Raul, 75 - por Paulo Tohmé

Raul, Raulzito, estaria completando 75 anos hoje.
Não cabe aqui descrever sua discografia, as polêmicas com o parceiro Paulo Coelho, sua participação na luta contra a repressão, nem a sua utópica Sociedade Alternativa. Tudo isso já foi muito bem (ou mal) explorado em centenas, talvez milhares de artigos, entrevistas, biografias. Enfim, o material é farto.
Basta pesquisar.

O genial baiano, poeta, cantor, compositor, artista, marido, pai e ídolo das massas, deixou grande legado à música, ao pegar o trem, há mais de 3 décadas
Raul é antagonismo puro.
Letras de fácil compreensão e difícil interpretação.
Agrada o letrado e o analfabeto. Sua música atinge o rico e o miserável.
Todos, de alguma forma, se identificam com o Pai do Rock.
Quem mais misturaria Rock com Baião? Só um gênio.
Um criador atemporal. Tão atemporal quanto seus fãs.

Raul nunca se curvou aos barões da indústria fonográfica? Errado.
Esteve presente em grandes gravadoras, participava de programas de televisão, fez até especial da Globo com o incrível Plunct-Plact-Zum.

Isso não o torna menor ou mesmo traidor do sistema.
Tais contatos e contratos, apenas ajudaram a levar sua inesquecível obra a um número muito maior de pessoas.
Raul odiava a escola e ainda criança fumava e bebia como adulto.
Chocava Salvador, chocava a Bahia e chocou o Brasil.
Não queria a mesmice, odiava a idiotice. Era um louco, performático e anarquista.
Ao mesmo tempo tímido, amável, quase uma careta.

Raul não poderia envelhecer. Tal qual Joplin e Hendrix.
Ficou nesse plano, o tempo necessário: 44 anos de vida intensa, muitas vezes dura. Ensinando a pensar e a contestar.
Parabéns pelos seus 75 anos.
Você é imortal.
TOCA RAUL.

Paulo Tohmé é advogado, mantém o blog Minis no Mundo
E é fã do Raul desde sempre.

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