Senjutsu em 3 partes - 1 Groo: Um dos melhores da fase sexteto

Foram seis anos de espera, mas valeram a pena.
O sucessor de The Book of Souls (2015) é digno e não só.
É brilhante! Um dos melhores da formação sexteto e só não cravo ser o melhor porque na lista figura Brave New World (2000), e aí é covardia.
 BNW não deve nada aos clássicos dos anos 80 até meados dos 90.
Mas e esse Senjutso? Deve algo para os discos clássicos?
Não...


É tão bom quanto?
Sim...
Mas não são nem de perto – mesmo sendo da mesma banda – do mesmo estilo.
Assim: o disco é bom à sua maneira, no seu tempo e em sua proposta.
O Iron Maiden sexteto não é mais uma banda de heavy metal, mas de prog metal.

Muito embora ainda cometa canções que se possa enquadrar como heavy metal como “Stratego” do disco novo, “Montségur” (Dance of Death, 2003), “Eldorado” (Final Frontier, 2010) ou “Death or Glory”, (The Book of Souls. 2015).
Dickinson e Harris já se declararam fãs do progressivo e isso tem refletido nas composições que tem suas passagens metal, mas agora acompanhados de doses – cada vez mais -generosas de progressivo dentro da mesma canção.
Músicas mais longas, o que ajuda a desenvolver os temas sem pressa, sem atropelos. A banda ficou mais livre para criar.

Muito se falou da duração de algumas canções de Senjutso, mas a verdade é que os 82 minutos de duração do disco não são sentidos. Passa até rápido.
Desde a abertura com o progressivo pesado que dá título ao disco até o acorde final do épico “Hell on Earth”, a banda desfila com melodias, riffs, solos maravilhosos e algumas surpresas.
A levada “southern rock” do primeiro single “Writing on the wall” é uma delas.
Se é normal para algumas bandas citarem o estilo como influência e gravar algumas coisas relacionadas, com o Maiden isso nunca foi feito.
E a canção ficou linda.
Como linda também ficou “Death of  the celts” que alguns dirão lembrar “The Clansman”. Vale lembrar, ambas têm a mesma temática.

Individualmente, quem brilha um pouco mais que os outros é Nicko McBrain.
O baterista do Iron é descrito por Steve Harris como um dos poucos bateristas capazes de tocar riffs de guitarra na bateria (ouça “Where the Eagles Dare” para ilustrar) e em Senjutso vai além: cria climas, camadas, bases conduzindo as canções com precisão, peso, inventividade e ainda é rápido quando necessário.
Acha pouco? Então lembre-se que ele tem quase 70 anos de idade.

Outro que brilha, mas esse sempre está sob os holofotes, é Bruce Dickinson.
O vocalista está cantando como nunca em seu primeiro trabalho após a recuperação de sua operação por conta de um câncer.

Resumindo: é um disco ótimo.
Digno de levar a logo do Iron na capa e ter um Eddie samurai para ilustrar.
Se você estiver procurando o velho Iron, vá atrás do Piece of Mind, Seventh son... Mas se quiser ouvir música nova e boa, pode vir nesse sem medo.

E não precisa acreditar em mim não... O disco está disponível em todas as plataformas de streaming, à venda nas versões físicas em CD, digibook, box especial cheio de mimos, vinil triplo colorido... Só escolher e ouvir.


O que eu posso garantir é que não vai haver arrependimentos.

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