35 anos de Girls, Girls, Girls: Mötley Crüe em estado bruto - por Alma Hard

A banda é de total importância para a história do rock, seja nas vertentes glam rock, que o Mötley Crüe representa de forma magnifica e quase personificadora, quanto no hard rock, que no fim é a raiz do som.
Então não poderíamos deixar passar a data de aniversário de um de seus principais discos e pedimos ao pessoal do Alma Hard para traçar um perfil do Girls Girls Girls pra gente.
Se tem alguém que tem propriedade e conhecimento o suficiente para fazer isso, são esses caras.
Muito obrigado!

Se Shout At The Devil (1983) foi o disco responsável por apresentar o Mötley Crüe ao mundo, com certeza Girls Girls Girls (1987) reforçou o estereótipo “sexo, drogas e Rock n´roll”. Isso é nítido em faixas com temáticas do cotidiano, algumas um tanto sombrias e vindas do “lado selvagem" da sociedade.
Neste ano, seu quarto álbum de estúdio completa 35 anos e um dos grandes êxitos aqui foi resgatar grande parte dos antigos fãs, decepcionados com mudança de sonoridade no ótimo Theatre of Pain (1985), álbum responsável pelo maior sucesso da banda até o momento, “Home Sweet Home”.
Em sua nova criação, grandes clássicos tomaram vida. Como a faixa título, que se tornou um dos maiores hino do Glam Metal.

Em “Wild Side” seu peso e velocidade somados a um videoclipe veiculado a todo momento na MTV, ajudou a disseminar a nova imagem da banda.
E a balada "You're all that I Need", mesmo que melosa, traz uma letra pesada e controversa, onde um homem assassina sua companheira.
Todo esse clima deu ao disco uma nova perspectiva ao mercado fonográfico, ditando mudanças, inclusive no visual, deixando aos poucos as pinturas no rosto, laquê e spandex e seguindo com couro, jeans e motocicletas.

Comercialmente o grupo rumava ao auge, mas internamente os problemas com drogas e álcool beiravam ao declínio.
Até podemos dizer que neste período de 85/88 a destruição do grupo parecia inevitável. Um destas situações ouvimos na canção "Dancing on Glass", onde o baixista e líder Nikki Sixx, narrou o resultado do consumo excessivo de substâncias. Inclusive a recorrência deste abuso foi uma overdose de heroína durante a turnê, onde Sixx praticamente veio a óbito, mas milagrosamente sobreviveu.

Entre outros perrengues temos o relacionamento conturbado entre o baterista Tommy Lee e sua esposa, relatos do guitarrista Mick Mars sobre processos e pagamento de pensões entre suas ex-companheiras somados à problemas de saúde.
Nem o vocalista Vince Neil escapou dessa, lutando a todo o momento contra seu uso de cocaína, mas sem sucesso.
Notícias como estas por muitas vezes ofuscavam a qualidade do trabalho. Mesmo com dois grandes hits, a conquista de discos de platina e o 2° lugar as paradas de sucesso, não trouxeram sobriedade suficiente ao grupo que pareciam viver no modo automático, exagerando em todos os sentidos.
Podemos até fazer um exercício de imaginação de quão perfeito seria Girls Girls Girls se todos os músicos não estivessem nos dias mais cinzentos de suas vidas. Felizmente, essa realidade viria a mudaria no próximo disco.



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