Sim, o disco novo do Foo Fighters é bom.
Não tão bom quanto Wasting Light (2011), mas convenhamos: qual disco é tão bom
quanto esse?
But Here We Are é o primeiro trabalho após a morte de Taylor Hawkins e é um
disco um tanto triste, claro. Há motivos.
Com um peso mais arrastado com um tom um tanto mais baixo, até soturno em
alguns pontos e sofre de um mal que acomete muitos trabalhos de música mais
pesada nos últimos tempos: uma produção com som comprimido que por vezes
transforma o instrumental em uma massa sonora compactada em que não dá pra
distinguir muitas coisas e acaba encobrindo nuances e detalhes interessantes
dos arranjos.
Um ponto legal é que nos lembramos o quanto Dave Grohl é ótimo
baterista já que após a passagem de Hawkins, assumiu o instrumento no estúdio e,
vale lembrar, Josh Freeze só foi anunciado (contratado) após a finalização do álbum.
este espaço em branco é a capa |
O disco tem passagens realmente cativantes como a gigantesca e um tanto experimental “The Teacher” que ultrapassa os dez minutos com rugidos de guitarra e gritos lancinantes de Grohl ou as baladas “Rest” que fecha o disco e a linda “The Glass”.
Destaque também para “Under You”, que tem o instrumental mais alto astral do disco e a pesadíssima faixa título.
Infelizmente, a crítica “especializada” se focou no fato de ser um disco pós trauma para falar em “renascimento”, “purga da dor”.
A publicação Rock Cellar, por exemplo, chamou o disco de: “...bote salva vidas entre a banda e o público...”.
O disco é muito mais que isso.
Claro que Dave e os outros Fighters deixaram de forma proposital transparecer o momento terrível pelo qual passaram (Dave ainda teve que lidar com o falecimento da mãe durante o período), mas dá pra cravar que esse era o disco que fariam mesmo que Hawkins ainda estivesse entre eles.
Vale a audição de quem (ainda) não é fã dos caras e para quem já é, vale aproveitar cada segundo das dez faixas nos pouco mais de quarenta e oito minutos do disco.
Mas, de novo, não espere outro Wasting Light.
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