Brígida aposta no rock cru e visceral em seu ep de estreia

O Brígida já apareceu por aqui duas vezes.
A primeira delas, quando lançaram o single “Fake News”, dois minutos e quarenta e quatro segundos de riffs, microfonia, viradas de bateria e um refrão pra cantar junto.
A outra, quando tiveram a mesma canção incluída na coletânea Noise  Against Fascism.
Agora, Cleyton Torres na voz e guitarra, Josias ‘’Jojô’’ no baixo e Jampa Nascimento na bateria estão lançando seu primeiro ep chamado simplesmente Brígida.


São seis canções em que o trio desfila suas influências na mistura de rock garageiro, metal, punk e, por que não? Grunge.
Além da já conhecida “Fake News”, o disco tem outros momentos muito interessantes.
A faixa de abertura, “Descartável” já dá as credenciais da banda: guitarras altas, bateria esporrenta e um vocal agressivo, em algumas passagens gritado.
Clayton, o vocalista, parece não ter dó da própria garganta.
O massacre segue com “Falso Profeta” e sua letra carregada de pessimismo ao comentar o “homem bom”, figura conservadora que tomou conta do país montado em um moralismo mais falso que nota de três reais.
“Visceras” é um punk rock que faz jus ao título e também já tinha sido divulgada em single.
Mais cadenciada, “Influenciador Digital” questiona as figuras que ganham fama oferecendo produtos em vídeos com conteúdos duvidosos e enchem os bolsos de grana. Periga ser a melhor faixa do ep.
Fecham o disco a rapidinha “Retorno do Rato” e o single “Fake News”.
foto: Hannah Rodrigues

A banda que foi formada na zona leste de São Paulo tem os ingredientes certos para a cena alternativa/independente atual: rock direto, com uma sonoridade suja abordando temas atuais que vão de alienação, problema sociais, críticas religiosas e políticas até sarcasmo a modernidade e superficialidade do mundo atual.
Gravado no estúdio Bay Area, o disco foi mixado pelo baixista Josias de forma crua propositalmente com a  intenção de reproduzir a fúria dos shows ao vivo.
Brígida está disponível nas plataformas digitais via Electric Funeral Records.

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