Independentes gringos entre nós (12)

Semana começando e é hora de dar uma olhada nos independentes gringos.
Tem gente de lugares tradicionais e bandas de países que a gente não presta muita atenção, mas tem trabalhos de bastante qualidade.


Começando pela Alemanha e um nome que gente já falou por aqui, o Screaming Bones.
O projeto liderado por Mike Ludwig está de volta com o álbum And It’ll Be Good, que diferente do disco anterior que era mais calcado no kraut rock, é mais orientado pela guitarra.
Mas não é tão simples assim, as canções ainda são bem tingidas com cores psicodélicas juntando belos riffs com pesados com inserções de flautas em arranjos que pedem que você preste atenção.
Não dá pra pingar pelo disco. Para entender o que Mike propõe é necessária uma certa dose de concentração.
E de boa, vale a pena.
Alguns dos destaques do disco são as roqueiras “Ghost Ride” e “Leave me Alone”, e estas dividem espaço graciosamente com experiências sonoras como “Dragon Fly”, um colosso de distorção e dissonância de mais de nove minutos de duração.
As faixas são todas longas – a menor tem pouco menos de cinco minutos – e não tem uma ligação aparente entre si, mas ouvidas na sequencia proposta pelo autor, fazem todo o sentido.
Indicado para quem curte a nova onda do prog rock.

Bora para o Canadá com a banda The Haptics.
O quarteto formado por Andre Sousa na bateria, Brent Burton no baixo, Cameron Black na guitarra e Jin Gilbert nos vocais se juntaram no começo do ano para fazer um post punk espirituoso e divertido.

Baseados em Vancouver, costumavam se reunir para tomar cerveja, coisa que ainda continuam fazendo, e tirar algum som de seus instrumentos.
Daí nasceu Second Best, ironicamente o primeiro disco da banda.
Mesclando o amado post punk com o grunge e altas doses de alt rock, o The Haptics forja faixas simpáticas como “Violator”, “Conection” ou “FM”, que ecoa punk clássico e até shoe gaze e termina o disco apontando o som da banda em uma direção nova.

Rock clássico com altas doses de experimentalismo.
Esse é o trabalho do músico e compositor Bret Nybo que lançou seu primeiro disco – Life and Other Twisted Tales em 2021 e, pelo que parece, não ficou muito satisfeito com o resultado.

Tanto que está lançando agora Life Revisited, que nada mais é que o primeiro, como diz o título, revisitado.
“Aprendi muito mais sobre música e produção desde aquele lançamento” - disse Bret que fez uma reforma completa no álbum e ainda adicionou quatro novas faixas.
A nova versão do álbum está disponível nas plataformas e é indicado para quem gosta tanto do rock clássico quanto de sons mais atuais e experimentais.

Agora bora pra Islândia, terra gelada que deu Bjork, mas que a gente não deve condenar por isso.
Brincadeiras à parte, a dupla Sorg formada pelo pintor, músico e filósofo e multi instrumentista Myrmann com a ajuda do vocalista Freyr (ambos devem ter sobrenomes, mas por algum motivo não acharam interessante divulgar) está lançando seu novo disco Nordandrekar, todo gravado com letras em sua língua natal.

O disco passeia por diversos subgêneros do metal e traz temas como história, amor, filosofia e o folclore islandês.
Segundo Mýrmann, Sorg é a ferramenta com a qual quer criar consciência sobre espalhar o amor e derrubar o preconceito na sociedade moderna:
“Não é sobre fazer álbuns mais e melhor produzidos, é sobre usar uma voz para algo honesto e real”.
Ah sim, a bateria nas onze faixas do disco são uma cortesia do produtor Arnaud K, que fez as programações.

Pra acabar mais um single de outra banda alemã com o nome muito peculiar: Susurro.
Jack Skaner (vocal/guitarra), Mr. Six-Ell (baixo) e Winzent Walace (guitarra/teclado) fazem death/thrash metal, sacou a peculiaridade? Uma banda que faz um som que é um puta esporro e se chama sussurro.
Os caras estão lançando o single “Bloodbath”, um protesto anti guerra que afirma com razão que:
“Ninguém pode gastar sua fortuna após a morte”.

O single foi gravado nos estúdios AKS e produzido, mixado e masterizado por Andy Lux.

Comentários