She Is Dead, trio curitibano desce a porrada em seu segundo disco We Love Reverb

Reverb, ou, reverberação é o resultado natural de ondas sonoras interagindo com cada superfície seja ela dura, macia, alta, curta ou o que for.
Também é um efeito de mixagem que fornece um intangível senso de profundidade que imersa os ouvintes.
É nesse espirito que Ricky Volpato (bateria), Mau Carlakoski (vocais e guitarra) e Kim Tonieto (baixo e vocais), também conhecidos como She Is Dead, power trio curitibano que usa todos as formas em que o punk rock se apresenta para criar seu som batizaram seu mais novo trabalho.
We Love Reverb (Electric Funeral Records) cozinha no mesmo caldeirão o som furioso dos Dead Kennedys e Melvins com temperos que vão do indie rock noventista até os sons melodiosos do bubblegum dos anos 60.
E com rara felicidade.


O som é musculoso. As guitarras são afiadas, pontiagudas e grudentas. O baixo pulsa e pula pra acompanhar a batida nervosa da bateria ao longo das dez faixas que compõe o álbum. Todas compostas por Mau Carlakoski.
Logo de cara, um dialogo de filme de western introduz uma das maiores pauladas do disco: “Jack Elam”.
Um instrumental empolgante, rápido, pesado e cortante que homenageia o ator de filmes de bang bang (velho isso, mas gosto mais que “faroeste”) com muita felicidade.
Um senhor cartão de visitas.
Não estranhe as duas próximas canções serem assim quase baladas... Ajuda a respirar.
“Runaway Sun” e “Sweet” tem letras românticas, sim...
Aliás, o disco todo é assim: o pau quebra, mas é romântico.
A velocidade de cruzeiro volta nas faixas seguintes, mas nada de acomodação. Logo em seguida uma faixa que tem o mesmo nome da banda desponta com uma levada country.
Estranhou? Não faça isso... No meio a canção torce e volta a ser um post punk contagiante.

foto: Murilo Ribeiro

Daí em diante vai sem sustos e o disco termina com “Easy” que tem umas variações interessantes no andamento e uns gritos que mostram que nem só de vocais limpos e melódicos entendem Mau e Kim.
O disco foi gravado nos estúdios Mylo, em Curitiba e teve a produção de Luiz Orta - que já havia produzido o disco de estreia dos caras, Story of Lies, de 2021- e está disponível nas plataformas.

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