Nightwish: 20 anos de Wishmaster


Esse mês de maio marca os 20 anos do terceiro álbum da banda de metal sinfônico finlandês, o Nightwish. Lançado no dia 8 de maio de 2000 pela Spinefarm Records – mas aqui no Brasil, o lançamento ocorreu no dia 19 pela gravadora Rock Brigade - o Musique-se presta homenagem ao disco que trouxe aos membros da banda, maturidade musical.

O Nightwish se formou em meados de 1996, e o debut foi o álbum intitulado Angels Fall First (1997). Logo, no ano seguinte, uma obra também importante na discografia deles, configurando entusiasmo extra para aquilo que seria apenas um projeto paralelo do tecladista e líder Tuomas Hopainen – era o Oceanborn. A maturidade musical seria conferida com todos já consolidados no cenário musical, e esse era o Wishmaster - "o desejo mestre".

Capa do disco nacional lançado pela Rock Brgade Records
Apesar do intervalo de dois anos, a escrita das músicas foi muito rápida. Tuomas relatou que, as canções presentes no Wishmaster estava desprovidas de complicações – algo que não ocorreu com o predecessor – e considera o álbum com músicas menos pessoais, apesar de conter o que ele chama de "mãe de todas as canções do Nightwish". Ele se refere à balada (cuja a base melódica é mais piano e voz) Dead Boy’s Poem. O "garoto morto" – o próprio Tuomas (também teria se auto denominado de "Ocean Soul") apareceria em outras canções do grupo, depois das reformulações no line up e também, mudanças de interesses do Tuomas e dos outros membros.

O som do Wishmaster acompanha a abordagem bombástica sinfônica de power metal originalmente apresentada em Oceanborn, porém como dito no início dessa matéria, o terceiro álbum dá mais ênfase na atmosfera e melodia com uma boa dose de velocidade e peso e isso garantiu ao Nightwish, uma avanço em termos de maturidade musical.
Embora comumente considerado mais próximo do power metal convencional, ainda existe uma grande variedade de músicas mais lentas, como Two for Tragedy e a já mencionada Dead Boy's Poem.  Com ele surge também, uma característica do Nightwish e do Tuomas que são as peças mais épicas: canções mais longas, bem trabalhadas e com níveis, digamos assim. É o caso da faixa FantasMic.
Talvez ainda mais do que seu antecessor, o Wishmaster tem a fantasia como tema muito mais claro, ainda que tivesse algo do cotidiano: The Kinslayer foi escrito sobre as vítimas do massacre da Columbine High School, ocorrido em 1999, quando dois estudantes assassinaram 10 colegas da escola e um professor. Logo depois, os jovens cometeram suicídio na biblioteca da escola.

A faixa título, Wishmaster configura facilmente uma abordagem da influência de Tolkien na música: O Senhor dos Anéis (mas também Dragonlance) surgem como referências na letra. Mencionando Elbereth, Lórien e os Portos Cinzentos no primeiro; e Dalamar, Raistlin Majere (shalafi de Dalamar, ou "mestre"), Gilthanas, Sla-Mori, Silvara, do último, a faixa de destaque sobressai as demais.  É uma das melhores canções do Nightwish inclusive, considerada pelos seus fãs mais conservadores, um hino. Mas FantasMic também trilha essa atmosfera fantasiosa, sendo uma canção sobre as obras da Disney, os filmes de animação, em particular a sua fantasia e elementos de fábula, tendo seu título embasado no parque temático Disneyland.

Ainda temos as rápida Wanderlust e Crownless - ambas muito power metal - e as românticas Come Cover Me, Deep Silent Complete. She is My Sin abre o álbum e é tão bombástica ao vivo quanto Bare Grace Misery numa bela mistura de riffs de guitarra com o vocal lírico de Tarja. 

O disco na versão japonesa conta com a bela Sleepwalker que foi para o programa Eurovision na época. No disco de colecionadores lançado pela Spinefarm em 2007 consta ainda a versão original de Sleepwalker mais as versões de Wanderlust e Deep Silent Complete ao vivo.

A tour do terceiro álbum do Nightwish teve um registro: o DVD From Wishes To Eternity foi o primeiro produto de vídeo da banda e mostrava uma banda um pouco tímida, mas consciente das suas capacidades, ainda que 20 anos depois estejam todos em um status completamente diferente do que imaginavam na época - inclusive os seus ex  e novos membros. Esse foi o último álbum da qual Sami Vänskä era o baixista - depois ele participaria apenas da gravação do EP Over The Hills And Far Away antes de deixar a banda por incompatibilidade de aspirações. Ele foi substituído por Marco Hietala que passou também a dividir os vocais com a Tarja Turunen.

Abaixo, o link do Youtube para ouvir as faixas do álbum, inclusive as faixas bônus.


Vida longa aos Mestres dos Desejos Noturnos!

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