Necessidade básica (discos que você precisa ouvir) - Master of Puppets, o maior disco de metal que existe

Não foi o Metallica e muito menos seu Master of Puppets que deram o ponta pé inicial ao thrash metal.
Junto ao Metallica já havia bandas tocando este tipo de metal agressivo e rápido antes de 1986 e a própria banda já tinha lançado dois discos fundamentais ao estilo junto com os discos do Antrhax, do Slayer... Assim como os do Megadeth e Testament...

Mas aqui vamos tratar só deste álbum que está completando trinta e quatro anos e que, isso sim, elevou o trhash metal ao status de arte.
Duvida?
Ouça a introdução de “Battery” e me diga: em qual disco de metal você já ouviu algo igual?
Aliás, foi esta canção que Robert Trujillo tocou em sua audição para entrar na banda.
E consta que ele a escolheu pelo seu grau de dificuldade.

A faixa título é outra pequena obra prima.
Pesada, rápida, instigante... Ponto alto nos shows da banda, é muito difícil ficar imune ao refrão.
É a música mais tocada pela banda ao vivo em toda a discografia e não... ela não é a peça central do conceito do álbum, até porque o disco não é conceitual.
Apesar de algumas músicas trazerem a mesma temática sobre a dominação, as letras não conversam entre si, não se completam, não há relação.
A não ser, claro, com a capa...

A arte da capa foi pintada por Don Brautigam, baseada em um conceito desenvolvido pela banda e o agente Peter Mensch e, como quase tudo que envolve álbum, seu preço para venda também foi grandioso: US$ 28.000 em um leilão em Nova York.

O disco tem alguns lances de música clássica como a parte central do baixo em “Damage Inc” que Cliff Burton fez inspirado em Bach, mais precisamente na peça “Come, Sweet Death”.
E tem também algumas inspirações literárias nas letras que passam por HP Lovecraft (The Thing That Should Not Be), e Ken Kesey (Welcome Home (sanitarium)) entre outros.

James Hetfield disse mais tarde que “Lepper Messiah” tem relação direta com a obra “Ziggy Stardust” em que David Bowie cita na letra um “messias leproso”.
“Lepper...” também foi o centro de uma discussão entre a banda e Dave Mustaine, que antes de fundar o Megadeth, era um dos guitarristas do Metallica.
Dave dizia que a faixa era um reaproveitamento de  sua "The Hills Ran Red",  música que foi rejeitada pelo Metallica.
A banda nega.

Reaproveitamento mesmo foi o uso da ponte gravada na demo de  “Desposable Heroes” na versão final de “Battery”.
E por falar em “Desposable Heroes”, esta foi a primeira canção do disco a ser tocada ao vivo, antes mesmo do álbum chegar às lojas.
Durante a gravação, a banda deu um tempo e foi até o festival Metal Hammer, em 14 de setembro de 1985 para um show e acabou tocando a música.

Um dos destaques do álbum, a instrumental “Orion” era originalmente parte da música demo “Only Thing” que foi desmembrada e também deu origem a “Welcome Home (Sanitarium).
“Orion” é tão ligada à memória de Cliff Burton que a banda só a tocou ao vivo no aniversário de vinte anos do disco, quando Master of Puppets foi tocado na integra.
E são as notas do baixo desta música que estão tatuadas em seu braço esquerdo.

As cópias da segunda edição do álbum tinham um adesivo zombando da PMCR, que exigia que se avisasse sobre letras explícitas.
O adesivo do disco dizia: "A faixa que você provavelmente não quer ouvir é ´Damage Inc.´, devido a múltiplos usos da infame palavra com ´F´. Caso contrário não existe nenhum ´merda´, ´foda-se´, ´filha da puta´, ´boceta´ ou ´pau no cu´ nesse disco".

Por último: o disco é tão bom, mas tão bom, que nem a regravação dele na integra feita pelo Dream Theather conseguiu deixá-lo chato.... E olha que o DT sempre tenta... Sempre.

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