Spacetime Machine - Yasu navega nas águas do pop com toques progressivos e muita qualidade

O disco saiu já no apagar das luzes de 2023, mas havia sido precedido por ótimos singles que davam pistas do que viria.
Spacetime Machine (2023, Independente) da cantora, compositora e instrumentista Yasu (@yasumusic.official)  finalmente chega às plataformas confirmando que sim, há lugar para o pop no plano dos independentes que é (quase sempre) dominado por artistas do punk ou metal em diversas vertentes e hip hop.


Mas não trata aqui de um pop etéreo, vazio ou pasteurizado: Yasu tem inspirações que vão de David Bowie até o trabalho progressivo de Steve Wilson, quando este não está recuperando gravações progressivas em remasterizações fantásticas.
E são estas inspirações que se ouvem logo na abertura do disco.
A faixa título abre com violino e uma batida alegre com arranjos elaborados de guitarra e teclados que emolduram a voz da Yasu.
crédito: instagram

Logo na sequência, um dos singles lançados antes do álbum reforça a sensação de estarmos diante de um trabalho sólido, conciso e cheio de possibilidades.
“My Spachip Lost Control” é uma suíte progressiva de sete minutos sobre saúde mental que começa mais cadenciada e com solos de guitarra arrebatadores.
A faixa ainda conta com mudanças de andamento, dinâmicas surpreendentes e a voz da cantora Cath Castro em dos melhores momentos vocais dentro do disco.
E não para por aí... A faixa seguinte é um sinthy pop alto astral e super dançante que conta com o dueto entre as cantoras Joshua e Tori: “Dance With Me”, composta quando a artista tinha apenas quinze anos é um dos maiores momento fofura do ano. Tanto que ganhou um clipe em animação complementando a experiência.

Ecos de Yes aparecem na abertura de “Words and Pictures” com seu violão e guitarra construindo o clima da canção que conta com a voz da cantora Zia.
A produção do disco se esmerou em deixar o som leve, arejado e mesmo nas passagens mais intensas o produtor e multi-instrumentista Pedro Zomer (The Anmer), cuida para que nada fique pesado e flutue.
É o caso de “Posth Truth”, single lançado em 2022 e resgatado para o álbum e que lembra, vagamente, Tears For Fears, seja pelo andamento elegante ou pela voz do cantor Augusto.
E o álbum fecha com “Dreams” um dream pop de alta qualidade com guitarras, teclados em tons épicos e a voz fofa da cantora Larissa Vasconcelos.
Enfim, um disco perfeito tanto para ouvir tranquilo na sala de casa, dirigindo ou para se colocar em festas, como todo bom disco pop deve ser.
Foi o fechamento com chave de ouro para um ano de tantos bons lançamentos e – por que não? – a forma mais agradável para começar 2024.
Por mais discos como este e por mais músicas da Yasu.

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