Primeiro disco do Sulamericana traz indie rock maduro e grandes singles

O disco era pra ter saído antes já que começou a ser pensado, escrito e gravado em 2020, mas veio a pandemia e os planos tiveram de ser repensados.
No projeto original tinha o produtor, Rafael Martins, também guitarrista da Selvagens à Procura de Lei e a ideia da capa que traria elementos gráficos em uma arte que lembra capas de vinil já um tanto surradas.
Dessas sessões nasceu e foi lançado o single “Dia Bom” que ajudou a banda a se manter unida no período de distanciamento social.
Em 2022, fruto do período de distanciamento social, surge “Por um Fio”, que tratava dos questionamentos de um relacionamento já perto do fim.
Foi a faísca para que Hugo Lage (guitarra), Ian Antunes (bateria), Lucas Espínola (voz e guitarra), Tiago Gnomo (Baixo) e Zylton Sena (Teclado) retomassem os trabalhos e o disco pensado lá em 2020 finalmente pudesse ir tomando sua forma final.

crédito: divulgação

Mais dois singles depois (“Coisa de Pele” e “O Laço”) e eis que finalmente, Sula, o primeiro disco cheio dos cearenses da Sulamericana finalmente, pra usar um termo típico de lá, papoca nos streamings.
A produção continuou das mãos de Rafael Martins e as composições de Lucas Espínola foram sendo registradas e buriladas ganhando homogeneidade dentro da proposta indie rock da banda.


Mas não é só... Há também, claro, ecos da MPB como na deliciosa faixa “O Laço” que tem participação da cantora Natália Noronha, ex Plutão Já Foi Planeta com seu sotaque adorável.
O andamento acelera um pouco mais em “Coisa de Pele” pontuada por um belo riff de guitarra sobre uma base de teclados, mas nada que quebre a unidade do disco. A faixa não destoa do clima geral, só dá uma pequena apimentada.
Um pouco mais pesada, instrumentalmente falando é “Casa Só”.
O tema também.
A letra explicita o fim de um relacionamento em que o personagem da letra pede para o outro não levar os discos e deixar as fotos pra que se lembrem do que fez a coisa chegar aquele ponto e avisa: “Se eu ficar em casa só e de repente for melhor pra mim e pra você, tanto faz tanto querer...”.
A canção é uma das melhores do trabalho e tem um final climático que aumenta a dramaticidade da letra.
Mas ainda tem espaço para redenção: “Ei, Dulce!” fala sobre paixão e acolhimento e tem um belíssimo solo de guitarra e um dos melhores trabalhos vocais do disco.
Com composições são assinadas por Lucas, mas há espaço para parcerias com Gabriel Aragão (“Dia Bom”), Zyton Sena (“Ela”) e duas canções originais de Léo Paiva (“Para o que pode Ser” e “Por onde eu For”).
A capa manteve a ideia original, que ficou muito bonita formada pela união das capas dos singles.
Sula é altamente recomendado para quem curte Terno Rei, Vanguart e para quem quer descobrir uma nova banda para pôr entre suas preferidas.
Já disponível nas plataformas, vale muito o click.

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