Continuando a série de 4 partes sobre a trajetória da banda Nightwish (para quem não leu a primeira parte, só clicar aqui), seguimos adiante com o trabalho que sucedeu o terceiro álbum de estúdio dos finlandeses - Wishmaster (2000).
Logo após esse álbum, eles lançariam um EP cujo
sucesso maior foi a cover de Gary Moore Over The Hills And Far Away, com - finalmente! - um vídeo mais bonitinho, pois os anteriores eram um tanto bregas:
Esse foi o último trabalho oficial com o baixista Sami na banda. Alegando divergências musicais, ele deixou a vaga livre e Tuomas acabou convidando o até então companheiro de tour – Marco Hietala para ser o baixista (e vocalista masculino) dali em diante.
A banda Sinergy, na qual Marco (Tarot) tocava com
Alexi Laiho (Children of Bodom) e a vocalista Kimberly Goss, fez shows com o Nightwish na
tour de Wishmaster – e até apareceram no DVD From Wishes To Eternity em uma situação regada à muita, muita vodca (rsrsrsrs...)
Como a "cachaça" une as pessoas, não seria diferente entre tímidos e sisudos finlandeses, e ali ficou
claro a amizade entre os músicos de outras bandas.
Neste DVD, os pontos
altos do show são uma canção instrumental do Hanz Zimmer Crimson Tide/Deep Blue Sea
feita para o filme Maré Vermelha de 1995. Fã do compositor, Tuomas colocou
essas duas músicas tocadas por ele, Emppu, Jukka e Sami enquanto Tarja "recobrava
o fôlego" numa pequena pausa do show. Outra questão são as participações de
Tapio Wilska nas músicas que ele canta, do disco Oceanborn e a peça Beauty and the Beast, reiterando que Tuomas
não tomaria os vocais novamente, e convidou Tony Kakko, vocalista do (já mencionado) Sonata
Arctica para cantar com a Tarja na apresentação do DVD.
Em 2002 a banda lançou o
álbum mais pesado e sombrio de todos: o Century Child. Foi o primeiro com Marco e o casamento dele com a banda foi decididamente perfeita. Com esse
álbum conheci Nightwish e com as músicas Slaying The Dreamer (ouça aqui) e Feel For You (ouça aqui) me tornei fã dos finlandeses, muito mais pelo peso das duas canções e
pelo vocal de Marco do que pela questão de ter um frontwoman. Marco se tornou e ainda é um dos meus vocalistas
favoritos.
Além dessas duas canções, Ever Dream trás lágrimas aos olhos com a mesma facilidade que a épica Beauty of TheBeast – dividida em três partes: Long Lost Love, One More Night to Live e
Christabel.
Logo de cara, percebemos que o
álbum é muito mais pesado que os anteriores, com a abertura Bless The Child, (assistam o vídeo, bem legal!) ainda que se
encontre elementos sinfônicos que seriam concretizados plenamente com o álbum
seguinte. Em Century Child há mais uma faixa cover – desta vez, a The Phanton of
The Opera – mostrando o comprometimento de Tuomas em agradar Tarja (uma soprano de formação) e o novo
membro, Marco, num dueto espetacular.
No fim da tour desse disco, um documentário foi lançado contando algumas passagens da história da banda: o
End of Innocence é divertido, apesar de ser falado em finlandês na maior parte
do tempo e só ter legendas em inglês. Enquanto contam Tuomas e Jukka contam como surgiu a ideia do projeto Nightwish, há cenas dos caras da banda e roadies, bêbados, ficando pelados e festando com qualquer coisa. E nele também já
dava para notar o afastamento aos poucos da vocalista Tarja Turunen de seus
companheiros e amigos.
Apresentaram de forma honesta, toda a amizade entre
os músicos, uma questão obscura com relação saída de Sami, e a Tarja que
antes participava das festas, estava cada vez mais, na dela.
É neste DVD que aparecem outras bandas que estava ligadas ao Nightwish de alguma forma: os malucos do Charon e os holandeses do After Forever – com
a vocalista Floor Jansen... que ainda teria mais história com eles, mas nem
imaginavam ainda.
Dois anos depois, o Nightwish
estourou mundialmente. Once (2004) concretizou amplo destaque através do primeiro single
Nemo. Na ocasião, por conta do sucesso da banda americana Evanescence, as
comparações foram (um tanto "burras"), mas inevitáveis. O Nightwish ficou
rotulado como banda de metal gótico (oi?) e Nemo seria sobre Capitão Nemo personagem das
obras de Julio Verne, Vinte Mil Léguas
Submarinas e A Ilha Misteriosa... Nenhuma das duas afirmações, corresponde com a realidade.
Mas o sucesso mundial do
grupo foi garantido com Once, muito mais sinfônico do que os demais, fazendo
com que o Nightwish subisse os degraus da "evolução" enquanto músicos. Até a vocalista Tarja, que era um tanto limitada vocalmente, apresentava muito menos lirismo e
um pouco mais de vocal solto nas canções. Isso parecia ter incomodado a cantora que, entre
o Century Child e Once, passou a reforçar muito mais que era cantora de ópera.
Once é fantástico de "cabo a rabo".
Não há uma música que não seja ótima, contendo muitos bons momentos; um deles foram as contribuições de Emppu
e Marco. A letra mais marcante do disco é a da canção Higher
Than Hope, que Tuomas redigiu para seu amigo, Marc Brueland, vítima de um
câncer mortal em 2003 (ouça ela, aqui). Creek Mary's Blood foi inspirada pelo livro de mesmo
nome do escritor Dee Brown, um dos favoritos de Tuomas, e possui um poema declamado que o tecladista escreveu sobre o assassinato de índios nativo-americanos, interpretado pelo cantor e músico, (descendente de nativos
norte americanos), John Two-Hawks.
Em Once também temos uma faixa épica, lindíssima chamada Ghost Love Score, uma das músicas do Nightwish com as quais é impossível não se apaixonar ao ouvir.
Planet Hell e Romanticide são as
minhas favoritas, pesadas e cruas; além da climática The Siren e o segundo single do álbum, a eletrônica quase estilo
Rammstein, Wish I Had na Angel, cujo clip pode ser conferido abaixo:
Tuomas esteve diretamente
envolvido com o arranjo das orquestras, dirigidas e conduzidas por Pip
Williams, o maestro britânico que conduz a Orquestra Filarmônica de Londres, em
sessões que ocorreram no Phoenix Studios, em Londres. Ao final do processo de
mixagem, no fim de março de 2004, mais de 250 mil euros haviam sido gastos em
toda a produção do álbum, sendo o disco mais caro de um grupo finlandês, superado só pelo
seu sucessor, Dark Passion Play.
Once teve também um show gravado,
da última apresentação da banda, em 2005 sob a Once Upon a Tour, na Hartwall
Arena em Helsinque. O ponto alto do show é um palco enorme com telões e belas
imagens e um cover do Pink Floyd - High Hopes - interpretada por Marco, que ficou mais que
excelente. Contrariamente, para a divulgação das músicas do show, a que foi
liberada foi a versão de Symphony of Destruction (ouça aqui) do Megadeth tocado ao vivo e em todos os
shows da tour, mas que também ficou bem interessante, apesar de alguns críticos
considerarem Emppu um guitarrista mediano demais para "performar" na música carregada de bons e marcantes riffs.
Discordei e ainda discordo.
Esse foi o show da qual Tarja
aparece toda majestosa, feliz e acenando para público, trocando de roupa quase
a toda música, como uma diva pop. Logo depois dele, ela recebeu uma carta de demissão
assinada por todos os membros do grupo e escrita por Tuomas, e que foi
divulgada no site oficial da banda. Eles festejaram após o show e Tuomas entregou a
carta pedindo que ela lesse apenas no dia seguinte supostamente para poupar o clima ruim e também, não ter alarde.
Fãs do mundo todo ainda se remoem
com esse episódio. A maioria "detonou" Tuomas pela atitude, acusando-o de ter tratado a
cantora com pouca ou nenhuma sensibilidade. Na carta, alguns trechos davam conta de que
Tarja estava à muito tempo ameaçando sair de repente. Incomodado, o "dono" da banda apenas havia
acelerado o processo.
A cantora chamou coletiva e
chorou muito enquanto respondia as questões colocadas pelos jornalistas. Não
negou que tinha vontade de deixar o grupo, já que desejava dedicar mais aos estudos e à ópera.
No DVD do show, intitulado End of na Era, um mini
documentário mostrava o quanto Tarja já não se ligava tanto à Jukka, Emppu, Marco e o próprio Tuomas. Ainda no vídeo, é feita questão de mostrar que o marido de Tarja, o argentino Marcelo Cabuli,
controlava a cantora. Ela estava quase sempre muito deslocada das aparições
públicas com os companheiros e era observada atentamente pelo esposo a
qualquer movimento que fizesse. Fora as conversinhas de canto de parede que deviam deixar Tuomas, "puto" da vida...
A banda entrou em hiato, mas a
necessidade de uma nova cantora foi colocada amplamente. Receberiam gravações
do mundo inteiro para poderem selecionar. Mais tarde soubemos que sopranos como Tarja eram
as primeiras a serem descartadas. Não queriam um clone, cópia da cantora de formação. E estavam certos. A comparação seria inevitável, e talvez muito grave para a moça que ocuparia o "cargo". Então escolherem
Anette Olzon, uma sueca com voz suave da "escola ABBA". Mesmo diferente, Anette foi largamente atacada por fãs radicais que, acusavam a cantora de "estragar" a banda. Estes então, demoraram a sacar que, se amavam Tarja, era com ela que deveriam partir.
Com Anette, O Nightwish lançaria em 2007, o Dark Passion Play – e que conteria muitas letras ligadas ao relacionamento conturbado com a Tarja e seu marido "preguento", com Bye Bye Beautiful e Master Passion Greed, respectivamente.
Com Anette, O Nightwish lançaria em 2007, o Dark Passion Play – e que conteria muitas letras ligadas ao relacionamento conturbado com a Tarja e seu marido "preguento", com Bye Bye Beautiful e Master Passion Greed, respectivamente.
Numa tréplica à Tarja, a cantora foi acusada de não dar atenção aos fãs, e ter desmarcado shows para fazer compras e outras
futilidades. Por isso, pensava-se que ela iria sumir da cena do metal - já que insistia em afirmar ser um
cantora de ópera - e a banda entraria em declínio.
Nenhuma das duas coisas aconteceu. Depois de muito disse-me-disse, com colocações bem estranhas do marido da Tarja, insinuando que Tuomas era obsessivo com a sua esposa, dando a entender em respostas para fãs que o tecladista cobiçava a sua mulher, a poeira foi abaixando.
Estranhamente, e no mesmo ano de estréia de Dark Passion Play, Tarja ressurgiu na cena com My Winter Storm, um álbum calcado totalmente no estilo Metal, lançado dois meses depois de DDP. Com boas músicas, mas sem a genialidade das composições de Tuomas, Tarja havia "se encontrado" como diva no ambiente que não se identificava tanto e por vezes até, negou fazer parte... Tudo que a começar a ter de sucesso a partir deste disco, era graças ao Tuomas...!
Se admitiria isso? Talvez, no futuro. Mas naquele momento, ela estreava a canção I Walk Alone que parecia ser uma alfinetada do "ex amigo". Porém, a canção nem mesmo era escrita por ela e o "feeling" era apenas uma jogada de marketing, muito provavelmente, encomendada pelo seu empresário (e também, esposo).
Nenhuma das duas coisas aconteceu. Depois de muito disse-me-disse, com colocações bem estranhas do marido da Tarja, insinuando que Tuomas era obsessivo com a sua esposa, dando a entender em respostas para fãs que o tecladista cobiçava a sua mulher, a poeira foi abaixando.
Estranhamente, e no mesmo ano de estréia de Dark Passion Play, Tarja ressurgiu na cena com My Winter Storm, um álbum calcado totalmente no estilo Metal, lançado dois meses depois de DDP. Com boas músicas, mas sem a genialidade das composições de Tuomas, Tarja havia "se encontrado" como diva no ambiente que não se identificava tanto e por vezes até, negou fazer parte... Tudo que a começar a ter de sucesso a partir deste disco, era graças ao Tuomas...!
Se admitiria isso? Talvez, no futuro. Mas naquele momento, ela estreava a canção I Walk Alone que parecia ser uma alfinetada do "ex amigo". Porém, a canção nem mesmo era escrita por ela e o "feeling" era apenas uma jogada de marketing, muito provavelmente, encomendada pelo seu empresário (e também, esposo).
Águas passadas, não movem
moinhos, então era hora de dar "start" na nova fase do Nightwish. Adequados ao tipo vocal de
Anette, as baladas soavam leves como ela, como no primeiro single de
apresentação da cantora ao fãs, a balada Eva. Logo, lançaram Amaranth com
direito à um bonito vídeo (que pode ser assistido, logo abaixo):
A tal música que seria uma cutucada na ex vocalista, Bye Bye Beautiful ,a verdade colocava os pontos finais em relação à Tarja. No vídeo oficial, todos os membros masculinos foram substituídos por (belas) modelos. Se a questão era ter mulheres bonitas para terem sucesso, esse foi o recado da banda para o mercado: tinha não só uma nova vocalista, como mais outras quatro para chamar atenção, se fosse necessário. Na letra, Tuomas mandava no refrão, aos "berros" que Marco se direcionasse à Tarja.
Na ocasião, os fãs acharam toda essa atitude patética. Eu dei foi muita risada e acabei amando a música e o álbum.
Como ele funcionou, fica para nossa próxima postagem! Até lá!
A tal música que seria uma cutucada na ex vocalista, Bye Bye Beautiful ,a verdade colocava os pontos finais em relação à Tarja. No vídeo oficial, todos os membros masculinos foram substituídos por (belas) modelos. Se a questão era ter mulheres bonitas para terem sucesso, esse foi o recado da banda para o mercado: tinha não só uma nova vocalista, como mais outras quatro para chamar atenção, se fosse necessário. Na letra, Tuomas mandava no refrão, aos "berros" que Marco se direcionasse à Tarja.
Did you ever hear what I told you
Did you ever read what I wrote you
Did you ever listen to what we played
Did you ever let in what the world said
Did we get this far just to feel your hate
Did we play to become only pawns in the game
How blind can you be, don`t you see
You chose the long road but we`ll be waiting
(Alguma vez você ouviu o que eu te disse? / Alguma vez você leu o que lhe escrevi? / Alguma vez você escutou o que tocamos? / Alguma vez você pensou no que o mundo lhe falou? / Nós chegamos tão longe apenas para sentir seu ódio? / Tocamos apenas para nos tornar apenas peões no jogo? / Quão cega podes ser, não vê? /Você escolheu a longa estrada, mas estaremos aguardando)
Na ocasião, os fãs acharam toda essa atitude patética. Eu dei foi muita risada e acabei amando a música e o álbum.
Como ele funcionou, fica para nossa próxima postagem! Até lá!
Comentários
Postar um comentário
Seja o que você quiser ser, só não seja babaca.