meet free Monday” onde por vontade própria as pessoas deixem de consumir carne ao menos uma vez por semana, às segundas feiras.

Além dos dois, outros músicos e artistas também adotaram o veganismo (ou o vegetarianismo que é menos radical) como conduta.
Morrissey por exemplo, chegou a cancelar shows por estarem vendendo hamburguer na lanchonete da casa de shows onde se apresentava.
Entre suas obras estão o disco Meat is Murder, ainda com os Smiths em que pinta um panorama terrível sobre a indústria da carne, os sons gravados em um abatedouro para a faixa título são perturbadores.
João Gordo, cantor do Ratos de Porão também aderiu e trata do assunto de forma bacana em seu canal do Youtube, o Panelaço, onde entrevista pessoas enquanto cozinha “rangos veganos”.
João também mantém um restaurante dedicado ao tema no Bixiga, o Central Panelaço.
Geezer Buttler, Brian Adams, Adelle, Thon Yorke. Robbie Zombie, Chrissie Hynde e Antony Kieds também pertencem ao time.

As posições tomadas tanto por um quanto por outro no caso de Paul e Brian devem ser louvadas e não atacadas. Assim como as dos demais artistas ou pessoas comuns que aderem à causa animal.
Para quem consegue se livrar do hábito alimentar da carne e ainda assim continua a consumir as proteínas necessárias a manutenção da saúde, parabéns. E, definitivamente, se não é algo que prejudica, por que criticar?


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