A segunda parte de O Rei da TV continua divertindo, mesmo com a parte mais tensa da vida de Silvio Santos

A segunda temporada de O Rei da TV (Star+) dá sequência a história romanceada de Silvio Santos e já estreou (com todos os episódios, como deve ser no streaming) com todos seus episódios.
Como já era de se esperar, são contadas as histórias sobre a frustrada candidatura à presidência da república, o escândalo do Banco Panamericano que poderia ter levado o empresário/apresentador para a cadeia e, claro, o sequestro de sua filha Patrícia e os desdobramentos do caso.
De quebra, passamos pela criação da tele sena e a guerra de audiência com a chegada da medição dos números do ibope em tempo real.

Aliás, a edição ágil e em ritmo frenético mostrando a escalada (ou seria queda livre?) da qualidade das atrações apresentadas por Silvio, Gugu e Faustão na busca pelo primeiro posto da audiência nas tardes de domingo é um dos pontos altos da nova temporada.
Sem spoiler, mas o desfecho deste arco é, por falta de palavra melhor, hilário.
As atuações - de propósito ou não - soam meio caricatas desta vez.
Leona Cavalli, que dá vida a esposa de Silvio, Iris, deixa a impressão de que a personagem é uma pessoa sem muitos freios e até um tanto "malandra" no sentido de tentar se dar bem pelas costas do marido.
Na primeira temporada e na segunda, toma decisões que se mostraram bem equivocadas, porém, na segunda ainda há de se levar em consideração toda a situação em torno de suas vidas para que ela tomasse a tal decisão.
Já José Rubens Chachá continua dando show, embora abuse de alguns "ri ri" em situações que não conseguimos ver o personagem usando aquela risada icônica dos palcos. De qualquer forma, não compromete.
Já o arco do sequestro é tratado de forma humana, não descaracterizando o drama real vivido e não espetacularizando violências desnecessárias. Ainda resvala na história (incrível diga-se) da falsa matéria com líderes do PCC que prometeram - ao vivo no programa do Gugu - matar jornalistas citando nominalmente Datena.
A cena da sacada da casa após a liberação de sua filha ainda traz Silvio falando que "ela dá tanto trabalho que cogitei falar para eles ficarem com ela por mais um tempo" é perfeita.
Se soubesse o tipo de pessoa que ela se tornaria, o sequestrador provavelmente teria recusado e pedido perdão ao país por ter dado visibilidade a ela.
Provavelmente não haverá outra temporada, mas beleza.
Tanto a primeira quanto a segunda divertem o suficiente.

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