Comandante 22 : surrealismo moderno para ouvir e pular no álbum 22, segundo disco da banda

O surrealismo é um movimento surgido na década de vinte do século passado em Paris. Onde mais?
Inclui artes plásticas, literatura e estava inserido no contexto das vanguardas reunindo artistas antes ligados ao dadaísmo.
O movimento definiu o modernismo entre as duas grandes guerras e aqui no Brasil teve uma semana dedicada no ano de 1922 que ajudou a definir muito da identidade artística nacional.
O que isto está fazendo aqui?
Bom... Pra começar, o nome da banda que vamos falar é a Comandante 22 e o disco que lançaram recentemente e é o objeto deste texto se chama 22 (Abraxas).


Coincidência?
Basta olhar na capa do álbum.
Os relógios derretendo em clara alusão à Salvador Dalí já bastariam pra responder que não, definitivamente.
Comandante 22 é um duo carioca formado por Bernar Gomma e Mario Braune, e que neste último disco conta com o baixista Bauer França em todas as faixas.
O som dos caras é rock, mas não é simplesmente rock.

foto: Rodrigo Brayner

A banda trabalha com ambientações distorcidas, psicodelismo, grooves e guitarra... Muita guitarra.
O disco tem um peso sujo, low fi que já pode ser sentido na instrumental que abre os trabalhos: “Intro” é carregada na distorção e serve como cartão de visitas para os próximos 17 minutos de duração do trabalho até encerrar a viagem com “Palmerlúdio 2” que junto à sua primeira parte, são os dois únicos momentos de calmaria do disco.
Achou curto? Nós também... Apenas uma das faixas ultrapassa os três minutos de duração, a cadenciada “Et” que tem cinco minutos e trinta e cinco segundos.
Mas a preferida do disco é  “Rock´n´Roll” com riff marcante e letra sobre as peculiaridades do estilo.
Participam do disco o guitarrista Selva Rubens (em “Et”), o tecladista Anderson Coutinho (em “Boogie 2”; “Desperato”;  “Rock´n´Roll” e os dois “Palmerludio”)
A gravação de 22, por conta da pandemia, foi feita ao longo de dois anos nos estúdios Companhia dos Técnicos e a pós produção foi feita por Francisco Patetucci e é o primeiro trabalho dos caras desde 2019 quando lançaram o disco Transe.
A arte da capa é assinada por Punk Marciano e Bernar Gomma.
Surrealismo moderno para ouvir e pular.

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