O último disco de inéditas tinha saído em 2015 e foi
muito bem aceito pela crítica.
Pelo público, que é imenso, nem é preciso dizer...
Mas o que havia em Return To Forever para que os Scorpions fossem festejados?
Nada além do som dos Scorpions pós Love At the First Sting (1984).
E ninguém em sã consciência pode achar isso pouco.
A mudança de orientação sonora iniciada em Lovedrive (1979) rumo à um som mais
comercial, pop e com pretensões de agradar o mercado americano deu tão certo
que é possível dizer que até o álbum Crazy World (1990) a banda dava as cartas
no hard rock mundial.
Então, não há nada de errado em dizer que este novo Rock Believer é a
continuação (mesmo com sete anos de distância) do bem sucedido disco de 2015.
capa nunca foi o forte da banda... |
Muito bem tocado (como sempre), muito bem gravado (como
poucos discos nestes tempos são), tudo que se espera de um disco da banda
atualmente está lá: a estrutura pop, as guitarras cortantes, as bases pesadas e
o vocal característico de Klaus Maine.
A novidade fica para a pegada monolítica de Mikkey Dee, ex baterista do
Motorhead que veio substituir James Kottak e mesmo sem sentar a porrada como nos
tempos da banda do Lemmy, Dee assina a bateria com precisão e técnica impressionantes.
A produção ficou por conta da banda e de Hans-Martin Buff, que assumiu os
controles após Greg Fidelman se afastar durante a pandemia.
Os destaques do disco ficam por conta da profissão de fé no rock and roll da
faixa título que, aliás, tem refrão grudento (e facinho), o peso de “Knock´em
Dead” e “Shining of your Soul” e a velocidade de “Peacemaker”.
Pessoalmente senti falta de
uma balada padrão Scorpions como “When the Smoke is Going Down” “Under The Same
Sun” ou mesmo a empolgante “The Best is Yet to Come”.
A faixa que chega mais perto disso é “When You Know (Where You Come
From)”, mas não tem o charme necessário para fazer parte das coletâneas tipo
best ballads que a banda vez em quando solta.
A versão de luxe ainda traz mais quatro faixas com destaque para a pesada e
climática “Crossing Borders” e a versão acústica de “When You Know...” , esta
sim, mais perto do clima das coletâneas.
Em resumo, é um disco bom.
Longe de ser “o melhor” da banda em qualquer tempo, mas é um disco que se for citado
pelos fãs como “dos preferidos” também será justo.
Só não sei se é o suficiente para atrair novos fãs, o que convenhamos, pelo tamanho
da base que tem os Scorpions, nem precisam mais.
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