Gatos Feios - banda de Caieiras mescla punk, pop, ska e letras em português

Há uma brincadeira – que obviamente só tem graça pra quem mora lá– que diz que as cidades em volta, Francisco Morato, Caieiras e até Jundiaí, são periferias da grande Franco da Rocha
Não são, claro.
E uma prova legal disso é a vida cultural destas cidades (e de Franco também) que rende bons nomes como o cantor e guitarrista João Paulo Catarussi (Jundiaí) e a banda de street punk Fibonattis (Francisco Morato).
João lançou sua “Garota Blues” e os Fibonattis já preparam seu segundo álbum cheio e os dois já tem passagem aqui pelo Mzq-se (aqui e aqui).
Agora, vindos de Caieiras, cidade considerada uma das cem melhores para se viver em São Paulo e também a mais segura segundo pesquisa realizada em 2020 vem a banda Gatos Feios.
Formada por Leon Carvalho (voz), Felipe Sanches (Guitarra e backing vocal), Ricardo Goulart (guitarra), Vinicius Guidolin (baixo) e Sérgio Ramos (bateria), a banda traz influências que vão do hardcore melodioso dos anos 90 ao rock alternativo para formar seu som autoral recheado de melodias pop com pegada punk e pitadas de ska.

crédito: facebook

Os caras já estão no terceiro ep (sinto muito spotify, se tem três músicas não é single) estreando com seu primeiro trabalho, No Bar Todo Mundo É Amigo lá em 2015 e voltado a lançar material inédito em 2019 com Destino de Um Qualquer.
Em 2022 foi a vez de lançar o ótimo Não Sou Mais Uma Carta com mais três canções autorais que valem até um faixa a faixa.


A canção de abertura também dá título ao trabalho e é um ska rapidão bem animado e que tem potencial de sobra para levantar uma plateia e por todo mundo pra dançar. Se adicionar um naipe de metais então, a coisa ficaria muito séria.
“O Que Venha Ser”, a faixa seguinte tem refrão grudento e é perfeita pra cantar junto.
Joga a favor da faixa (e da banda) a letras direta e em português com melodia envolvente e a voz limpa e muito agradável de Leon Carvalho.
Fecha o disquinho a canção com riff mais poderoso deste trabalho: “Aos Teus Olhos” é densa, mais cadenciada e captura a banda tocando de forma entrosada  formando uma pequena pérola pop com direito até a uns “tchu tchu tchu” emoldurando a letra.
A canção também conta com um solo curto, mas bem bonito do guitarrista Ricardo Goulart.
Em resumo, o ep apesar de tratar de relacionamentos complicados e algumas reflexões pessoais sobre a vida é um registro alegre e, por que não dizer, alto astral.
Super indicado para quem curte Rancid, Ramones, mas não abre mão de entender as letras e cantar junto.


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