Necessidade básica, discos que você precisa ouvir - 33 anos de The Miracle: o ínicio da despedida do Queen

The Miracle, lançado em 22/5/1989, apesar de não parecer é um dos discos mais importantes da extensa discografia e carreira do Queen.
Nem tanto pelo track list, que tem ótimos momentos sim, como os pesos pesados “I Want It All” e “Was It All Worth It” ou a balada sentimental e esperançosa que é a faixa título e seu emocionante vídeo clipe.Mas por ser o primeiro registro do grupo em que todas as músicas são creditadas ao grupo e também ser o primeiro após Freddie começar a apresentar sintomas do HIV.Quem conhece a história da banda (não por aquele filme horrendo) sabe que as brigas por conta de royalts dos lados A de compactos eram frequentes.Roger Taylor ficando trancado em uma sala para que sua “I´m in love with My Car” fosse lançada como single é famosa.Embora seja possível encontrar listas dizendo quem fez o que, no selo do disco não há crédito aos compositores, mas à banda toda como que dizendo: “estamos unidos, mais que nunca”. Isso explica também a capa, um negócio esquisito, mas que carrega em si toda a simbologia do momento atual vivido pela banda.

Após o lançamento de A Kind of Magic, de 1986 e da extensa turnê que se seguiu, a banda ouviu de Freddie que ele não queria mais excursionar.
A banda, ciente do que acontecia, acatou e não divulgou nada a respeito. Nem da doença de Freddie e nem o fato de que não haveria mais shows.
Freddie, diagnosticado com HIV, se sentia cansado demais e já começava a mostrar os sintomas da doença e começou então a se preservar sumindo da mídia.
A gravação de um álbum com Monserrat Caballé e canção para as olimpíadas de Barcelona tinham sido seus últimos trabalhos públicos e então a banda voltou aos estúdios para registrar o próximo disco.
Lá, Freddie expôs sua real condição de saúde e fez um pedido: “Vamos compor e gravar o máximo que pudermos”.
E assim foi feito.
The Miracle é o primeiro dos três discos gravados nesse esforço, sendo que o último (Made in Heaven, 1995) só traz quatro canções feitas nestas sessões efetivamente e o que contou com Freddie em melhor saúde.

Não havia para o grande público e fãs nem sinal de que estivesse doente, afinal, Freddie estava cantando como nunca no disco, mas a falta de datas de shows incomodava.
Havia grande curiosidade de como ficariam no palco canções como “Breaktrhu”, que foi lançada em single ou a dançante “Invisible Man” que a princípio, seria o título original do disco, sendo mudado apenas três semanas antes do lançamento.

O álbum foi considerado pela crítica o melhor da banda desde The Game de 1980, porém, em sua obra Complete Queen, Georg Purvis diz que as duas faixas gêmeas da abertura do disco são: “as piores faixas já gravadas pela banda”.
Nem tanto ao céu e nem tanto a terra.
The Miracle é um disco honesto em que a banda retoma os climas pesados dos anos 70, mas sem abandonar a veia pop adotada nos anos 80 se utilizando da tecnologia disponível para modernizar seu som.
O disco rendeu cinco singles e cinco vídeo clipes e alcançou o primeiro lugar dos charts de mais vendidos em cinco países.

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