Críticas: Oscar 2022 - Melhor Filme Estrangeiro (#4)

Os cinco indicados à Melhor Filme em Língua Estrangeira parecem bons. Mas, assistimos somente dois, e nenhum deles, agradou.

Na primeira postagem que fizemos sobre os filmes que concorrem a Oscar, detalhamos os 5 indicados à Melhor Animação (ver aqui) Nele, há um dos indicados dessa de estrangeiros, por ser uma produção dinamarquesa. 

Flee também concorre à uma terceira categoria, a de Melhor Documentário Longa-Metragem, apesar de ser uma animação. Nem nessa, nem de animação, parece ser o favorito.
Nem mesmo, aqui, como filme estrangeiro

Recapitulando o enredo: Trata-se da história de Amin Nawabi que luta com um segredo doloroso que manteve escondido por 20 anos, que ameaça inviabilizar a vida que ele construiu para si mesmo e seu futuro marido. Contado principalmente através da animação ao diretor Jonas Poher Rasmussen, Amim expõe, pela primeira vez, a história de sua extraordinária jornada como criança refugiada do Afeganistão.

☼ O trailer pode ser conferido no YouTube

Outro que parece bom, mas não está sendo comentado e também, não pude conferir se é isso mesmo, é o representante do Butão (cuidado com a quinta série!...) 


Lunana - A Yak in The Classroom conta a história de um jovem professor vive com a avó na capital butanesa. Ele aspira em ser cantor e sonha em obter um visto para se mudar para a Austrália. 
Ah, e um yak participa das aulas que ele começa a dar para a criançada, conforme podemos ver pelo pôster. Simpático, não? 

No Brasil, o filme ficou com o título de A Felicidade nas Pequenas Coisas e pelo trailer, parece bem bonito e tocante. Mas o representante asiático da vez não deve ser esse, na edição 97 do Oscar.

☼ O trailer do filme está no YouTube.

Mais um, que eu supunha ser sobre o Diego Maradona, na verdade é só uma parte de todo o enredo.


Fabietto Schisa (Filippo Scotti) vive na tumultuada Nápoles dos anos 1980, junto com seu pai e mãe, mas ele não tem amigos e nem alguém para amar. Ele sonha em estudar filosofia, mas por hora, ele é aficionado por jogos de futebol com Diego Maradona, que joga pelo time local. Quando uma tragédia na família acontece, ele e seu irmão são deixado a mercê do destino . Tal acidente foi um impacto tão forte para Fabietto que ele decide cursar outra coisa na faculdade: em vez de filosofia, Fabietto agora quer estudar cinema.

É o representante da Itália e parece ter uma bela fotografia, como podemos ver pelo trailer

O filme A Mão de Deus, em referência ao gol de mão feito pelo argentino, nas quartas de final contra a Inglaterra, na Copa do Mundo de 1986, já está disponível no catálogo da Netflix. 


A Pior Pessoa do Mundo nem parece um filme nórdico. O norueguês tem temática bem simples e o filme não é parado como muitos do cinema escandinavo.
É uma comédia dramática com 12 capítulos centrados na vida pessoal de Julie (Renate Reinsve), uma jovem aspirante a... nada! 

Achei que seria bem melhor, mas me decepcionei bastante com o conteúdo. É mais um filme que mostra uma mulher como protagonista, que quer ser independentes de homens e tomar as próprias decisões... Mas que peca em não optar pela razão.
Apesar do tom feminista, não é exagerado e a personagem é carismática. 

A lição de moral do filme, pelo menos, é sincera: quando Julie menos percebe, perdeu tudo que fazia dela, uma boa pessoa. Daí o título. A vida é assim mesmo, na tentativa e erro (mais erro, com alguns bons momentos de júbilo, certamente).

Mesmo frívolo, é muito melhor que o longa japonês, que é o favorito.

Nota 7/10  ☼  Onde assistir? Cinemas  ☼ Trailer


Desde 2019 (se não falha a memória) o Oscar tem colocado pelo menos um dos filmes de língua estrangeira também na categoria de Melhor Filme. Naquele ano, foi Roma – filme dirigido por Alfonso Cuáron – o indicado e também, o favorito da edição. Se tratava de um filme de ritmo lento, em preto e branco, mas foi (talvez) o único realmente bom filme, que mereceu disputar as duas categorias, ao mesmo tempo. 

Depois, veio a indicação o sul coreano, Parasita, em 2020 que acabou levando também o Oscar de Melhor Filme. Foi realmente aí que a Academia abriu uma porteira gigante para a sétima arte asiática e o cara ainda ia para o palco com interprete, não fazendo a mínima questão de falar em inglês (Estranho pois ele é diretor do filme Expresso do Amanhã (2013), cujo elenco é maioria americano ou inglesa... Como ele dirigia essa galera?)

De algum modo, repetiram a dose em 2021, com Nomadland dirigido pela chinesa erradicada nos EUA, Chloé Zhao. A produção é americana, eu sei, mas aproveitaram o combo: mulher diretora, 
mais estrangeira,
é igual a contemplação para os novos tempos, 
especialmente se lembrarmos do #Metoo e as críticas aos rompantes de políticas xenófobas dos governos estadunidenses. 

Nenhum dos dois tem tanto potencial assim, perto de outros indicados, no mesmo ano, mas a hype foi gigantesca. 

Em 2022, a situação se repete tendendo a ser assim por um bom tempo: Drive My Car, é um filme japonês concorre nas duas categorias: Filme em Língua Estrangeira e  é um dos dez indicados à Melhor Filme.

O longa é baseado principalmente num conto de Haruki Muramaki de mesmo nome, presente numa coleção sua de 2014, intitulado Men Without Women. Há inspiração no enredo de outras histórias curtas dessa mesma coleção. Esse talvez seja o que dá para elogiar do filme: a capacidade de interligar as histórias, como uma boneca russa de contos. Mas como não tive contato com a coleção, fica apenas a suposição de que o trabalho tenha sido acertado. 

Eu li apenas um conto de Muramaki (intitulado Sono), então o que posso dizer é que a experiência com a sua escrita, não foi das melhores. Tive certa dificuldade de "entrar" na narrativa, perdendo várias vezes, o interesse e atenção. Deu, literalmente, sono!
O mesmo aconteceu com esse filme: são 2 horas e 59 minutos de lentidão e muita, mas muita subjetividade. O final em aberto, deixou tudo ainda mais desagradável (para não dizer torturante). 
Por mim, podem passar a dar créditos à outros filmes estrangeiros, já que europeus também nunca foram muito fãs: latinos ou do Oriente Médio, porque os asiáticos são bem... (na falta de um termo melhor) chatos!

Nota 5/10  ☼  Onde assistir: Cinemas (e a partir de abril estará no MUBI) ☼  Trailer

Ficamos por aqui, prometendo que a sexta virá com a categoria de Ator e Atriz, comentando um por um e no sábado, a primeira parte dos indicados à Melhor Filme e no domingo, o "bye-bye" com a segunda parte. 

Assistiram à algum destes filmes? Comenta para nós e os demais leitores!

Abraços afáveis e até amanhã!

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