Halloween no Musique-se (Parte 1): Trilhas famosas que marcaram filmes de terror, horror e thrillers
Já temos uma tradição aqui no Musique-se para todo Dia das Bruxas – uma postagem especial aqui na página e/ou em nossas redes sociais comentando algo que envolva o festejo do dia 31 de outubro, sobretudo na cultura estadunidense – vamos dar continuidade a isso, com gosto de doces e não travessuras.
Esse ano, vamos tascar uma singela listinha com 13 músicas
que fazem parte de filmes de horror, terror ou thrillers famosos, com músicas
altamente conhecidas e que se eternizaram ou em cenas icônicas, ou como pontes
associativas com os longas em questão.
Começamos essa parte 1, com as 7 primeiras, em ordem cronológica dos lançamentos dos filmes
Filme: Halloween (1978)
Começamos com um clássico do cinema de terror.
O primeiro longa de John Carpenter, estrelado pela simpática
Jamie Lee Curtis, trouxe à tona o personagem Michael Meyers – um doente mental
internado num sanatório por ter cometido o crime de assassinato de sua irmã
adolescente na noite de Halloween quando tinha apenas 6 anos de idade. Nesse filme debut, passaram-se 15 anos quando Meyers foge do sanatório, volta à sua cidade natal e intenta a perseguir
uma babá – Laurie Strode, interpretada por Curtis – e seus amigos.
Carpenter também assina a trilha sonora e uma das músicas
que aparecem no longa remetem imediatamente ao clima tenso de perseguição
encabeçado por Meyers. (Don’t Fear) The Reaper da banda de Rock clássico, Blue
Öyster Cult, toca no
rádio do carro enquanto Annie (interpretada por Nancy Kyes) conduz Laurie pela
cidade com Myers, logo atrás, em perseguição silenciosa.
A cena parece simplória, solta de todo o contexto, mas já dá um pequeno clima de tensão sobre o que está por vir:
Filme: Um Lobisomem Americano em Londres (1981)
O filme de horror e humor negro, dirigido e escrito por John
Landis chegou a receber um Oscar de Melhor Maquiagem em 1982 e foi um dos três
filmes com a temática de lobisomens naquele período. Apesar dos anos, continua
sendo considerado “cult” entre os entusiastas do gênero.
O enredo é simples: Dois estudantes americanos, David Kessler
(interpretado por David Naughton) e Jack Goodman (encarnado por Griffin Dunne),
estão juntos, à noite numa região afastada da Inglaterra, quando ouvem um uivo
e são atacados por um feroz e desconhecido animal. Jack é morto e o animal, um
lobo, é baleado, mas David consegue sobreviver e é internado num hospital em
Londres.
Ao voltar a si, ele não se lembra do acontecido. Jack aparece para
ele, como uma espécie de fantasma, diz que a ele que se tornará um lobisomem e sugere
pôr fim em sua própria vida. Ele ignora o amigo mal assombrado e conselheiro, e
é surpreendido pela primeira lua cheia, se transformando de fato, em um
horrível lobisomem. Solto pela cidade, David faz diversas vítimas e acorda em
um zoológico, tendo perdido a memória do ocorrido na noite de transformação.
Há várias músicas conhecidas na trilha sonora do filme. Uma delas,
Bad Moon Rinsing do Creedence Clearwater Revival. Mas se você se lembra desse
filme, sabe tanto quanto eu que a cena mais importante é primeira a transformação
de David, que ocorre enquanto no som se ouve Blue Moon de Sam Cooke.
Filme: Sexta-feira 13 – Parte 6: Jason Vive (1986)
A série de filmes com o personagem assassino com uma máscara
hóquei, Jason, materializou toda a crença de que coisas ruins acontecem numa
sexta-feira 13. Nessa sexta parte, o personagem Tommy Jarvis (Thom Mathews)
está muito traumatizado, pois sua mãe e seus amigos morreram por causa Jason
Voorhees (C.J. Graham).
Querendo ter certeza de que o psicopata está morto, Tommy vai, com seu amigo Allen Hawes (interpretado por Ron Palillo), até o cemitério onde Jason está sepultado, desenterram o corpo, e decidem queimá-lo. Nesse processo, eles acidentalmente ressuscitam Jason, quando empala o cadáver com um pedaço de metal durante uma tempestade de raios. Filmes de terror geralmente tem dessas reviravoltas bem chocantes, ainda mais quando possuem várias sequências.
E por falar em coisas chocantes... A soundtrack do filme foi composta por Harry Manfredini, que escreveu as partituras de todas as sequências anteriores. Além da original, a trilha sonora também contou o rei do shock rock, Alice Cooper!
He's Back (The Man Behind the Mask) e Teenage Frankenstein, ambas do seu álbum Constrictor (1986) e Hard Rock Summer presente mais tardem no seu boxset Life and Crimes of Alice Cooper (1999) estão na trilha sonora do Sexta-feira 13, parte 6.
He’s Back (The Man Behind the Mask) teve até uma massiva divulgação através do vídeo musical, que assim, como muitos que veremos aqui, mescla cenas do filme com as de Cooper interpretando a canção:
Filme: Os Garotos Perdidos (1987)
Tentando conhecerem e fazerem amizades com os locais, numa noite,
Michael e Sam saem para acompanharem shows musicais na cidade. Sam encontra
companheiros (os irmãos Frog, entre eles, Feldman) que gostam de histórias em
quadrinhos como ele e lhe conta eventos estranhos que acontecem na cidade. Já
Michael se apaixona por Star, uma jovem envolvida com David (Kiefer Sutherland)
que mais tarde se revelará não um líder descolado de uma gangue de motoqueiros,
mas filho do chefão dos vampiros.
A trilha sonora é bem bacana. Se nunca ouviram, é uma excelente pedida, não só para a data de hoje. Contudo, a que salta aos ouvidos é a versão cover do Echo and Bunnyman para People Are Strange do The Doors. Esse cover é quase idêntica, porém menos soturna que a original.
Filme: A Hora do Pesadelo – Os Guerreiros dos Sonhos (1987)
O rei dos pesadelos é Freddy Krueger, um cara com aparência derretida e com
luvas de lâminas afiadíssimas. Conhecem? Melhor não querer conhecer de verdade...
Nesse filme, uma das sobreviventes dos ataques de Krueger
chamada Nancy Thompson (interpretada por Heather Langenkamp) se torna uma especialista
em sonhos e trata de jovens num sanatório, os ensinando a se proteger dos
ataques de "psico-monstro", durante justamente os sonhos... ou melhor, pesadelos.
Eis a tal reviravolta: Krueger sequestra um dos pacientes, e Nancy
começa uma caçada a Kruger em seus próprios domínios. Patricia Arquete retorna
ao papel de Kristen Parker e Fred Krueger é o icônico Robert Englund.
Nada parece anormal para um filme de terror. Nem mesmo utilizar em
sua trilha sonora de uma banda de Hard Rock/ Hair Metal em alta nos anos 1980.
A escolha foi Dokken, com Dream Warriors. Como se deu a ideia?
Segundo contam por aí, o empresário da banda, Cliff Burnstein,
conhecia Wes Craven, o principal roteirista da série de filmes de Kruger e
conseguiu uma cópia do roteiro do filme para terem uma referência para a letra.
Robert
Englund participou do vídeo clipe da banda e algumas partes do filme com Patricia
Arquette como Kristen Parker também foram usadas, com mudanças específicas para o enredo do vídeo: a casa modelo no clipe, é construída com recortes de fanzines do Dokken:
Filme: Os Fantasmas se Divertem (1988)
Tim Burton gosta do macabro. Mas ele trás uma naturalidade tão
divertida para as suas histórias góticas, sofridas e que envolvem morte, que
você quase se esquece de que é mais comum temer essas coisas, do que se divertir com elas. Talvez por isso, o título em português para o filme "Beetlejuice" envolva o termo diversão.
Um dos seus primeiros filmes é um clássico do Halloween por si só
e o plot é super simples: Os Maitlands (interpretados pela Geena Davies e Alec Baldwin)
vivem no interior de uma cidade pequena e típica dos EUA. Numa grande e
antiquada casa, vivem como um casal normal, com algumas peculiaridades um tanto antiquadas. Eles
acabam morrendo num acidente de carro muito bobo, logo nos primeiros minutos do
filme.
E aí começa a história: Eles voltam para casa e descobrem que
estão mortos. A jornada da pós vida torna-se um sofrimento, quando novos
moradores, os Deetz (Catherine O’Hara, Jeffrey Jones e Winona Ryder) se mudam
para a casa deles, modificando e modernizando tudo do lugar.
Presos no sótão,
eles aprendem como podem, a se virarem com a nova realidade e, no afã de
expulsarem os novos moradores que perturbam o seu descanso eterno, caem em um
golpe.
É com Michael Keaton que temos um dos mais icônicos personagens desenvolvidos por Burton: Beetlejuice, uma espécie de assombração exorcista dos vivos, é também um charlatão até dizer chega. Evocado através do chamado de seu nome três vezes, ele surge mostrando a que veio:
E isso, ao som de Harry Belafonte - Banana Boat (Day-O):
Incrível como nunca me canso de assistir a isso.
Belafonte na trilha do filme, assinada
pelo Danny Elfman (braço direito de Tim Burton) e em mais de uma vez. Jump
in The Line é tocada como final "harmonioso" entre vivos e mortos:
Filme: Cemitério Maldito (1989)
O último longa desse especial Halloween, parte 1 não poderia ser
outro. Mesmo você aí que não é fã desse tipo, ou nem curte filmes de um modo
geral, vai saber na certa a música mais famosa desse aqui.
Cemitério Maldito é baseado na obra homônima do aclamado escritor Stephen
King. Dirigido por Mary Lambert e com roteiro do próprio King (que também faz
breve aparição no longa como um pastor) conta com o ator Dale Midkiff como
Louis Creed, chefe da família, e o conceituado Fred Gwynne como Jud Crandall.
A trilha sonora do filme foi escrita por Elliot Goldenthal, mas ela
apresenta duas músicas dos Ramones, uma das bandas favoritas de Stephen King! A
primeira, Sheena Is a Punk Rocker aparece em uma cena específica: toca no rádio do caminhoneiro quando ele está prestes a atropelar o bebê Creed. (Essa cena pode ser assistida aqui.)
A famosa canção título, Pet
Sematary, uma faixa escrita especialmente para o filme, é tocada nos créditos.
A música se tornou um dos maiores sucessos dos Ramones, alcançando o número quatro na lista "Modern Rock Tracks" da Billboard, apesar de ter sido um tanto malquista pelos fãs da banda. Talvez por ter se tornado popular demais? Fica a questão, pois não sou muito conhecedora do fandom dos Ramones.
A diretora do filme, Mary Lambert era mais conhecida por seu trabalho com
videoclipes, especialmente os de Madonna, tendo trabalhado com a cantora nos vídeos de Like a Prayer e Material Girl.
Através de seu trabalho na indústria da música, ela era amiga dos Ramones, e acabou abordando-os sobre a gravação de uma música para o filme, mencionando que King
gostava deles, e eles concordaram em escrever Pet Sematary.
Fiquem cantarolando aí, que voltamos daqui algumas
horas, (marquem aí, às 15hs) com a segunda parte de trilhas famosas de filmes de terror, thrillers, horror e etc..
Abraços afáveis e Musique-se!
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