Rock in Rio 35 anos - Iron Maiden e Brasil: casamento perfeito

De todas a histórias, seja de sucesso, de superação ou mesmo de decepção geradas a partir da primeira edição do Rock In Rio, nenhuma rendeu um caso de amor tão grande, tão intenso e tão duradouro quando o do Iron Maiden com o Brasil.

O show no primeiro dia do festival, por questões de agenda, foi o único do grupo naquela edição. Vale lembrar que a regra então era de dois shows.
A banda vinha com a turnê de divulgação do seu disco mais recente: Powerslave (1984) e trouxe o show completo.
O cenário com motivos egípcios, o Eddie caracterizado como múmia, muita pirotecnia com explosões e uma parede de amplificadores Marshal tão grande e impressionante que fez com que Erasmo Carlos engolisse seco e confessasse uma certa invejinha ao ver aquilo em comparação com sua modesta mesa Boogie de 300 watts
O show, muito parecido com o que se pode encontrar no disco ao vivo Live After Death (1985) beirou a perfeição.
A banda entrou cuspindo fogo enfileirando petardos: “Aces High”, “Two Minutes to Midnight”, “The Trooper”, “Powerslave”, “The Number of the Beast” e mais.
Durante “Revelations”, Bruce Dickinson bateu o rosto contra o braço de uma guitarra e um fino fio de sangue escorreu pelo rosto, mas sem nenhuma interrupção da performance. Para muitos, aquilo pareceu algo que já fazia parte da apresentação.
Foram 200 mil pessoas enlouquecendo ao som do heavy metal (ou rock pauleira como diziam à época) perfeito de “Rime of The Ancient Mariner”.

Depois desta passagem, a banda lançou discos importantes como Somewhere In Time (1986), o conceitual Seventh Son of a Seventh Son (1988), o multiplatinado Fear of The Dark (1992) em que a faixa título se tornou o maior sucesso da banda, sendo tocada (e gravada) em todos os shows e discos ao vivo desde então.
Também passou pela perda do guitarrista Adrian Smith e de Bruce Dickinson que foi para uma vitoriosa carreira solo.
Os discos com o vocalista Blaze Bailey, embora com boas, não figuram entre os mais lembrados ou festejados da banda.
O retorno de Dickinson trazendo junto Adrian Smith se dá no fabuloso Brave New World (2000).
A partir de então, o grupo começa a apresentar uma veia progressiva um pouco mais acentuada, mas sem perder o peso característico.
Seu último disco de estúdio, o bem recebido The Book Of Souls (2015) traz a composição mais longa do Iron em toda a carreira.
A épica “Empire of The Clouds” com seus dezoito minutos mostram pela primeira vez em uma composição do Iron Maiden piano e orquestra e é uma das músicas que mais se espera por parte dos fãs da banda que seja executada ao vivo.
Quando perguntados sobre a possibilidade, desconversam, o que só aumenta a expectativa.

Deste então, a banda já voltou ao país mais de uma dezena de vezes e teve passagens importantes de sua história por aqui como o show no Parque Antártica em São Paulo, no qual a banda percebeu que Blaze Bailey não estava à altura para as apresentações ao vivo, o que culminou, algum tempo depois na volta do vocalista Bruce Dickinson e do guitarrista Adrian Smith.
A banda tocou em quatro edições do festival e lançou sua histórica participação em 2001 em um cd duplo onde se ouve pela primeira vez em disco, Bruce cantando músicas da fase Bailey.
Em 2019 foi aclamado como o melhor show do festival e prometem voltar ao país já em 2020.

Além de Dickinson, o baixista e dono da coisa toda Steve Harris também tem trabalhos fora do Iron Maiden.
Harris toca com a banda British Lion um rock mais cru, como o Iron no princípio.
Adrian Smith também lançou discos solo e com suas bandas ASAP e Pischo Motel.
Também colaborou com Bruce Dickinson em dois de seus trabalhos solo e tocou com Michael Kiske (Helloween).
Especula-se que o próximo disco já esteja gravado e possa ser lançado ainda este ano.
Mal se pode esperar para gritar ao comando de Bruce Dickinson.
Up the Irons!

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