The Who With Orchestra Live At Wembley: finalmente um disco de um monstro do rock com orquestra que ficou agradável

O The Who soltou um novo registro ao vivo, desta vez com orquestra.
O show foi gravado no estádio de Wembley em julho de 2019 durante a turnê Moving On para o lançamento de seu disco de inéditas mais recente, Who, daquele mesmo ano.
Acompanhado pela com a Isobel Griffiths Orchestra de cinquenta e sete integrantes, Pete Townshend e Roger Daltrey tocaram clássicos incontestes como “Who Are You”, a lindíssima “Love Reign O´er Me” e “Baba O´Riley” e também canções menos lembradas como “Eminence Front”.

Diferente de outras gravações de gigantes do rock com orquestra, o disco não soa gorduroso (alô Metallica e seus S&M) e as partes em que os músicos eruditos tocam soam como se tivessem sido escritas originalmente para a canção. Em outras palavras: ficou natural e muito agradável.
O que realmente surpreendeu foi a execução de apenas uma canção de Tommy, 1969 ( “Pinball Wizard”) e a grande quantidade de músicas de sua outra opera rock, Quadrophenia (1973) que teve nada menos que sete de suas faixas tocadas.
Também teve espaço, claro, para canções de Who´s Next, discaço de 1971 que – graças a Deus – não é uma opera rock e petardos como "The Seeker" e "Substitute", ambas sem a orquestra.
Porém, deste disco apenas a já citada “Baba O´Riley” teve seu registro com a orquestra já que tanto “Behind Blue Eyes” e a sempre catártica “Won´t Get Fooled Again” foram tocadas de forma acústica assim como “Tea and Teatre” do ignorado disco Endless Wire de 2006.
A beleza do disco está na gravação excelente e na mixagem primorosa que permite ouvir a guitarra de Townshend com uma clareza fantástica, bem como a voz poderosa (ainda que já meio cansada, afinal...) de Roger Daltrey.
Falta um pouco de peso, de graves, mas nada que comprometa.
O disco foi disponibilizado primeiramente de forma digital, porém já é possível encomendar diretamente na página oficial da banda (aqui) as versões físicas em cd simples ou duplo + dvd e vinil triplo no preto clássico ou colorido.
Se não é obrigatório, ao menos ficou relevante dentro da obra da banda e, claro, bem divertido de se ouvir.

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