105 anos de Willie Dixon, o maior compositor do blues moderno

Willie Dixon não era só um grande compositor de blues, mas era também um homem de enorme esperteza e jogo de cintura.
Nascido em 1 de julho de 1915, não era um grande músico... Tocava contrabaixo, mas mesmo seus melhores amigos o descreviam como apenas razoável no instrumento, e claro, compunha...
E compunha como ninguém!

Em sua primeira passagem pela Chess Records, encontrou uma forma sui generis de emplacar suas composições com as duas maiores estrelas da gravadora
Como Muddy Waters e Howlin Wolf não se davam bem – na verdade se detestavam – estavam sempre acusando Willie de não lhes passar as melhores canções ou mais adequadas para seus estilos, voz ou personagem.

Dixon, bonachão e amigo de todo mundo tinha um ótimo trânsito com os dois e sob a complacência de Leonard Chess, dono da gravadora, tinha um estratagema para contornar as situações e ainda garantir que suas canções fossem aceitas pelos dois brigões.
Quando escrevia uma canção que pensava ser mais do estilo de Muddy, por exemplo, apresentava a ele dizendo:
-Muddy, olha só a música que fiz para o Wolf! Vai ficar perfeita na voz dele...
-Por que para o Wolf? Eu quero essa para mim...
Quando a canção era para Howlin...
-Mostre esta para o Muddy, ele gostou tanto que disse que vai gravar imediatamente...
-Só se eu deixar... -dizia Wolf.
E assim garantia os trocados de direitos autorais e grande exposição de seu nome.

Willie deu uma definição ao blues que foi além da música.
Ele disse: “Os blues são as raízes e as outras músicas são os frutos. É bom manter as raízes vivas porque isto significa melhores frutos para o futuro. O blues existirá sempre, porque o blues é a raiz da música americana. Enquanto a música americana sobreviver, o blues também sobreviverá.”

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