Billie Eilish tem a aparência desses adolescentes aporrinhantes e malas que habitam as redes sociais.
E até faz música para esse público, mas quando se trata de se posicionar e fazer uso dos seus mais de sessenta milhões de seguidores nas redes sociais ela dá um banho de vitalidade, inteligência e bom senso.
Billie fez um poderoso desabafo em relação aos protestos que tomam conta dos EUA após a polícia assassinar (não há outro termo) um homem negro de 46 anos de idade chamado George Floyd sufocado em frente câmeras de tv e público que passava.
A cidade de Mineápolis começou a arder em chamas desde o acontecimento e os protestos se espalharam pelo país todo acirrando a discussão sobre o recrudescimento do racismo nos EUA na era Trump.
Billie ficou irritada, e com razão, com a relativização por parte da sociedade americana quanto ao movimento Black Lives Matter levantando a hashtag “all lives matter”.
“O slogan do #blacklivesmatter não significa que as outras vidas não importam. Ele simplesmente chama a atenção para o fato de que claramente a sociedade acha que vidas negras não importam.” – disse e completou – “ninguém está dizendo que a sua vida não é difícil. Ninguém está dizendo literalmente qualquer coisa sobre você, então pare de tornar todas as coisas um assunto sobre você. Vocês não estão passando necessidade e não estão correndo perigo”
E terminou sua postagem com a hashtag #justiceforgeorgefloyd.
Em uma fala muito sintomática e carregada de simbolismo, o ator e rapper Will Smith.
Will disse em uma de suas postagens no twiter que: “O racismo nos EUA não está piorando, só está sendo filmado.”
E ele tem toda razão...
Floyd não é o primeiro jovem negro morto pelas forças policiais de forma brutal e em frente ao público.
Em 2014, Eric Garner foi assassinado de forma semelhante e seu agressor acabou inocentado com a justificativa de que não havia evidencias de violência.
Havia um vídeo...
Pouco tempo antes, outro jovem negro, Michael Brown, havia sido abatido à tiros pela polícia. E esses também foram inocentados.
Logo, a fala de Will Smith é tristemente apenas um novo recorte de uma realidade que ele próprio já havia abordado algumas vezes em sua carreira.
Na série que o catapultou à fama, Fresh Prince of Bell Air em um dos episódios havia uma cena em que seu parceiro na série e na música, o DJ Jazzy Jeff ia depor no tribunal e o fazia com as duas mãos erguidas e quando pedido que abaixasse as mãos dizia: “De jeito nenhum... Ele está armado e a próxima atitude é me dar seis tiros de advertência pelas costas.”
Era a constatação de que a violência e o racismo no país é algo sistemático e aceito por uma parcela da população branca como coisa “normal”.
Daí vem o movimento Black Lives Matter que começou com os protestos pacíficos de astros do esporte americano como Collin Kaepernick, que se ajoelhava durante o hino nacional antes dos jogos da liga nacional de football.
Por conta disso, acabou tendo diversas dificuldades em renovar seu contrato e até mesmo para encontrar um novo time para continuar sua carreira.
Não é exagero dizer que por conta de seus protestos, teve sua carreira sabotada pela liga.
Kyrie Irving e Lebron James exibiram em camisetas os dizeres "I can´t breathe", que foram as últimas palavras de Eric Garner (referido ai em cima) pouco antes de jogos que iriam ao ar em rede nacional.
Com a repetição continua dos casos de violência contra a população negra (e pobre) do país e o descaso do governo, as tensões e os protestos violentos explodiram e tomaram conta das ruas.
Infelizmente, nem assim a sociedade acorda para o problema.
E não é só lá: Aqui no Brasil há poucas semanas João Pedro Mattos Pinto, de apenas 14 anos e morador de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro foi morto com um tiro de fuzil dentro da casa de familiares.
Aqui, nos dias que se seguiram ao assassinato quem foi às ruas em protesto foram os que, se não apoiam, também não se importam com a matança.
E na contramão do bom senso, a polícia ainda os protegeu.
Eu sou branco, tenho olhos claros, nunca sofri racismo - embora tenha visto pessoalmente muitos casos com gente do meu convívio e estima - e sei que não é meu local de fala enumerar problemas de quem sofre com essa aberração do pensamento humano. Ou da falta dele.
Mas foi exatamente por isso que quis me posicionar.
Racismo é crime e combater tem que ser uma luta de todos.
E parafraseando fala atribuída à Leroy Eldridge Cleaver: “Se você não é parte da solução, então é parte do problema".
Omissão não é opção.
E até faz música para esse público, mas quando se trata de se posicionar e fazer uso dos seus mais de sessenta milhões de seguidores nas redes sociais ela dá um banho de vitalidade, inteligência e bom senso.
Billie fez um poderoso desabafo em relação aos protestos que tomam conta dos EUA após a polícia assassinar (não há outro termo) um homem negro de 46 anos de idade chamado George Floyd sufocado em frente câmeras de tv e público que passava.
A cidade de Mineápolis começou a arder em chamas desde o acontecimento e os protestos se espalharam pelo país todo acirrando a discussão sobre o recrudescimento do racismo nos EUA na era Trump.
Billie ficou irritada, e com razão, com a relativização por parte da sociedade americana quanto ao movimento Black Lives Matter levantando a hashtag “all lives matter”.
“O slogan do #blacklivesmatter não significa que as outras vidas não importam. Ele simplesmente chama a atenção para o fato de que claramente a sociedade acha que vidas negras não importam.” – disse e completou – “ninguém está dizendo que a sua vida não é difícil. Ninguém está dizendo literalmente qualquer coisa sobre você, então pare de tornar todas as coisas um assunto sobre você. Vocês não estão passando necessidade e não estão correndo perigo”
E terminou sua postagem com a hashtag #justiceforgeorgefloyd.
Em uma fala muito sintomática e carregada de simbolismo, o ator e rapper Will Smith.
Will disse em uma de suas postagens no twiter que: “O racismo nos EUA não está piorando, só está sendo filmado.”
E ele tem toda razão...
Floyd não é o primeiro jovem negro morto pelas forças policiais de forma brutal e em frente ao público.
Em 2014, Eric Garner foi assassinado de forma semelhante e seu agressor acabou inocentado com a justificativa de que não havia evidencias de violência.
Havia um vídeo...
Pouco tempo antes, outro jovem negro, Michael Brown, havia sido abatido à tiros pela polícia. E esses também foram inocentados.
Logo, a fala de Will Smith é tristemente apenas um novo recorte de uma realidade que ele próprio já havia abordado algumas vezes em sua carreira.
Na série que o catapultou à fama, Fresh Prince of Bell Air em um dos episódios havia uma cena em que seu parceiro na série e na música, o DJ Jazzy Jeff ia depor no tribunal e o fazia com as duas mãos erguidas e quando pedido que abaixasse as mãos dizia: “De jeito nenhum... Ele está armado e a próxima atitude é me dar seis tiros de advertência pelas costas.”
Era a constatação de que a violência e o racismo no país é algo sistemático e aceito por uma parcela da população branca como coisa “normal”.
Daí vem o movimento Black Lives Matter que começou com os protestos pacíficos de astros do esporte americano como Collin Kaepernick, que se ajoelhava durante o hino nacional antes dos jogos da liga nacional de football.
Por conta disso, acabou tendo diversas dificuldades em renovar seu contrato e até mesmo para encontrar um novo time para continuar sua carreira.
Não é exagero dizer que por conta de seus protestos, teve sua carreira sabotada pela liga.
Kyrie Irving e Lebron James exibiram em camisetas os dizeres "I can´t breathe", que foram as últimas palavras de Eric Garner (referido ai em cima) pouco antes de jogos que iriam ao ar em rede nacional.
Com a repetição continua dos casos de violência contra a população negra (e pobre) do país e o descaso do governo, as tensões e os protestos violentos explodiram e tomaram conta das ruas.
Infelizmente, nem assim a sociedade acorda para o problema.
E não é só lá: Aqui no Brasil há poucas semanas João Pedro Mattos Pinto, de apenas 14 anos e morador de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro foi morto com um tiro de fuzil dentro da casa de familiares.
Aqui, nos dias que se seguiram ao assassinato quem foi às ruas em protesto foram os que, se não apoiam, também não se importam com a matança.
E na contramão do bom senso, a polícia ainda os protegeu.
Eu sou branco, tenho olhos claros, nunca sofri racismo - embora tenha visto pessoalmente muitos casos com gente do meu convívio e estima - e sei que não é meu local de fala enumerar problemas de quem sofre com essa aberração do pensamento humano. Ou da falta dele.
Mas foi exatamente por isso que quis me posicionar.
Racismo é crime e combater tem que ser uma luta de todos.
E parafraseando fala atribuída à Leroy Eldridge Cleaver: “Se você não é parte da solução, então é parte do problema".
Omissão não é opção.
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