Mundo Flutuante - Lagarto Rei e sua música instrumental instigante

A música instrumental independente tem dados bons frutos nos últimos anos.
Bandas como Macaco Bong, Pata de Elefante, Anjo Gabriel lançaram discos sensacionais e bastante cultuados, embora ouvidos apenas por um nicho que inclui, claro, alguns fãs antenados e muitos músicos.

Um dos últimos trabalhos lançados dentro da estética instrumental é o disco da dupla Lagarto Rei: Mundo Flutuante.

capa: Livio Medeiros

Apostando, assim como o pessoal do Anjo Gabriel, na psicodelia e no experimentalismo, Robert William (baixo) e Lívio Medeiros (bateria) apresentam um trabalho que mescla peso e introspecção em seis faixas gravadas ao vivo em 2018, porém, o que se ouve nos fones (ou nas caixas, como deve ser) é um material ultra bem cuidado nas etapas de mixagem e masterização conferindo climas e camadas de texturas impressionantes e surpreendentes em um trabalho de Francisco Patetucho.
imagem: Taty Maestrello (@tatymaestrello)

As faixas são longas com apenas três delas abaixo dos dez minutos de duração então, a sugestão é de que se ouça o disco de forma completa, faixa a faixa sem pular para absorver as influências da dupla que vão do peso do stoner até o kraut rock.
E acredite, é possível entender o disco sem a necessidade de uma única palavra e tudo isso com apenas seus dois músicos tocando quase tudo.
Única exceção é a faixa “Interstício-Advento”, um colosso de mais de quinze minutos repleto de climas, atmosferas, riffs e que conta com a participação de André “Prateado” lançando intervenções com elementos atmosféricos (sons de vento, chuva e afins).
Produzido por Livio Medeiros, que também cuidou de toda a parte artística que inclui o design da capa e fotografias o disco está disponível nas principais plataformas de streaming.
E aí? Vamos aumentar o nicho que ouve e cultua nossas bandas instrumentais?

Comentários