O mais elegante dos sambistas está completando 80 anos de vida e como homenagem vamos falar de um de seus discos mais bonitos.
Tarefa ingrata, já que todo disco de Paulinho carrega uma carga de beleza capaz de nos aliviar a cabeça de preocupações do dia a dia.
De beleza e de esperança pra suportar.
E beleza é o que a gente encontra logo de cara quando se dá play no cd (ou nos streamings) Bebadosamba, clássico de 1996 e que é, até agora, seu último discos de inéditas.
"Quando o Samba Chama" abre o disco de forma triste e linda: "Solidão é a sombra maior entre a gente se algum pensamento que vem não seduz. O poeta declina daquilo que ele não sente e o silêncio é o peso que ele conduz..."
Sempre bem acompanhado nas parcerias, Paulinho se junta à nomes de peso e calibre: Elton Medeiros (na otimista "Ame", Hermínio Bello de Carvalho ("Timoneiro"), Ferreira Gullar ("Solução de Vida (Molejo Dialético)"), Sérgio Natureza ("Mar Grande").
Mas é em uma canção de exatos três minutos do grande Noca Portela que Paulinho nos redime e nos ajuda a ter esperança de tempos melhores.
"Peregrino" celebra a inspiração, a esperança e a liberdade.
Fica difícil não abrir um, ainda que tímido, um sorriso.
E quando digo que deveria fechar o disco mesmo sendo na verdade a última faixa, é porque que fica muito difícil resistir a tentação de apertar o play de novo.
Isso se já não estiver começado a audição com o repeat pressionado.
Aprendi a gostar do Paulinho da Viola com meu pai...hj faz parte do meu dia a dia!
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