Sugestão: Filmes para o Dia dos Namorados


Hoje é Dia dos Namorados, data em que muito solteiro sofre, mas muito "enamorado"que tem escorpião no bolso, também! rsrsrsrs...

Montamos aqui, para essa data nacional, cinco sugestões de filmes românticos cujo pano de fundo do casal protagonista, envolva música! Tentamos fugir dos exemplos mais clichês e esperamos agradar com as dicas de longas legais para assistirem com seus "amorecos".

Namorada de Aluguel

Em 1987, estreava nos cinemas Can’t Buy Me Love - um longa dirigido por Steve Rach.
Mas não, ele não era um filme sobre a canção-título dos Beatles. De forma um tanto sagaz, os produtores incluíram a música em questão como tema do casal do filme, mas apenas a ideia da letra engata a premissa da narrativa:
Ronald Miller é um jovem que cansou de ser visto como perdedor na escola. Quando uma menina popular precisa comprar um vestido, ele vê a oportunidade de pagar a ela para se passe por sua namorada. Com o dinheiro reservado para comprar um telescópio, ele compra a garota, e a partir de então, Ronald vive dilemas: sofre um bocado para se enturmar com os populares e lida também com uma paixão que se mostra infrutífera.
Aqui no Brasil, o filme veio com um título aportuguesado e meio spoiler: Namorada de Aluguel trouxe Patrick Dempsey para os holofotes, antes mesmo de ser o galã que arrancava suspiros no seriado Grey’s Anatomy. Ele já era bem simpático nos anos 80, pessoal!
Em seu papel como Ronald, um nerd que, por meio de um "suborno" se exibe com uma garota bonita e popular, acaba por escancarar a hipocrisia de jovens adolescentes americanos nos corredores da escola. 
Uma das cenas mais legais do filme é quando Ronald vai comparecer ao baile da escola, mas como é um desajustado, procura aprender a dançar assistindo um programa de TV aleatório. Sem saber que se tratava de um programa cultural, ele copia os passos típicos de uma dança de uma tribo africana,  e no baile, faz sucesso entre os colegas  "burros bullies".


A cena é muito engraçada e além dela, há boas pequenas piadas no longa. Como todas comédias românticas dos anos 80, Namorada de Aluguel é simples, não enche os olhos (nem de lágrimas), mas é bem divertido e leve.

► Onde assistir: Dá para conferir o filme completo (só que dublado) no YouTube, gratuitamente. É só procurar!

10 Coisas que eu Odeio em Você

O título não é nem de longe convidativo e o enredo (talvez) muito menos. Bianca Stratford é bonita e popular, mas não pode namorar antes de sua irmã mais velha - regra imposta pelo seu pai protetor. Um garoto da escola está muito interessando em Bianca e o empecilho é que nenhum cara consegue chegar perto da irmã mais velha dela, Kat. Para resolver a situação, ele monta um plano e "suborna" um estudante com passado misterioso para sair com Kat e, quem sabe, tentar conquistá-la.
O tema do "pagar para sair com alguém" é retomado 12 anos depois do Namorada de Aluguel. Nos dois, a gente já advinha que, apesar da situação comprometedora, vai dar em casal, com certeza, como um típico filme romântico adolescente.
Ao começar a assistir 10 Coisas que eu Odeio em Você, essa premissa - filme romântico adolescente - passa a ser uma certeza. Mas o filme não é de todo ruim; é apenas uma adaptação (muito moderna) de A Megera Domada de William Shakespeare, e que conta com vários pequenos clichês que, são necessários para a fluidez do gênero nas telonas.
O longa é de 1999, dirigido por Gil Gunger (que estreava na direção justamente com esse filme) e estrelados por Julia Stiles (como Kat) e Heath Ledger (como Patrick Verona).
Claro que a história perde a áurea considerada "machista" da obra do século XVI. É meio anacrônico pensar em machismo para uma obra do Shakespeare, mas hoje em dia, nada escapa dos rótulos (mesmo que sejam infundados ou simplesmente "burros").  Na adaptação, feita por duas roteiristas alguns pontos tomaram proporções diferentes. Seguindo o tom da megera Kat não é tão megera e Verona, que não é simplesmente um rústico bruto, aos poucos um vai criando interesse pelo outro como jovens contemporâneos comuns.No começo eles até se estranham, mas o cara - sempre um banana - logo se empolga com o desafio da conquista. 

Sabendo que Kat gosta muito de música e até mesmo, toca guitarra e ouve bandas pós punk composta de mulheres, Patrick aparece na sua aula de educação física e faz uma bela apresentação de conquista para a "rancorosa" moça, cantando Can’t Take My Eyes Off You de Frankie Valli.


Esse foi o primeiro filme em solo americano do australiano Heath Ledger. O cara desbancou os galãs da época - Ashton Kutcher e Josh Hartnett - para viver Patrick Verona,  arrancou suspiros, e conquistou corações não só o da Kat, mas também de muitas menininhas por aí, que eu bem sei. Heath, no entanto, nunca foi do tipo que fazia questão da típica fama hollywoodiana, filmes comerciais, caça bilheterias. Mas esse, foi a sua primeira e única tentativa de se enquadrar nesses moldes, e faz valer o tempo gasto assistindo o filme, no todo, simples.

► Onde assistir: 10 Coisas que eu Odeio em Você está no catálogo da Netflix.  


Romeu + Julieta 

E por falar em adaptações modernas obras do Shakespeare, nada mais justo do que lembrar do casal trágico mais conhecido do mundo da literatura: Romeu e Julieta.
Mas não, não vou sugerir que assistam a versão adaptada de 1968 de Franco Zeffirelli. Apesar de "cult", com uma bela fotografia, belos figurinos e uma dramaturgia clássica, este pode soar chato e talvez sonolento – especialmente pela sua duração: são 2 horas e 29 minutos de declamações e "sofrências", tal qual a peça. 
A sugestão aqui é a interpretação moderna feita por Baz Luhrmann lançada em 1996. Estrelado por Leonardo DiCaprio - no auge da sua beleza -  e a meiga Claire Danes, o filme foi um "arrasa quarteirão" na época, tanto que trouxe Leo, de novo, para um papel romântico, dois anos depois, para fazer o Jack no Titanic. Esse sim, que filme chato!

O que Baz fez de inovador no Romeu + Julieta já que estamos carecas de saber a sua história? Copiou e colou as falas eruditas idênticas aos do livro de Shakespeare, misturou a um visual contemporâneo com influência tradicional, e teve como resultado,  espectadores arrebatados.
Na sua versão, Romeo usa roupas de praia já que vive na cidade fictícia de Verona Beach. As armas são revolveres com marcas "sword" (espada, em inglês) e as famílias rivais – Montequios e Capuletos – são magnatas empresariais, morando em prédios de concreto.
Com jogadas de câmera rápidas, closes calculados e encaixes de músicas pop que deu ao filme um tom de videoclipe, Baz escreveu seu nome em Hollywood e fez disso tudo, marca registrada de seus filmes que enchem os olhos de tão vívidos que são.
A música não é só um pano de fundo, mas um adereço especial no filme e age como personagem tão necessário quanto os atores.  Na trilha, há canções de Garbage, The Cardigans, Radiohead Des’ree e Kym Mazele. No último caso, cantora emprestou a voz da canção Young Hearts Run Free para a parte mais "MTV" do filme. Embora isso soe negativo, garanto que não é. Romeu e seus amigos vão para a festa à fantasia  dos Capuleto e sob efeito de êxtase ele vê seu amigo Mercucio numa incrível performance: O ator Harold Perrineau Jr. encarna uma espécie de "Mercucio transexual" – vestido de mulher com um bustiê branco, mini-saia, cinta-liga, meias ¾ e salto alto, além de batom vermelho, sombra brilhante nos olhos e uma peruca Black Power de fios brancos – ele dança em território rival sem pudor e animando os convidados.


Logo depois Romeu encontra a jovem Julieta, mas toda a troca de olhares e flerte ocorre através de um aquário, com ela vestida de anjo. A cena da sacada, é substituída, com o mesmo diálogo original, só que na piscina. Emblemático!


► Onde assistir: Em sites online e de streaming. No JustWatch há algumas opções.

Moulin Rouge - Amor em Vermelho 

Aproveitando que citamos de Baz Luhrmann, nada mais justo de mencionar um dos filmes mais espetaculares que ele fez, centrado também no visual moderno com influências tradicionais, e um casal formidável que (morre) de amores, um pelo outro: Moulin Rouge!
O enredo do filme é essencialmente inspirado em três óperas: 
La bohème de Giacomo Puccini;
La traviata de Giuseppe Verdi;
e Orphée aux enfers de Jacques Offenbach (esta última, inspirada no mito grego antigo de Orfeu e Eurídice).

A história se passa em 1899 e gira em torno de um jovem poeta, Christian (interpretado pelo ótimo Ewan McGregor), que desafia a autoridade do pai ao se mudar para Montmartre, em Paris, considerado um lugar amoral, boêmio e onde todos são viciados em absinto. Lá, ele é acolhido por Toulouse-Lautrec (John Leguizamo) e seus amigos, cujas vidas são centradas em Moulin Rouge, um salão de dança, um clube noturno e um bordel requintado. Lá, Christian se apaixona pela mais bela cortesã do Moulin Rouge, Satine (feita pela Nicole Kidman).
O filme é um musical, e os atores emprestam as suas vozes em canções populares exibidas no longa com novas roupagens. McGregor, por exemplo, interpreta Your Song de Elton John de forma magnífica:


Que coisa bonita, não?
Pois o filme é um deleite e a trilha sonora é bem diversificada. Ainda tem uma brincadeirinha com várias músicas famosas que falam de amor – desde All You Need Is Love dos Beatles, I Was Made For Loving You do KISS até Pride do U2:



Há um empecilho: algumas pessoas não gostam de musicais. Talvez, com alguma razão. Eu particularmente, prefiro musicais biográficos, mas nem todos, são excelentes e imperdíveis. No caso de Moulin Rouge, não gostar de jeito nenhum é compreensível. Mas na boa? É melhor que La La Land (para citar um exemplo tradicionalista) e Nasce Uma Estrela  miiiiil vezes...

► Onde assistir: Está disponível no Google Play

Sing Street – Música e Sonho é um filme recente, de 2016 e fecha a nossa conta de sugestões para hoje a também para o fim de semana. 

Conor encontra um raio de esperança em sua vida monótona quando conhece a misteriosa Raphina. A fim de ganhar seu coração, ele a convida para estrelar o vídeo musical de sua banda. Há apenas um problema: ele ainda não faz parte dela. 
John Carney, o diretor e o roteirista colocou o jovem-ator Ferdia Walsh-Peelo para ser Conor e encarnar o estereótipo do rockstar que pode ter um mar de mulheres aos seus pés. Só que é o seguinte, Conor só se interessou por uma dessas moças. 
Assim que ele toma coragem, fala com Raphina - a garota dos seus sonhos e no meio da conversa, ele conta que tem uma banda. Para sair bem na conquista,  ele a chama para estrelar o vídeo, e às pressas, reúne amigos para de fato, montar a banda que ele disse que tinha. Juntos, os garotos começam a tocar e Conor a compor, tudo para que faça sentido e Raphina acredite que eram, de fato, músicos. É entusiasmado o quanto eles saem bem no processo.
Como mentor do plano, Conor tem o exemplo do irmão, que de alguma forma ajuda ele a criar o "personagem" de líder e cantor de uma banda. A narrativa se passa em 1985, e consta na trilha sonora sons comuns da época: Motörhead, The Cure e até Duran Duran.  É um filme muito bacana e  bem honesto.
Querem saber se Conor consegue ficar com a Raphina?
Não vou contar... Vocês vão ter que assistir!
Abaixo, o trailer oficial:


► Onde assistir: Mais um disponível no catálogo da Netflix e volta e meia, passa também nos canais da Telecine.

Abraços afáveis e feliz Dia dos Namorados!

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