No último sábado, o álbum Back in
Black do AC/DC completou 40 anos.
Hoje vamos comentar aqui no
Musique-se sobre esse belo disco, sobre os detalhes que o compõe e comentários sobre as faixas.
Back in Black (algo como "de
volta do luto") é o título desse sétimo disco em menção à morte prematura
de Bon Scott, o até então vocalista da banda australiana.
Em decorrência de um abuso
excessivo de álcool, Scott "apagou" no banco de trás do carro de um
amigo e foi deixado lá passando a noite, quando o tal "amigo" (quem
precisaria de um amigo destes?) não conseguiu levá-lo para o apartamento. Na
manhã seguinte, o cara encontrou Bon Scott congelado no carro e já morto. Nos
noticiários informavam que as causas da morte foram uma overdose, sufocamento
por vômito, crises de asma e congelamento. Scott tinha 33 anos na ocasião (19
de fevereiro de 1980).
A arte da capa, como podem ver na
foto acima, é simples e direta: o logo da banda em branco destacado e com fonte
não preenchida, mais o título em cinza numa fonte em itálico, com letras
maiúsculas, sob nenhuma imagem, apenas um fundo preto do simbólico luto.
Apesar do álbum ser de 1980, a
cópia que tenho é de uma remasterização, a mais recente feita em 2003. O case
do cd não é o convencional de acrílico e sim, de papelão semi maleável que abre
em 3 partes: uma com a capa e uma entrada para um encarte com fotos de shows e
pequenos trechos da trajetória da banda até aquele momento, bem como
informações da gravação e sucesso do disco (tudo em inglês).
Em seguida, a parte com o
acrílico onde está o cd, e mais um terceiro fecho, em papel duro com duas fotos
uma no verso da outra.
O que mais consta de
"especial"? Esse é o primeiro disco com Brian Johnson, antes
conhecido como o vocalista e fundador da banda Geordie. Ele foi convidado para
o ensaio da banda após a morte de Bon Scott e acabou fazendo parte dela até
2016, quando se afastou por conta de problemas auditivos. O álbum, Back in
Black já estava sendo trabalhado quando Scott foi a Londres passar um tempo com
os amigos e acabou falecendo. A produção do disco foi refeita com Johnson no
cargo.
Os demais membros são conhecidos
dos fãs (pelo menos os autênticos) do rock: Angus Young, o guitarrista solo e
rítmico é um deles. Carismático nas apresentações ao vivo do AC/DC, Angus é um tipo
franzino, porém muito enérgico. É ele quem dá a cara à banda com seu visual com
uniforme escolar. Ele também "copiou" o "duckwalk" de Chuck
Berry e é reconhecido assim. ("Copiou" está entre aspas, pois ele não criou o
movimento, apenas "polinizou" a dança do incrível Berry, num tom
certamente de homenagem ou amostra de admiração).
É uma das figuras - a meu ver -
mais emblemáticas do cenário do rock.
Seu irmão, Malcolm Young,
responsável pelas guitarras base e vocais de apoio veio a falecer no em 2017,
tranquilamente. Malcolm se afastou dos palcos no mesmo ano quando foi revelado
que ele sofria de mal de Alzheimer e demência.
Cliff Williams, o baixista,
passou a integrar a banda em 1977, poucos anos antes então do lançamento de Back
in Black. Curiosamente, Cliff foi chamado para a banda por - de acordo com
Angus - sua aparência poder atrair mais mulheres aos shows... (Hã?!)...
Phil Rudd, o baterista esteve na
banda até 1983. Houve uns desentendimentos com Malcolm, voltou a integrar a
banda em 1993, ainda tendo um histórico de envolvimento com drogas, bebidas e até
crimes de assassinato. (Um baita tipo inconstante esse aí...)
A produção do disco de 1980 é da
responsabilidade de Robert John (Mutt) Lange, da gravadora Atlantic Records, uma
gravadora americana pertencente ao grupo Warner Music Group, e desde 1967 da
Warner Bros.
Lange é conhecido no ramo da
produção musical por ter trabalhado em álbuns não só do AC/DC, mas também de
Def Leppard, Foreigner, Bryan Addams e de sua ex esposa, Shania Twain. A canção
"You and I" da Lady Gaga (a mais "ouvível" dela, se é que
posso dizer isso) também foi produzida por ele.
Já a Atlantic Records tem em seu
hall de artistas atualmente bandas como Coldplay e Paramore e cantores como Sia e Bruno Mars.
A remasterização digital das
originais foram feiras por George Marino. E o disco remasterizado de 2003 (da
qual uso para as postagens) é da Epic Records, fundada em 1963 como um selo de
jazz e música clássica da Columbia Records. Os artistas mais conhecidos dela
são Michael Jackson, Ozzy Osbourne, Shakira (até 2010) e Cindy Lauper.
A duração total de Back in Black
é de 41min58s contendo 10 faixas, no de 1980, dividido em 5 canções do lado A e
B. Todas as canções são compostas pelos irmãos Angus e Malcolm Young e Brian
Johnson.
Minha música favorita do álbum é
também a minha música favorita da banda: Shoot to Thrill, a segunda faixa. É tipo música para não ficar
parado em nenhum momento dela. Não à toa, foi tema do filme do super-herói da
Marvel, Homem de Ferro, um dos melhores personagens da franquia de filmes da
editora de HQs. (Até agora não tem nenhum personagem que empolgue tanto
musicalmente quanto o Iron Man. Talvez, Os Guardiões da Galáxias, e olhe lá...).
Já a segunda melhor música do
disco é a ritmada faixa título Back in Black com as guitarras numa pegada blues
absolutamente ótima.
Comentando, faixa a faixa:
♫
Hells Bells - A faixa de abertura tem um
introito com o som de um grande sino, o que nas apresentações é tocado pelo
vocalista Brian Johnson. Basicamente o sino dá um climão e deixa para o que
está por vir, algo que para mim é a grande sacada da banda: as linhas muito bem
construídas de guitarra, não diferente, com o som de guitarra dupla no mesmo
tom e ritmo. Apesar de ser uma excelente música, é uma das músicas que acho
mais "caidonas" do AC/DC.
♫
Shoot to Thrill - Minha faixa favorita sempre me
coloca para cima, mesmo que não fale de coisas positivas. Eu gosto de tudo
nessa música. Ela é, como disse, tema do filme Homem de Ferro 2, também era
trilha de abertura do extinto programa Custe o que Custar da Band, e é uma
pedida mais que certeira de uma festa, se querem saber a minha opinião.
Proponho uma experiência:
coloquem a música em algum dispositivo móvel, fones de ouvido e apertem o play,
levantem e deixem o corpo acompanhar. É ótimo e terapêutico!
♫
What Do You Do For Money Honey - Com um jeitão super festejo, a terceira faixa conta com um refrão
desses que chama por apresentação ao vivo, com fãs cantando em uníssono junto com
Johnson.
♫
Givin the Dog a Bone - Acompanhando a terceira faixa, os
elementos característicos do AC/DC estão lá: guitarras ritmadas, baixo
acompanhando, baterias dando pequenas paradinhas e refrões um pouco grudentos.
É ouvir uma única vez, identificar e gostar de vez.
♫ Let Me Put My Love Into You - Possuindo uma letra
"quente" essa música acabou indo parar na tal lista "Filthy
Fifteen" - aquela lista proveniente do comitê de controle de pais sobre o
acesso das crianças à músicas que incitassem consumo de drogas e álcool,
violência ou - como neste caso – que falassem
de sexo. O Parents Music Resource Center (PMRC) foram os mentores do tal o selo
de Parental Advisory Explicit Lyrics nos álbuns considerados nocivos para a
juventude. "Deixe-me colocar meu amor em você" entrou na listinha
chamada "15 Imundas" (Filthy Fifteen)... É de fato, sobre sexo, num
contexto não muito explícito e bem figurativo. Mas, mesmo já tendo deixado o
PMRC lá em 1985, o "não resiste, não lute" da letra ainda dá margem
para muita gente reclamar, por aí... Ah, se dá!...
♫
Back in Black - A música é uma grande homenagem à
Bon Scott. O título começa já dizendo que, com a morte do vocalista de
formação, especulava-se o fim da banda. "A volta por cima" se dá com
um belo disco e a faixa diz na letra "Forget the hearse 'cause I never
die", numa alusão simbólica à eternidade do músico através da sua música.
Minha segunda canção favorita do
álbum, com um jeitão meio blues já foi até repertório - uns 10 anos atrás - de
minhas aulas particulares de guitarra. Falhei miseravelmente em tentar
reproduzir alguma nota no tempo certo. Em outra vida, noutra encarnação (talvez)
eu posso tentar, mais cedo, me aproximar de um jeitão Angus Young de tocar. No
momento, só com muito, muito, muito, mas muito estudo.
As linhas das guitarras nessa
canção são simplesmente formidáveis. O melhor dela? O solo!
♫
You Shook Me All Night Long - Uma das canções mais conhecidas
do AC/DC, provavelmente também a favorita de muitos por aí, tocada em muitas
casas de shows, rock bares e encontros de motociclistas é a cara, o carimbo e a
impressão digital do grupo. Não tem muito que dizer dela que já não tenha sido
dito pelos entendedores.
♫
Have a Drink on Me e ♫
Shake a Leg - As faixas 8 e 9 são duas ótimas peças. São muito, mas muito boas e os irmãos Young são de outro mundo, só pode... rsrsrsrs... Shake a Leg tem uma pegada ótima e seria certamente a minha terceira canção
favorita de todo o álbum.
♫ Rock And Roll Ain't Noise Pollution - Seguindo a pegada blues, o recado
é bem dado: rock não é poluição auditiva. E não é mesmo, ainda mais feito
assim, como o AC/DC sempre fez.
E amém!
Encontrei esse álbum, por acaso,
um dia aleatório, que fui às Lojas Americanas comprar balinhas, e fiquei fazendo
hora nos cds. Encontrei a remasterização com bom preço, no meio de um sem
número de cópias de discos do Sambô e do Roberto Carlos. Não pestanejei. É um
disco clássico, um dos 200 da lista de definitivos do Rock and Roll Hall of
Fame... Não podia deixar ele lá, sozinho, sem amparo, rsrsrs...
Por ele ser de papel, assim que
cheguei em casa, peguei um saquinho plástico
retangular e cortei os excessos no tamanho do case para evitar marcas de
digitais de quem pudesse pegar o disco da prateleira. Também coloquei o plástico como forma de proteção também, não desgastar
facilmente com o tempo e poeira.
Todo cuidado é pouco para guardar
essa bela obra que completou no dia 25 de julho, 40 anos! Segue sendo atemporal e espetacular!
E aí, concordam?
Abraços afáveis!
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