Fotógrafos na música: a arte de congelar a música em imagens

No último dia 15 de Maio, faleceu a artista plástica alemã Astrid Kirchherr, aos 81 anos de idade.
Astrid, dentre muitas outras qualidades e obras, deixou um dos legados mais legais aos fãs de rock de todo o mundo.

Foi ela quem primeiro fotografou uma certa banda de Liverpool antes mesmo deles se tornarem famosos em sua própria terra natal.
Durante uma temporada tocando na Alemanha no começo dos anos 1960, Astrid conheceu John, George, Paul, Pete Best e Stuart Sutcliffe por intermédio de seu namorado Klaus Voormann e entendeu a banda como rostos novos muito excitantes para se criar climas e imagens em fotografias posadas.
Assim, Astrid se tornou a primeira fotografa oficial da estética do rock and roll, sugerindo inclusive o corte de cabelo tigelinha que se tornou icônico junto aos terninhos implementados por Brian Epstein.
Kirchherr também foi a fotografa escolhida por George para fazer os cliques de seu disco Wonderwall Music, projeto de 1968.
Muitos nomes ficaram famosos por clicar os rockstars.
Alguns fizeram carreiras centradas apenas nessa modalidade, outros, já famosos, foram convidados pelos músicos para sessões de fotos que acabaram em projetos gráficos de discos, livros e afins.

Outro fotografo que ficou muito famoso clicando astros do rock foi o grande Mick Rock.
Suas lentes já registraram e eternizaram gente do calibre de Sid Barret (o projeto fotográfico de The Madcap Laughs é dele), diversos trabalhos com Lou Reed, a capa de Queen II também é um de seus trabalhos além dos Ramones, Joan Jett e David Bowie.

O norte americano Bob Gruen é outro dos queridinhos dos rock stars.
Dentre seus trabalhos mais marcantes estão Eric Clapton, Kiss e Elton John.
Bob é bastante ligado a cena glam rock e início do punk e pós punk tendo clicado os The New York Dolls, Patti Smith, The Clash, Ramones, Blondie, os Sex Pistols e algum tempo mais tarde, o Green Day.
Uma das maiores curiosidades da carreira de Bob é que é dele a sessão de fotos feitas por John Lennon em 06 de dezembro de 1980, onde John é fotografado com a camisa com a inscrição “New York City”.
Dois dias depois, Lennon seria assassinado em frente ao hotel onde morava na cidade.
Gruen também fotografou o brasileiro Supla.

Entre as mulheres se destacam Pennie Smith.
Especializada em fotografar em branco e preto, Pennie se tornou a fotografa oficial do Led Zeppelin durante as turnês dos anos 70, mas também teve em frente suas lentes os Rolling Stones, The Who e o The Sweet.
A foto da capa do disco London Calling, do Clash é dela.
Recentemente, fez ensaios com Morrysey, U2, Radiohead, The Strokes e o Oasis.

Annie Leibowitz começou trabalhando para a Rolling Stone se tornando a chefe de fotografia da publicação em 1971, cargo que ocupou até o início dos anos 80.
Se definia como uma “retratista” em essência, seu estilo ajudou a definir a cara gráfica da revista.
Dois de seus trabalhos mais famosos são a icônica foto dos The Blues Brothers (Irmãos Cara de Pau), Dan Arkroyd e John Belushi com os rostos pintados de azul e a foto de John Lennon junto à Yoko Ono na manhã do assassinato de Lennon.

Famoso como cineasta, tendo inclusive dirigido o longa Control, de 2007 sobre a vida de Ian Curtis, líder do Joy Division, Anton Corbijn é o autor das fotos que ilustram o encarte do disco Joshua Tree, do U2 lançado em 1987.

Linda Louise Eastman, mais tarde conhecida como Linda McCartney, começou a fotografar para a Town And Country Magazine e percebeu que seu trabalho teria um aumento significativo se trabalhasse com bandas de rock.
Trabalhou com os Rolling Stones, The Who, Hendrix, The Doors, Simon and Garfunkel, Bob Dylan, Aretha Franklin, Otis Redding.
Conheceu Paul McCartney quando fotografava o quarteto de Liverpool.
 Foi reconhecida nos Estados Unidos como a melhor fotógrafa mulher nos anos de 1967 e 1968, tendo publicado cinco livros de fotografias suas.

Comentários