Musique-se recomenda: Documentário Axé: Canto do Povo de um Lugar. Para pelo menos diminuir o preconceito

A axé music é mais que um estilo musical, goste você ou não...
É um movimento estético cultural que, oriundo dos blocos afros e saído do carnaval baiano, solidificou ídolos que até hoje transitam por todas as camadas sociais do país.
Mais que isso, chamou a atenção de gigantes gringos que atravessaram o Atlântico para gravar com seus nomes mais emblemáticos.
Duvida?
Pense em Paul Simon tocando com o Olodum.
Não conhece Paul Simon? E Michael Jackson? Esse você deve conhecer e fez o mesmo...
Ah! Tá... Não curte do MJ? Acha popularesco... Tá bom. Mas o Ray Charles você respeita? Então... Ele gravou e tocou com a Daniela Mercury.

Pois é... Essa axé music que o pessoal “antenado” do sul/sudeste tem o hábito de desdenhar e diminuir dizendo que é só “música de carnaval”, mas que na encolha gosta, conhece as músicas e sempre dá um jeitinho de relembrar e conhecer as novidades, tem um documentário lançado em 2017.
Axé: Canto do Povo de Um Lugar mostra as origens, a contribuição na evolução técnica dos trios elétricos, ascensão/apogeu nos anos 90 dos principais artistas do gênero, seus desdobramentos, os números impressionantes da vendagem dos discos.
Dirigido por Chico Kertész, pode ajudar a quebrar o preconceito (e sim amigo, não tem outro nome para esse sentimento que te faz repudiar esse movimento, é preconceito mesmo) basta você deixar...
Tudo isso com entrevistas com os principais nomes dos palcos, da produção, donos de estúdio, disc jóqueis que contam a história de forma divertida e direta. 

Também fala do que jogou contra, como no caso da origem do termo que batiza o movimento e foi criado como ironia pelo jornalista Hagamenon Brito mas acabou por ser assumido pelos artistas de forma positiva (axé = energia, força positiva, do bem), a briga de egos e ciumeira entre os principais nomes e a incorporação como produto de validade limitada na linha de montagem da indústria musical.
Ah, sim, mas não há queda... A axé music nunca deixou de ter força apesar de não ser mais a principal força do carnaval.

Ainda surgem novos nomes com força e apelo suficientes para manter o movimento na estrada. Vide o cantor e compositor Saulo Fernandes que tem um público fiel e bem definido e conta com as bençãos dos principais nomes. Gostem ou não os detratores.
Se depois de assistir você ainda achar que tudo foi modinha, armação das gravadoras, das TV´s e afins, bom... Fique com a frase de um dos entrevistados que disse: “Após a Rolland colocar em seus teclados chaves com sons pré gravados com o nome “axé 1 e 2”, não me venha dizer que não fomos verdadeiros.”
Quer saber quem foi que disse? Assista o documentário...Tá disponível na Netflix.
E não, não precisa passar a amar ou mesmo sair ouvindo axé music depois de assistir, mas se respeitar a produção artística e história dos caras já vai estar de bom tamanho.



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