Discos para ajudar na quarentena (6) - For The Dead Travel Fast, Kadavar

Uma das bandas mais interessantes da cena pesada atual, os alemães do Kadavar acabam de lançaram em 2019 o álbum: For the Dead Travel Fast (Nuclear Blast).
É o quinto disco de estúdio da banda que volta mais hard (doom metal, dizem os fãs) com uma rifferama infernal, mas com o nariz apontado para o pop.
Pop? Sim... Na mesma pegada em que o Ghost aponta seu futuro.
Basta ouvir a grudenta “Children of the Night” para constatar.
E isso não é ruim.

Os barbudos não lançavam nada novo desde Rough Times (2017) em que uma produção um tanto modernosa demais deixou o disco um pouco abaixo dos anteriores.
Não que o disco fosse ruim, mas não ombreava com os dois primeiros, Kadavar e Abra Kadavar, 2012 e 2013 respectivamente.

Em For the Dead Travel Fast o grupo liderado por Christoph “Lupus” Lindemann (guitarra e vocal) investe novamente no peso e nos riffs com temas sombrios nas letras.  Não estranhe a loooonga introdução da primeira faixa: uma ventania com mais de um minuto de duração antes da entrada dos vocais.
Vocais, aliás, que soam diferentes dos primeiros discos, com mais melodia e menos gritados, o que não compromete em nada o resultado final.
Quem se destaca é o baterista Christoph “Tiger” Bartelt com levadas sólidas e viradas enxutas comandando o andamento de todas as canções com segurança.
Sempre escudado pelo bom baixista Simon “Dragon” Bouteloup.

As canções tem duração média de cinco minutos, mas nem parece.
Agradáveis, chegam a ser assobiáveis, mas não se engane: são pesadas.
As melhores são a – quase – balada “Dancing With Me Dead”, “Evil Forces” e seu belo solo final, “Poison” que é inspirada no poeta gótico alemão Gottfried August Bürger que, não, eu nunca li.
A lenta e arrastada “Long Forgotten Song” com seus mais de sete minutos (é a mais longa do disco) também vale ouvir com mais atenção, mas, nada de ficar comparando com essa ou aquela banda. Abra o coração, a mente e simplesmente curta o som.
Pode não ser o melhor disco do ano, nem o melhor disco dos caras, mas ainda assim é divertido e de certo ponto, poderoso.

Os outros discos da banda tiveram edição nacional pelo selo Shinigami Records, mas até o momento não há noticias sobre o lançamento de For the Dead Travel Fast por aqui.
Disponível nos streamings e naqueles sites marotos de download para quem curte.
E recentemente, a banda fez um show completo transmitido pelo youtube para os fãs que estão na quarentena.
Potente, a banda tocou por mais de uma hora com a mesma empolgação que quando há plateia.
vale a pena conferir

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