Gojira e Greta Van Fleet: dois dos mais esperados lançamentos do ano

 Duas das bandas mais importantes da atualidade fizeram o lançamento de seus mais novos discos em abril passado: Os franceses do Gojira e os americanos do Greeta Van Fleet.
Em pontos diferentes de suas carreiras, enquanto o Gojira está lançando seu sétimo disco de estúdio, mais uma vez apostando em muito peso, melodias e agressividade para passar sua mensagem sócio/ecológica, o Greta Van Fleet chega ao seu esperado segundo disco fugindo de vez do estigma de imitador do Led Zeppelin.


E sim, os irmãos Josh, Jake e Sam Kizska, juntos com o baterista Danny Wagner conseguem o afastamento necessário do som da lendária banda inglesa.
O disco apresenta uma banda mais madura, mais musical e melodiosa aparando até os exageros vocais do vocalista Josh Kizska.

The Battle at the Gardens Gate (2021) lembra em quase nada ou muito pouco o debut Anthen of the Pacefull Arm (2018).


A começar pela duração... Com duração de pouco mais de uma hora em doze canções, o disco é um tanto arrastado.
As músicas tem andamento mais lento e grandioso com algumas faixas tendendo para o progressivo.
Bem tocado e bem produzido por Gregg Kurstin (Adele e Foo Fighters no currículo), os destaques ficam por conta da faixa de abertura, “Heat Above”, “Age of Machine” que embora possa parecer, não é uma sequência à faixa que abre o disco anterior (“Age of Man”), a delicada “Light my Love” e a épica “The Weight of Dreams”.
Pessoalmente, senti falta de ao menos um refrão para o público se esgoelar nos shows.


Já no disco dos franceses...

A madeira já desce com gosto já na abertura e mata a saudade do som dos irmãos Joe e Mario Duplantier, juntamente com Christian Andreu, guitarra e Jean-Michel Labadie no baixo que já durava cinco anos.
Produzido pelo guitarrista e vocalista Joe Duplantier com mixagem do grande Andy Wallace (Ghost, Bruce Springsteen, Jeff Buckley, Faith No More, Nirvana, Paul McCartney, Linkin Park, Bad Religion, Prince, Sepultura, Slayer, System of a Down e Avenged Sevenfold)  Fortitude (2021) não é conceitual, mas tem em suas letras com preocupações sociais e ecológicas uma espécie de fio...

Enquanto “Amazonia”, por exemplo, denuncia o desmatamento da floresta, “Into the Storm” invoca a desobediência civil.
“Hold on” é uma surpresa das mais agradáveis com seu inesperado coro e melodia digamos... Mais acessível.
Mas tudo isso com o padrão de qualidade Gojira.
Não à toa, o disco tem arrancado suspiros de outro peso pesado do metal progressivo: Randy Blythe, líder do Lamb of God disse que o disco leva o metal a “outro nível”.


De pontos de convergência entre as duas obras está o Brasil.... Sim!
Os caras do Greta disseram que sua “Tears of Rain” foi inspirada a partir de uma visita da banda a uma favela enquanto esteve por aqui, já o Gojira trata do assunto Brasil em “Amazonia”, faixa na qual também presta sua homenagem ao Sepultura, banda que eles admitem publicamente ser uma de suas maiores inspirações.

Enfim, dois lançamentos de música pesada para públicos distinto, mas que podem aproveitar tanto de um quanto do outro sem maiores traumas.


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