Mas, isso é cover! - As cafonas (#2)

Na segunda edição das Cafonas que, não por isso, viraram cover, temos uma música prestes a completar 35 anos de lançamento, em dezembro desse ano. 

Por ser uma trintona é que ela vai ser a estrela brega da matéria de hoje, e o motivo é simples: porque a gente teima a não admitir que música pop, com o passar do tempo, tende a se tornar um tanto tosca?

♫ In my imagination
There is no complication 
I dream about you all the time
In my mind a celebration
The sweetest of sensation
Thinking you could be mine...♫ 

Pura poesia!!

Sim, estou falando de I Should Be So Lucky da cantora australiana Kylie Minogue.
A canção foi o primeiro single para seu álbum de estreia, intitulado Kylie (1987). E como uma boa música pop grudou e grudou bonito. Ouça uma vez e ouse não sair cantarolando pela casa ou na hora do banho. 

E por falar em casa, é exatamente isso que a cantora faz no videoclipe da música: anda pelos cômodos, toma banho, fica olhando a foto do amado deitada na cama derretendo de amores por um rapaz que se considera sortuda por estar apaixonada - o contexto geral da letra. 


Ah, os anos 80 com seus cabelos volumosos e as roupas bufantes!?! Bons tempos, bons tempos...
Hoje? São chamados de "cringe". *revirando os olhos* Mal sabem que época boa, colorida e divertida.

Posso apostar que estão pensando que vou trazer a versão brasileira (...Herbert Richers?) da Simony para essa música da Minogue... Sinto desapontá-los(as)!
Seria uma pedida potente, pois é igualmente brega, e até pior, afinal, I Should Be So Lucky, em tradução literal é “Eu deveria ser tão sortuda”. Com a Simony e no disco Sonhando Acordada de 1989, ficou... ACHO QUE SOU LOUCA!


Dá até para concordar, quando a gente assiste ao clipe com cara de homevideo de casamento e que a gente rodava em video-cassetes:


Não, ninguém ficou louco, somente os produtores devem ter achado que a tradução literal não seria tão bacana quanto uma adaptação da sonoridade da frase em inglês, para o português,  e em um sentido completamente diferente da premissa original.
Um horror, claro. Mas compreensível.

Por falar em horror, que tal uma versão carrancuda de I Should Be So Lucky? Impossível?
Posso garantir que não!


Northern Kings é um supergrupo de synphonic metal composto por quatro grandes vocalistas finlandeses, conhecidos na cena metal: Jarkko Ahola (Teräsbetoni, ex-Dreamtale), Marco Hietala (ex-Nightwish e Tarot), Tony Kakko (Sonata Arctica) e Juha-Pekka Leppäluoto (ex-Charon). 

Esses caras se juntaram para o projeto em meados de 2006, gravando e produzindo músicas populares com uma pegada de Symphonic Metal. O primeiro single foi We Don’t Need Another Hero, cantada pela Tina Turner e uma das músicas que compõe a trilha do filme Mad Max – Além da Cúpula do Trovão (1985). Dali, lançaram Reborn em 2007, com várias outros covers além dessa, num álbum completo - e, diga-se de passagem, muuuuuuuuuito bom.
 
Em 2008, lançaram , com a segunda parte das músicas-cover e nele, a voz grave de Juha-Pekka Leppäluoto e assistência de Jarkko Ahola tornando a meiguinha e animada I Should Be So Lucky, em um som soturno e sombrio, digno de um trilha do Dia das Bruxas:


De arrepiar, heim? Quase não dá para saber que se trata da mesma música, romântica e alegre da querida Kylie... Mais no final, a versão fica mais agitadinha, mas ainda assim, é diferente da original. 

Antes de despedir, uma notinha boa: 
Desde meados de 2010 o Northern Kings não se apresentam, nem lançam nada juntos, mas no começo do mês passado (fevereiro), Marco Hietala anunciou uma volta aos palcos com os demais companheiros, para um show no festival Tuska Open Air, no dia 1 de julho.
Essa será a primeira apresentação do músico em específico, depois de anunciar que não faria mais turnê e deixou a sua banda e também o Nightwish, no começo de 2021, considerando não ser mais uma pessoa pública. 
Gostaram dessa? 

Ficamos por aqui, prometendo voltar logo, com outra cafoninha para nos deliciarmos. 
Até lá, abraços afáveis e Musique-se!

Comentários