Supergrupos

Ontem falamos aqui do mais novo supergrupo que a música pop produziu, o Dr. Pepper´s Jaded Hearts Club Band.

Formado por Grahan Coxon, do Blur, Matt Belamy, do Muse e Miles Kane do Last Shadow Puppets, o grupo acaba de lançar um single com “Nobody But Me”, dos Isley Brothers.
A banda que conta ainda com o guitarrista Jamie Davis e o baterista Sean Payne em sua formação e já havia tocado versões dos Beatles em shows em 2017, até agora não se sabe ao certo se lançarão material inédito e autoral.

Mas o que é um supergrupo?
Por definição, seria o ajuntamento de gente com carreiras já consagradas ou de bastante respeito no meio musical.
Não é novidade...
No show Rock and Roll Circus, promovido pelos Rolling Stones em 1968, John Lennon, Mitch Mitchell, baterista do The Jimi Hendrix Experience, Keith Richards e Eric Clapton se juntaram para tocar “Yer Blues” e “Whole Lotta Yoko”.
Como curiosidade, Richards assumiu o contrabaixo.

Mas antes ainda, Elvis, Carl Perkins, Johnny Cash e Jerry Lee Lewis já haviam se agrupado sob o nome de The Million Dollar Quartet.
Ok, foi apenas uma jam session bem descontraída, mas só o peso dos nomes envolvidos já daria para batizar como supergrupo sem problema algum.

Alguns deram certo e fizeram discos memoráveis como os Travellin Wilburys, banda formada por gente do quilate de Bob Dylan, George Harrison, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lyne, do ELO.
O primeiro disco é primoroso e mesmo com a perda de Orbison, falecido, o segundo disco também é muito bom, embora dominado basicamente por Dylan.

Outros agradam bastante os fãs como o Asia que era formado nos anos 80 por John Wetton do King Crimson, Steve Howe e Geoff Downes vindos do Yes e Carl Palmer do ELP.
Em alguns momentos, até Greg Lake fez parte da banda, mas os nomes de peso ligados ao rock progressivo e todo o talento inegável de cada um não garantiu uma vida mansa ao grupo.
Alguns críticos bateram pesado e até no Brasil houve quem torcesse o nariz para o rock de arena meio farofado dos caras que foram apelidados de “azia”...

Um supergrupo que teve vida curta foi o Blind Faith.
Formado por Eric Clapton, Steve Winwood, Rick Grech e Ginger Baker.
Reza a lenda que Eric estava cansado de tocar com Ginger Baker, que era bastante difícil de lidar. Convidou então Steve Winwood, do Trafic, para tocar um projeto.
Fizeram tudo na surdina e ainda assim, Baker ficou sabendo e se apresentou nos ensaios dizendo que ele era o baterista ali e não tinha papo... Não teve mesmo.
Ginger ficou na banda que gravou um único disco cercado de polêmicas sobre sua capa, mas muito bom.

Outra superbanda sensacional é o Then Crooked Vultures que agrega nada mais, nada menos que Josh Home, do Queens of the Stone Age, Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters) e o lendário baixista, tecladista, arranjador do Led Zeppelin John Paul Jones.
Seu único disco – por enquanto - Then Crooked Vultures (2009) é uma pedrada.

Ainda é possível citar grupos como o Audioslave e o Temple of the Dog que misturavam em suas formações membros do Soundgarden, Pearl Jam e até o Rage Against the Machine.
O Audioslave ainda conseguiu se sobressair as bandas originais de seus membros criando uma identidade própria e sendo bastante respeitado.
Mas o Temple of the Dog era, apesar de sensacional, apenas um tributo ao vocalista Andrew Wood, do Mother Love Bone, morto por overdose de heroína antes da consagração da banda e antes mesmo do estouro mundial da turma de Seattle envolvida.
Ainda assim, seu único disco é uma pérola e merece ser escutada sempre.

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