Parceria entre Zeca Baleiro e Fagner ganha disco ao vivo gravado em 2002

Em 2003, Zeca Baleiro se uniu à Raimundo Fagner e gravou um dos discos mais bonitos da MPB naquele ano em uma parceria que transpirava inspiração e amizade.
Canções como “Canhoteiro” sobre o craque maranhense revelado no Ceará e que fez muito sucesso no São Paulo Futebol Clube, “Dezembros” que funciona tanto como canção quanto como poema, “Palavras e Silêncios” e a belíssima “Azulejos” mostravam uma interação e sintonia rara entre duas forças de tamanha grandeza.
O disco ainda rendeu um DVD ao vivo gravado no Canecão no RJ que, infelizmente, não ganhou uma edição em CD.

Agora, dezessete anos depois, a dupla lança um outro disco com gravações inéditas, mas ao vivo e registrado em 2002, portanto, antes do disco de estúdio, mas que só foi descoberta no final de 2019.
O que se ouve neste Ao Vivo em Brasília 2002 (Saravá Discos) são dois amigos se divertindo e levando um som juntos com a competência de sempre para deleite da plateia.

Faixas como “De Teresina à São Luís” de João do Vale/Helena Gonzaga, “Serenou na Madrugada" de Fagner (que traz trecho de “Cavalo Ferro”), “Banguela” de Zeca registrada no disco Líricas, de 2000 e a dobradinha “Flor da Pele/Revelação” surgem em interpretações despojadas, francas e emocionadas apenas com violões, voz e elegantes intervenções de acordeom e piano.
Única canção que apareceria no disco de 2003. “Dezembros” é recebida pela plateia com um respeitoso silêncio e ada um canta sozinho uma faixa do repertorio do outro. Assim, “Você só Pensa em Grana” ganha dramaticidade na voz de Fagner enquanto Zeca deixa “A Canção Brasileira” muito mais introspectiva e claro, sobram elogios de um ao outro.

O disco também traz duas canções em estúdio: uma versão para “O Meu Amor Chorou” de Paulo Diniz e a inédita “Quando o Sol” mais recente criação da dupla que ganhará um clipe colaborativo após Zeca e Fagner pedirem nas redes sociais que os fãs mandassem pequenos vídeos mostrando o que estavam fazendo durante este período de reclusão social.
O único pecado da dupla foi a demora em retomar a parceria deixando no ar uma pergunta pertinente: será vamos ter outro disco de estúdio dessa união que deu tão certo?


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