Edição super de luxo de Who´s Next mostra processo criativo da banda para ideia arquivada

O The Who planejava lançar a continuação da opera rock Tommy em 1971 e já tinha até o título escolhido: Life House (que Pete Townshend queria grafar LifeHouse por algum motivo...).
Se tratava de uma nova e extensa opera rock com ares de ficção científica onde as pessoas ficariam em casa vendo a vida passar em telas até que os governos conseguissem arrumar a catástrofe que eles mesmo fizeram com a atmosfera da terra ou coisa parecida...
“Nessas circunstâncias, uma figura de guru muito, muito, muito velha surge de repente e diz: 'Eu me lembro do rock, era absolutamente incrível, realmente fazia algo com as pessoas'”, disse Pete Townshend à Penthouse em 1974 .
Achou coisa de maluco? Então toma mais essa: o guitarrista queria confinar e filmar duas mil pessoas com a banda em um teatro para encenar essa história na vida real e esperava que entre estes, ao menos quinhentos conseguissem ficar lá por seis meses dando origem a um filme.
Visto que isso não era uma coisa lá tão fácil de fazer e que beirava a maluquice total, a banda arquivou a ideia, mas usou as canções compostas originalmente para um disco mais, digamos, convencional de rock´n´roll.
Assim nasceu o clássico e aclamado disco de 1971, Who´s Next.
Agora Pete e Roger Daltrey vão relançar o álbum em edição super de luxo em que traz também a ideia original.



Who´s Next/Life House incluirá 155 faixas distribuídas em dez cd´s com sessões de gravação de Nova York e Londres e dois shows recém-mixados e completos de 1971 no teatro Young Vic e Auditório Cívico de São Francisco.
A caixa também contém um livro de capa dura de 100 páginas com a introdução de Townshend e notas dos especialistas do Who, Andy Neil e Matt Kent; a hq Life House - The Graphic Novel , de 170 páginas que conta a história do álbum e vários cartazes de concertos, programas, fotografias e botões além de abrigar um Blu-ray mixado em dolby atmos por Steve Wilson com o disco original e mais 14 faixas bônus.
Townshend disse esperar que os ouvintes tenham uma visão aprofundada de seu processo criativo à época.
Só esperamos que não ressuscite a ideia de confinar gente em teatros, mesmo para tempos tão loucos quanto o que vivemos, isso ainda é bem bizarro.

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