Os nonos da Ultimate Classic Rock

A Ultimate Classic Rock está completando nove anos e para comemorar está lançando alguns textos relativos ao número nove na música.
Assim, tivemos lá uma lista de músicas com o número 9 no título sendo explicadas (daquele jeito...) e um outro, muito listando cinquenta discos quer foram o nono álbum de inéditas de cinquenta bandas.
A publicação esclarece que o nono álbum é uma marca que nem todas as bandas atingem, um sinal de longevidade que mostra estabilidade na carreira e que permite que o artista tenha uma maior liberdade artística, mas que também não é raro que marque alguma acomodação.
Casos como o do AC/DC, que tiveram edições diferentes de seus discos lançados em sua terra natal e outras fora de lá, foram contados como uma só edição e foram excluídos, obviamente, coletâneas e discos ao vivo.
Porém, alguns nonos discos foram trilha sonoras e estes foram contados como álbuns de carreira, como é o caso do Queen (Flash Gordon, 1980), dos Kinks (Percy, 1971), assim como alguns álbuns de cover, como Under Cover, do Ozzy Osbourne de 2005.
Abaixo, vamos listar, alguns dos discos que além de serem o nono de cada artista, foram um marco em suas carreiras, para o bem ou para o mal.
Enjoy it.


Black Sabbath, Heaven and Hell, 1980

Depois de grava o confuso Never Say Die e da saída de Ozzy, até os fãs mais xiitas da banda tinham percebido que não havia mais muita química entre o vocalista e a banda.
Ozzy foi para os EUA gravar seu primeiro solo (o ótimo Blizzard of Ozz) enquanto Iommi convidou Ronnie James Dio e partiu para o nono disco do Sabbath.
E que surpresa.
O estilo vocal de Dio revigorou até os riffs de Iommi dando uma direção diferente à música da banda. Sem contudo, deixar de ser pesada e instigante.

David Bowie – Young Americans, 1975

Bowie nunca foi um artista que se acomodasse.
Durante sua carreira incorporou diversas personas distintas que refletiram em sua música de forma direta.
Seja o glam rocker brilhante da fase Ziggy Stardust, ou Thin White Duke dos tempos te Station To Station.
Mas com Young Americans, seu nono disco, David atingiu em cheio quem gostava de soul e r&b.
O disco frequentou lugares bem altos nas paradas americanas.

Bob Dylan, Nashiville Skyline, 1969

Bob mergulhou de cabeça no country music americano indo para o templo do estilo, Nashiville gravar este álbum em quatro dias.
Canções como “Lay, Lady, Lay” e “The Girls of the North Country” (esta com Jonnhy Cash) se tornaram clássicos eternos dentro de sua obra.
Poético e melódico, o disco não só ultrapassou um milhão de cópias vendidas como também abriu as portas para outros artistas explorarem o estilo como os Allman Brothers e os Eagles.


Iron Maiden, Fear of the Dark, 1992

A banda estava desgastada em suas relações.
Bruce e Steve não andavam se bicando muito o que, após o lançamento do álbum e de sua respectiva turnê, culminou na saída do vocalista.
Mas o disco é surpreendentemente bom, apesar do clima.
E ainda rendeu um hit supremo para o set list dos shows.
A faixa título nunca mais saiu dos shows e aparece em todo disco ao vivo da banda após seu lançamento.

Jethro Tull, Too Old to Rock and Roll, Too Young to Die, 1976

Apesar da faixa título, que é um grande clássico da banda, o disco conceitual de 1976 do Tull não agradou os críticos e, pior ainda, nem os fãs.
O disco chegou apenas na décima quarta posição da Bilboard se tornando um dos piores resultados da banda em anos.

Kiss, Music from the Elder, 1981

O Kiss também não se deu muito bem com seu nono disco, seja por ter composições mais rebuscadas do que estavam acostumados seus fãs, seja por ser um disco conceitual, o que também não é usual em sua carreira.
Se os discos anteriores tentaram aproximar a banda do som pop em voga na época, Music from the Elder era, na ideia de Simmons e Stanley, a hora de voltar ao básico, mas a contratação do produtor Bob Ezrin (que havia produzido recentemente The Wall, do Pink Floyd) acabou por se mostrar uma grande furada.
Músicas complicadas, repletas de instrumentos de sopro, um conceito confuso inspirado no Senhor dos anéis” fez com que o disco fracassasse no intento, mas, depois de alguns anos, tornou-se um disco cult, com um grupo fiel de adoradores até mesmo fora dos fãs do Kiss.

Paul McCartney, Back to The Egg, 1979

Para chegar ao nono disco, a UCR teve que contar a estreia solo de Paul em 1970 e incluir aí os álbuns da fase Wings, assim, o nono disco recai sobre Back To Egg em que Paul resolve experimentar novas linguagens de estilo como a new wave e até o punk.
O disco vendeu muito bem (como aliás tudo que leva o nome de Paul), mas teve apenas um single e esse não passou do top 20 (“Getting Closer”).
Ao menos, o álbum tinha “Rockestra Theme” em que Paul dividiu a faixa com algumas estrelas do rock como John Paul Jones e John Bonham, David Gilmour e Pete Townshend.

Metallica, Death Magnetic, 2008

Depois de tentativas de reinventar seu som que nem sempre foram bem entendidas à época, o Metallica surgiu com seu nono álbum e uma tentativa, bem sucedida, de voltar às raízes.
Death Magnetic tinha guitarras fortes, riffs bem construídos e uma energia bem próxima ao thrash metal do começo da carreira, mas ainda assim, com a pegada pop que o Black Álbum havia introduzido com sucesso.

Rolling Stones, Beggars Banquet, 1968

Os Stones se reinventaram em 1968 e este disco é o grande responsável.
Depois da tentativa de fazer um disco psicodélico (Their Satanic Majesties Request) a banda quis retornar ao som que vinha fazendo com influência do blues, mas apostando alto na introdução de outras influencias como o country e ritmos latinos.
“Simpathy for the Devil”, “Stray Cat Blues”, “Dear Doctor”, “Street Fighting Man” e o hino da classe trabalhadora (sim e isso que é) “Salt of Earth” mostram a banda em uma fase virtuose ainda não vista na carreira. Também marca o último trabalho integral de Brian Jones com a banda, no próximo, só tocaria efetivamente em uma faixa antes de ser encontrado morto em sua piscina.

Rush, Signals, 1982

Não tão bem sucedido como Moving Pictures ou Permanent Waves, este disco do Rush mostra um refinamento ainda maior da receita prog/pop/metal à que a banda vinha se propondo.
“Subdivisions” e “Digital Man” se tornaram grandes sucessos e são amadas pelos fãs do Rush até hoje.

Pink Floyd, Wish You Were Here, 1975

Uma banda comum tenderia a fazer uma continuação de seu disco de maior sucesso no próximo lançamento.
Mas aqui é Pink Floyd e se o termo “progressivo” existe, é porque a banda deu sentido à sua existência.
O Floyd então evoluiu e progrediu para seu nono álbum e soltou outra obra prima.
“Shine on You Crazy Diamond”, “Have a Cigar”, “Welcome to the Machines” e a balada arrasa quarteirão da faixa título não lembram em nada, absolutamente nada, o clássico Dark Side of The Moon.
Sorte a nossa.

Também fazem parte desta lista o Magical Mistery Tour, dos Beatles, Captain Fantastic and the Brown dirt Cowboy de Elton John, Stormbringer do Deep Purple e algumas coisas horrorosas como Yeah do Def Leppard e Flick of the Switch do AC/DC.
A matéria completa pode ser lida no original neste link >> Ninth Albums From 50 of Rock’s Biggest Artist 

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