Resenha: "Demons Of The AstroWaste" da banda Unleash The Archers - por Nelson Souza

O álbum Demons Of The AstroWaste (2011) é o segundo da banda Unleash The Archers, formada no Canadá em 2007. É um CD conceitual, conta a história de um mercenário que encontrou uma espada mística que lhe dá poderes sobrenaturais, mas que ao mesmo tempo pode torná-lo o pior homem do universo, dando início a uma batalha com seus próprios demônios para determinar qual lado prevalecerá.

Apesar do tema ser um tanto batido e as letras serem genéricas, sem um detalhamento que faria bem à história, é interessante observar a ligação entre as músicas com efeitos sonoros de armas e interlúdios, o que torna a audição do álbum na sequência uma experiência atrativa.

Musicalmente, o CD apresenta muitas inserções de vocais guturais do guitarrista BraydenDyczkowski, mas o que mais impressiona é a presença da voz da vocalista Brittney Slayes que, junto aos riffs de guitarras marcantes da dupla Dyczkowski e Mike Selman, fazem músicas empolgantes e com variações de ritmo interessantes, com destaque aos refrões viciantes em quase todas as faixas, já a bateria e o baixo, responsabilidades de Scott Buchanan e Zahk Hedstrom, são competentes em acompanhar o ritmo veloz das músicas e tem seus momentos de destaque quando as guitarras permitem. 

Após uma introdução de menos de um minuto, o álbum abre na prática com a grandiosa Dawn Of Ages, com um ritmo rápido e riffs curtos e marcantes, além de um refrão que dá vontade de cantar junto.

The Realm Of Tomorrow tem a primeira inserção dos vocais guturais, que trazem um clima soturno, e é um pouco mais cadenciada, com passagens marcantes de bateria.

General Of The Dark Army apresenta um clima épico, com uma linha de guitarra inicial muito enérgica e empolgante e um refrão mais cadenciado e marcante, e após isso, apresenta muito peso e velocidade, sendo a melhor do álbum.

Daughters Of Winterstone vem com o duelo entre os vocais por boa parte da música, que conta também com ótimos e pesados riffs de guitarra, um refrão marcante e uma parte final mais cadenciada, onde os vocais limpos tem bastante destaque.

Battle In The Shadow (Of The Mountain) tem um início que engana pela calmaria trazida pelas orquestrações suaves, mas logo ganha peso, com destaque para o vocal limpo num ritmo diferente, meio que contando a história, mas mantendo uma presença muito agradável.

Despair possui muitas variações de ritmo, iniciando mais acelerada e com uma profusão de riffs, porém com um refrão bem simples, após o segundo refrão, traz uma parte com o vocal gutural muito marcante e empolgante.

The Outlander tira o pé do acelerador, tem um ritmo bem tranquilo, crescendo no refrão, os riffs são feitos com calma e a voz de Slayes ganha bastante destaque.

City Of Iron volta com toda a velocidade, trazendo um solo de guitarra muito interessante logo no início e possuindo uma passagem vocal muito marcante após o segundo refrão.

The Fall Of The Galactic Guard e Astral Annihilation mantêm a fórmula, trabalhando muito bem com a sobreposição dos diferentes vocais, riffs acelerados e refrões grandiosos.

Ripping Through Time fecha o play com uma atmosfera animada e um ritmo acelerado, com o andamento bem marcado pelo bumbo no início e com uma linha de baixo bem interessante na parte mais lenta.

Demons Of The AstroWaste é um CD muito competente em sua proposta, apesar da fórmula cansar um pouco no decorrer do álbum, quem gosta do estilo da banda tem um prato cheio para degustar.

* Nelson é um apurado fã de Heavy Metal, sobretudo, a vertente Power Metal. Está sempre pronto a dar dicas de boas bandas que compõe o clã do subgênero. 

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