O músico curitibano Alex Gregório segue em frente com seu
projeto de gravar e disponibilizar cem canções autorais.
A ideia que ele já relatou aqui mesmo pra gente em uma entrevista em fevereiro de 2020 era divulgar cinquenta canções, mas a produção e a inspiração ficaram
um tanto maior e ele resolveu dobrar a aposta.
A iniciativa está sendo posta em prática desde 2020 quando lançou o primeiro ep
Composições, Vol I com seis músicas e tinha como destaques a bela “Luz dos
Pinhais” com música sua em cima de trechos do livro de mesmo nome do ex
prefeito de Curitiba, Rafael Grecca e “Curitiba
Zero Grau”, uma visão pessoal da capital paranaense.
Em 2021, o Vol II trouxe que foi puxado pela engajada “Livre-se das Armas e
Arme-se de Livros”, título totalmente coerente com a visão de um músico que também é cientista.
Agora é a vez do Vol III ganhar as plataformas com mais
seis canções originais e este é – até agora – o seu disco mais roqueiro.
Desde a letra contestatória de “Terras Aterrorizadas” que vem embalada por
riffs de guitarra que embora não seja um heavy metal, tem um peso arrastado
imposto pela pegada da bateria.
Pesada também é a critica as subcelebridades das redes sociais e suas buscas
quase sem limites por likes e inscritos de “Pra Virar um Viral”.
O ep também traz uma canção dividida em duas partes como
os épicos de rock progressivo de que Alex é fã, porém “Carpe Diem” partes 1 e 2
são as mais curtas do disco só para ficar na contradição.
Quer mais? São quase raps e tem a participação de DI60 e Prodbyr1ck, dois
beatmakers curitibanos responsáveis pelas batidas que são costuradas por uma
linha de guitarra elegante e um piano com ares jazzísticos.
Já a canção que fecha o disco tem uma atmosfera de rock rural: “Seu Belarmino
& Dona Sebastiana” caberia em um disco de Sá & Guarabyra sem problemas.
A sanfona aqui é de Eleandro Rocha e a faixa que fala sobre reencarnação e ciclo da vida acaba com uns sons que
lembram o intervalo de aulas em uma escola e vozes de meninas repetindo parte
do bonito refrão “...E também descobrir porque estamos no mundo”.
É uma das melhores canções de Alex.
O disco tem participação do músico Élcio Petroski tocando guitarra por todo o disco e Claudio Doggy em “Pelo Andar da Carruagem”.
Embora as músicas funcionem bem separadamente, Vol. III é para ser ouvido na integra, na ordem pensada pelo compositor. A experiência fica muito mais agradável e fácil de se assimilar.
Uma curiosidade: a capa traz um espantalho que é a figura do título da canção que fecha o Vol. II - “O Espantalho no Campo de Batalha” – reforçando ainda mais a ideia de ciclo e continuidade.
Comentários
Postar um comentário
Seja o que você quiser ser, só não seja babaca.