Baterista do Queen mostra que ainda é um grande cantor e lança primeiro disco ao vivo da carreira solo

Discos ao vivo solo de bateristas costumam não ser as melhores coisas do mundo.
Mas quando esse baterista em questão também é/era compositor de uma das bandas mais criativas que o rock já viu, a coisa pode mudar um pouco de figura.
Roger Taylor, 73 anos, baterista, compositor e eventual cantor do Queen, vocalista do The Cross e dono de seis discos solo lançou seu primeiro álbum ao vivo: The Outsider Tour Live.


O título remete à seu último disco solo lançado composto e gravado durante o lockdown da pandemia em 2020, Outsider foi lançado em 2021 e traz doze canções que falam de forma otimista sobre os tempos incertos em que as canções foram geradas.
É também o disco solo de Taylor que obteve mais sucesso chegando ao top cinco de álbuns no Reino Unido.
Feliz com o resultado e, obviamente, louco para que aqueles tempos de distanciamento e confinamento passassem, Roger idealizou uma turnê “apenas por diversão”.
E, como disse o próprio músico, graças as maravilhas da ciência, no outono de 2021, durante duas semanas, Roger se juntou ao tecladista Spike Edney, nome já conhecido dos fãs do Queen, Tyler Warren na bateria, o baixista Neil Fairclough, Christian Mendoza na guitarra e a multi instrumentista e estupenda cantora Tina Keys para uma série de shows pela Inglaterra que foram registrados e acabaram compilados nesse álbum duplo lançado nos streamings, mas também com cópias em cd e vinil, porque Roger é desse tempo...


Foi sua primeira turnê solo em quase vinte anos, o que o fez optar por locais mais intimistas com shows em casas menores.
“-Foi uma experiência alegre. Não foi projetada para ser lucrativa, mas para nos divertir, para ver pessoas juntas já que nos perguntávamos se algum dia teríamos de volta os shows, os festivais...” – contou à Forbes.
O track list dá uma geral em toda a carreira solo de Roger e passa também pelas principais composições do baterista com o Queen.
Então estão lá os cavalos de batalha “A Kind Of Magic”, “These Are the Days of Our Lives”, “Rádio Ga Ga” com direito às palmas sincronizadas no refrão e “Under Pressure”, mas o ouvinte também terá o prazer de escutar canções mais obscuras (ou cult, como quiser) como “Tenement Funster” do álbum Sheer Heart Attack de 1974, “Rock it (Prime Jive) de The Game (1980) e “I´m In Love With My Car”, do multiplatinado A Night At the Opera de 1975, a qual tem a curiosa história de que Roger a queria como lado B do single de “Bohemian Rhapsody” e seus colegas de banda desdenhavam achando a música “fraca e boba sobre alguém amar um carro...”.
Antes de tocá-la, Taylor brinca: “-Aquele filme, o Bohemian Raspberry (um tipo de framboesa) disse que nessa música deu merda... Fodam-se eles.”.


Brian May se junta ao amigo durante a versão de “Tutti Futti”, um dos três covers dos shows (os outros são “Heroes” do amigo David Bowie e “Rock’ n’ Roll” do Led Zeppelin) mostrando o lado crooner e a bela voz de Roger que só melhora com o tempo.
Da carreira solo estão lá “Strange Frontier”, “Surrender” a canção sobre violência doméstica que ajudou a colocar o assunto na ordem do dia na Grã Bretanha, a bela “Say It’s Not True” que foi gravada no disco com Paul Rodgers, The Cosmo Rocks, mas com Taylor no vocal, além, claro, das canções do disco que deu origem aos shows.
O disco é dedicado ao baterista Taylor Hawkins e já está disponível nas plataformas.
Quem quiser a mídia física, cd ou vinil, só encontrará no site Queen Online, a loja oficial do Queen.
Indicado para fãs do Queen e quem gosta de um bom show de rock bem tocado, cantado e gravado.

Comentários